Intoxicação por arsénico e cianeto

Estes elementos, famosos pela sua utilização em tentativas de homicídio, provocam graves intoxicações.

Intoxicação por arsénico

Topo O arsénico é um metalóide sólido, cujos derivados são utilizados na indústria e como componentes de herbicidas, pesticidas, corantes e medicamentos. A sua toxicidade reside no facto de ser corrosivo e de, após ser absorvido pelo organismo, perturbar vários processos metabólicos essenciais.

A intoxicação por arsénico ou derivados costuma ocorrer de forma acidental, caso não se cumpram as devidas medidas higiénicas de trabalho, ou de forma voluntária, com intenções suicidas ou homicidas. Para além disso, os derivados do arsénico utilizados com fins terapêuticos apenas provocam uma intoxicação caso sejam ingeridos em doses superiores às prescritas.

A intoxicação aguda por ingestão de arsénico ou seus derivados provoca a inflamação e formação de úlceras na boca e no tubo digestivo, provocando por vezes hemorragias significativas e uma série de problemas hepáticos, renais, cardíacos e encefálicos que evoluem rapidamente. Por seu lado, a inalação do gás arsénico manifesta-se através de dor de cabeça, vómitos, sensação de formigueiro, icterícia e insuficiência cardíaca, também de rápida evolução. Em ambos os casos, se a dose ingerida ou inalada for elevada, pode favorecer o desenvolvimento de complicações mortais. Por outro lado, em caso de intoxicação crónica, as manifestações vão-se evidenciando gradualmente e baseiam-se em debilidade, perda de apetite, vermelhidão e úlceras na pele, dor de cabeça, inchaço e debilidade dos membros, problemas digestivos, renais, hepáticos e do ritmo cardíaco, com uma grave deterioração das funções mentais nas fases avançadas.

O tratamento da intoxicação por arsénico baseia-se na eliminação do tóxico presente no organismo, independentemente de ser através de uma lavagem gástrica ou mediante a administração de dimercaprol. Em caso de intoxicação crónica, deve-se acabar com a exposição do paciente à fonte de intoxicação.

Intoxicação por cianeto

Topo Para além de estarem presentes, de forma natural, nas amêndoas amargas e nos caroços das cerejas, alperces, pêssegos e ameixas, o ácido cianídrico e os seus sais, ou cianetos, são igualmente utilizados no revestimento de superfícies metálicas e outros componentes industriais. O efeito tóxico destas substâncias é muito evidente e imediato, já que a sua absorção blo- queia o transporte e a utilização do oxigénio no interior das células.

Embora a intoxicação por cianeto costume ser acidental, por vezes é motivada por fins suicidas ou homicidas. A intoxicação pela ingestão de cianetos em estado puro, ou por uma significativa quantidade de amêndoas amargas, manifesta-se ao fim de alguns minutos através de um considerável aumento da frequência respiratória, seguido por vómitos consecutivos, convulsões, debilidade e paralisia respiratória. Em caso de inalação de ácido cianídrico, a paralisia respiratória evidencia-se ao fim de alguns segundos.

Caso as quantidades de tóxico ingeridas ou inaladas sejam reduzidas, as manifestações são, obviamente, mais ligeiras e ainda existe a possibilidade de se proceder ao tratamento oportuno, que necessita da urgente transferência do paciente para um hospital e consiste basicamente na desactivação e eliminação do cianeto presente no organismo através da administração de vários compostos e medicamentos.
Para saber mais consulte o seu Médico Internista
Este artigo foi útil?
Artigos relacionados
Procurar Médicos
Precisa de ajuda?
Porque perguntamos?
MÉDICOS INTERNISTASVer todos
Dor lombar e ciática Aparelho locomotor/exercício físico
Dor cervical Aparelho locomotor/exercício físico
Artrose Aparelho locomotor/exercício físico
Nódulos e pólipos das cordas vocais Aparelho respiratório/glândulas endócrinas
Lesões dos meniscos Aparelho locomotor/exercício físico
Tumores benignos do ovário Aparelho reprodutor/sexualidade