Lesões provocadas por radiações ionizantes

A exposição a radiações ionizantes pode provocar várias lesões consoante a intensidade da dose recebida.

Generalidades

Topo Embora existam vários tipos de radiações ionizantes, as principais são: os raios X, ondas electromagnéticas com um comprimento de onda muito curta e frequência muito alta sem massa e carga eléctrica, produzidas por máquinas geradoras especiais; os raios gama, com propriedades quase idênticas às anteriores, mas com comprimentos de onda mais curtos e frequência mais elevada, produzidos pela degradação espontânea de materiais radioactivos; e a radiação de partículas, com massa e, por vezes, também carga eléctrica, formada por partículas subatómicas como os electrões (raios beta), protões, neutrões ou núcleos de átomos pequenos como o hélio (partículas alfa), produzida pela cisão de átomos radioactivos ou através de máquinas.

As fontes geradoras de radiações ionizantes são utilizadas principalmente nas áreas da Medicina (radiodiagnóstico, radioterapia) e na indústria e instalações nucleares com fins pacíficos (por exemplo, para a obtenção de electricidade) ou bélicos (armas nucleares). A exposição a radiações ionizantes pode ser provocada pela sua utilização em fins medicinais, devido a insuficiências na segurança ou acidentes em instalações nucleares e, infelizmente, na utilização de armas nucleares.

Efeitos das radiações ionizantes

Topo A acção das radiações ionizantes sobre as células provoca rupturas nos elos moleculares, o que consequentemente origina alterações químicas e danos no material genético, um fenómeno aproveitado pela Medicina no tratamento dos tumores malignos. Todavia, os efeitos da exposição dependem do tipo de radiação e da dose, já que as células têm uma certa capacidade de reparação dos danos sofridos. No entanto, caso a exposição seja intensa ou prolongada, os efeitos da radiação conseguem ultrapassar os mecanismos naturais de reparação celular e provocar vários tipos de lesões.

Caso as exposições débeis se repitam, os seus efeitos vão-se acumulando e proporcionando lesões a curto ou longo prazo, como acontece, sobretudo, nos operários que trabalham em instalações onde se utilizam radiações sem a devida protecção ou pacientes sujeitos a tratamento de radioterapia. A nível externo local, esta exposição começa por provocar lesões cutâneas semelhantes a queimaduras, em que a pele vai ficando seca, hiperpigmentada e fina, queda de cabelo e aparecimento de úlceras. Para além disso, as radiações podem originar a formação de cataratas e alterar órgãos internos como os ovários e testículos, com o consequente risco de esterilidade ou de transmissão de doenças hereditárias, podendo igualmente favorecer o aparecimento de cancro.

A exposição brusca a doses elevadas pode provocar uma síndrome aguda de irradiação, cujos efeitos dependem da intensidade da dose. A exposição a menos de 250 rads apenas origina, a médio prazo, alterações transitórias das células sanguíneas, com as consequências típicas de uma anemia e défice de glóbulos brancos. Embora uma exposição entre 250 e 500 rads comece por provocar náuseas e vómitos transitórios, ao fim de algumas semanas provoca uma grave afectação da medula óssea e a consequente diminuição de glóbulos vermelhos (anemia), glóbulos brancos (sensibilidade a infecções) e plaquetas (perigo de hemorragias). Uma exposição entre 500 e 3 000 rads provoca o rápido aparecimento de problemas digestivos, com um quadro de vómitos e diarreia que, posteriormente, pode complicar-se através do desenvolvimento de desidratação, hemorragias e perfurações do tubo digestivo que, caso não se proceda ao devido tratamento, podem provocar a morte da vítima em uma ou duas semanas. Uma exposição superior a 3 000 rads provoca, para além das típicas alterações digestivas, um quadro neurológico que inicialmente se manifesta através de ansiedade e desorientação, para pouco depois originar convulsões e alterações da consciência que conduzem a um estado de coma, o que pode originar a morte da vítima ao fim de algumas horas.
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