O bebé percebe o mundo que o rodeia e estabelece as primeiras relações com as pessoas que cuidam dele e com os objectos presentes no meio que o rodeia através de todos os sentidos.
Tacto
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O tacto é o sentido mais importante para o recém-nascido, pois é o que está proporcionalmente mais desenvolvido na primeira época de vida. De facto, é através da sua pele que o bebé detecta os estímulos agradáveis, como por exemplo as carícias e o calor da sua mãe, e os que lhe são incomodativos, como quando está molhado ou com frio. Pode-se dizer que o tacto proporciona ao bebé as suas primeiras sensações de prazer e também as primeiras desagradáveis. É igualmente através do tacto, nomeadamente do contacto corporal quando o têm nos braços e o embalam, que o bebé reconhece os seus pais, chegando a perceber o seu estado emocional.Deve-se referir que é na superfície de todo o seu corpo, receptivo a qualquer tipo de carícias, que o recém-nascido percebe os estímulos tácteis. Ao fim de um determinado período de tempo, sobretudo quando já começa a agarrar objectos, as mãos e também a boca passam a ser, graças ao tacto, uma das principais ferramentas disponíveis para conhecer o que o rodeia. De facto, embora ainda sejam movimentos desajeitados, o bebé tem a tendência para tocar tudo o que encontra ao seu alcance, agarrar qualquer objecto acessível, movimentá-lo e levá-lo à boca para o chupar e morder, sendo através destas sensações que o bebé começa a conhecer o mundo.
Visão
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Apesar de o bebé conseguir ver desde que nasce, de início a sua visão é imperfeita, pois ainda precisa de um determinado período de tempo para responder bem aos estímulos visuais e, sobretudo, para focar e controlar o olhar. Embora consiga, ao longo das primeiras semanas, distinguir a luz do escuro, a sua visão é turva e apenas consegue focar a uma distância de 25 a 30 cm, a distância que separa os seus olhos do rosto da mãe no momento da amamentação. É a partir da terceira ou quarta semana que começa a fixar o olhar e até a seguir momentaneamente com os olhos o movimento de um objecto vistoso ou luminoso que entre no seu campo visual, sobretudo quando se desloca na direcção horizontal. Aos 2 meses, movimenta os seus olhos tanto na direcção horizontal como vertical e fixa com atenção os objectos mais apelativos. Por volta dos 3 meses, o bebé já consegue variar o foco de visão, pode focar perfeitamente os objectos, tanto ao perto como ao longe. No entanto, como ainda não consegue coordenar a musculatura ocular, o seu olhar costuma encontrar-se esporadicamente desviado, algo normal e que costuma ocorrer por volta do sexto mês de vida. Todavia, o desvio persistente de um olho antes desta fase necessita de uma consulta médica, assim como qualquer estrabismo mesmo que episódico, após os 6 meses.Por outro lado, deve-se dizer que não existe praticamente visão cromática ao nascer, já que esta apenas se começa a desenvolver a partir do terceiro mês de vida, altura em que o bebé começa a distinguir as cores. De início, as cores que o bebé melhor reconhece, tornando-se as suas preferidas, são o amarelo, o azul, o vermelho e o verde. Embora já consiga, aos 6 meses, reconhecer quase todas as cores, a capacidade cromática apenas fica completamente amadurecida por volta dos 3 anos de vida, altura em que o bebé começa a denominar cada cor pelo seu nome.
Audição
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Embora o recém-nascido já consiga ouvir, apenas reage perante determinados estímulos sonoros e não responde à maioria dos ruídos produzidos à sua volta. Ao longo das primeiras semanas, a manifestação de qualquer som forte pode sobressaltá-1o, originando uma resposta muscular global de todo o corpo e, por vezes, caso fique assustado, o choro. No entanto, algumas palavras de ternura pronunciadas com suavidade podem reconfortá-lo, mesmo que não entenda o que diga, já que para além de ouvir a voz, parece captar a graduação do som e através dela o estado de ânimo e as intenções de quem lhe fala. De facto, deve-se falar aos bebés desde muito cedo, pois é a melhor maneira para aprenderem a reconhecer a voz humana e as suas inflexões, já que mesmo que não entenda as palavras, familiariza-se com a linguagem.Ao longo dos primeiros meses de vida a resposta do bebé aos sons, com as excepções citadas, é bastante limitada. É por volta dos 4 meses que começa a reagir claramente aos estímulos sonoros, girando a cabeça perante qualquer ruído, mesmo que de baixa intensidade, sobretudo caso se trate de sons que reconhece, como por exemplo os que anunciam a hora da refeição, a chegada de um familiar... Aos 5 meses, responde com os seus típicos balbuciares, quando falam com ele, e costuma virar-se quando o chamam. Aos 8 meses, quando ouve uma voz conhecida volta com interesse a cabeça à procura da sua origem. É igualmente nesta fase que começa a prestar atenção aos ruídos que os seus brinquedos fazem. A partir do primeiro ano de vida ou talvez por volta dos 15 meses já se começa a interessar pelos sons ao longe, reconhecendo a sua origem.
Informações adicionais
O paladar
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Dado que o sentido do paladar está presente no recém-nascido desde o nascimento, o bebé é capaz, desde logo, de reagir a diversos sabores, embora distinga com maior facilidade o doce, como o leite materno, e o ácido, devendo-se igualmente referir que costuma necessitar de estímulos mais intensos do que os bebés mais crescidos. É por isso que um bebé de poucos meses aceita sem dificuldades um medicamento amargo, que alguns meses mais tarde rejeita linearmente. A mesma situação ocorre com o salgado, que o bebé apenas costuma aceitar por volta dos 6 meses. Todavia, esta é uma situação um pouco variável, já que, como se pode constatar quando se começa a introduzir novos alimentos na dieta, alguns bebés rejeitam os produtos salgados ou um pouco amargos e outros aceitam sem problemas. Como existem bebés mais sensíveis e alguns muito selectivos, deve-se acostumá-los gradualmente a comerem de tudo, sem forçá-los, pois é preferível respeitar as suas preferências e, quando rejeitam um alimento de que não gostam, apenas se deve insistir numa outra refeição.
O olfacto
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Embora o sentido do olfacto apenas comece a funcionar plenamente por volta do primeiro ano de vida, até então o recém-nascido também consegue cheirar, pois reage ao virar a cabeça para trás quando se aproximam do seu nariz substâncias de odor forte, como se procurasse evitá-las. Apesar de se ter a tendência para se dizer que as sensações do olfacto do bebé ainda estão pouco desenvolvidas em relação aos bebés mais crescidos e, sobretudo, em relação aos adultos, existem evidentes excepções, já que basta a mulher aproximar o seu peito da cara do bebé para que este reconheça o odor do leite e reclame alimento...