Desenvolvimento da dentição

A dentição desenvolve-se em duas fases diferenciadas: em primeiro lugar, aparecem os dentes de leite, que acabam por cair naturalmente ao fim de algum tempo; em seguida, nascem os dentes definitivos, que já não serão substituídos.

Generalidades

Topo Embora existam excepções, os bebés costumam nascer desdentados, uma situação lógica, caso se tenha em conta que os bebés se alimentam exclusivamente de leite, ao longo dos primeiros meses, e conveniente para as mães, pois caso contrário teriam de suportar as suas dentadas durante a amamentação. De qualquer forma, os dentes começam a formar-se desde o início da gravidez, por volta do final do segundo mês de gravidez, altura em que os dentes de leite começam a germinar nos ossos maxilares, enquanto que os dentes definitivos começam perto do quarto mês de vida intra-uterina. Apesar de o bebé, quando nasce, não evidenciar qualquer dente, a maioria dos dentes já está presente no interior dos ossos maxilares.

O facto de a dentição se processar em duas fases é extremamente útil, devido ao grande crescimento das estruturas faciais nos primeiros anos de vida, já que os dentes de leite são mais pequenos, de modo a terem um tamanho correspondente ao dos ossos maxilares nessa altura, enquanto que os dentes definitivos apenas se evidenciam quando as dimensões destes o permitam.

Dentição temporária

Topo A primeira dentição é constituída por vinte dentes, os denominados "dentes de leite", cujo rompimento ocorre de forma progressiva, com uma sequência cronológica bastante definida, aproximadamente entre os 6 meses e os 2 anos e meio. Todavia, a idade em que os primeiros dentes se evidenciam varia bastante, pois embora alguns bebés já nasçam com algum dente visível, outros ainda estão desdentados quando cumprem 1 ano. Contudo, é por volta do meio ano, entre os 5 e os 7 meses, que costumam surgir os primeiros dentes, na maioria dos casos os incisivos centrais inferiores. Ao fim de pouco tempo, entre os 6 e os 8 meses, evidenciam-se os incisivos centrais superiores. Em seguida, aparecem os incisivos laterais, primeiro os inferiores, entre os 7 e os 10 meses, e depois os superiores, entre os 8 e os 11 meses. Seguindo a mesma ordem, no primeiro semestre do segundo ano, surgem os primeiros molares superiores, seguidos pouco depois pelos caninos inferiores, os caninos superiores e, por volta dos 2 anos de idade, os primeiros molares inferiores. Os últimos dentes de leite a nascer, até aos 2 anos e meio, são os segundos molares inferiores e superiores, que completam a dentição temporária.

Como é óbvio, as idades mencionadas apenas são indicativas, já que o facto de os dentes do bebé nascerem relativamente cedo ou um pouco mais tarde não significa que esteja mais avançado ou atrasado.

A partir dos 6 anos de idade, os dentes de leite começam a cair de forma espontânea, sendo substituídos pelos dentes definitivos. A queda, variável consoante os casos, segue igualmente uma ordem cronológica bastante definida: em primeiro lugar, entre os 6 e os 7 anos, caem os incisivos centrais inferiores, no ano seguinte caem os incisivos centrais superiores e os incisivos laterais inferiores e, entre os 8 e os 9 anos de idade, caem os incisivos laterais superiores. Os caninos inferiores caem entre os 9 e os 11 anos, enquanto que os caninos superiores caem entre os 11 e os 12 anos. Os primeiros molares caem entre os 10 e os 12 anos, em primeiro lugar os inferiores e, depois, os superiores. Os segundos molares inferiores também caem entre os 10 e os 12 anos, enquanto que os segundos molares inferiores caem entre os 11 e os 13 anos.

Dentição definitiva

Topo A segunda dentição é constituída por 32 dentes e o seu rompimento inicia-se até aos 6 ou 7 anos, altura em que ainda não caíram os dentes de leite, com uma ordem bastante definida. O rompimento dos dentes definitivos começa com os primeiros molares inferiores e superiores definitivos, que se situam ao lado dos segundos molares temporários. Pouco depois, e à medida que os dentes de leite vão caindo, os orifícios consequentes vão sendo ocupados pelos correspondentes dentes definitivos, primeiro os incisivos centrais e, depois, os incisivos laterais e os caninos. Os primeiros e segundos pré-molares surgem entre os 10 e os 13 anos e, ao contrário dos restantes dentes, costumam aparecer em primeiro lugar os superiores e, depois, os inferiores. Os segundos molares inferiores e superiores caem entre os 12 e os 13 anos, enquanto que os terceiros molares, os "dentes do siso", levam mais algum tempo, nunca aparecendo antes dos 15 anos, podendo até levar mais 10 anos ou nem chegarem a aparecer. De qualquer forma, as idades referidas são apenas aproximadas, já que existe uma grande variabilidade em relação ao momento de erupção dos diferentes dentes.

Informações adicionais

A erupção dentária no bebé

Topo

O nascimento dos primeiros dentes de leite pode ser um pouco incómodo para o bebé, fazendo com que fique irritável, pois costuma estar mais resmungão do que o habitual e tem a tendência para mordiscar as suas mãos ou qualquer objecto que seja colocado ao seu alcance. No entanto, os casos em que a erupção dentária é bastante dolorosa, chegando a impossibilitar o sono, são reduzidos. Deve-se referir que, ao contrário do que se costuma pensar, a erupção dos dentes não é acompanhada por febre ou problemas como vómitos e diarreia, embora estes sinais e sintomas possam coincidir com o nascer dos dentes, já que nestas idades é habitual que o bebé seja afectado por alguma infecção virai que provoque estas manifestações, sem que exista uma verdadeira relação.

Para se acalmar o bebé quando lhe começam a nascer os dentes, apenas se tem de o confortar e, em todos os casos, dar-lhe uma massagem nas gengivas com a ponta dos dedos. Não se deve impedir que o bebé esfregue a zona dorida, já que faz parte do processo necessário para a saída dos dentes. De facto, deve-se-lhe fornecer algo que não seja perigoso para morder, de preferência algum objecto especialmente comercializado para esse fim. As dores costumam diminuir com a aplicação de frio, para o qual são muito úteis os sacos de plástico que podem ser colocados no congelador.

Embora existam vários medicamentos à venda nas farmácias para aliviar a dor, não devem ser utilizados sem prescrição médica. Para além disso, o médico apenas recomenda a sua utilização em casos excepcionais, por exemplo quando o problema é tão significativo que impede o bebé de conseguir dormir. Deve-se referir que, embora os produtos anestésicos aplicados sobre as gengivas para diminuir a dor sejam eficazes, não estão isentos de riscos, pois caso sejam engolidos podem exercer um certo efeito no tubo digestivo, podendo até provocar uma paralisia intestinal.

Para saber mais consulte o seu Estomatologista ou o seu Dentista ou o seu Pediatra
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