Este período caracteriza-se pela consolidação das capacidades motoras desenvolvidas ao longo do primeiro ano, em que o bebé aprende, entre outras coisas, a caminhar, entende cada vez melhor e começa a falar, tornando-se cada vez mais autónomo.
Controlo motor
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No início do segundo ano de vida dá-se um acontecimento muito especial que marca uma profunda alteração na vida do bebé, já que aprende a caminhar e a deslocar-se de maneira autónoma, o que lhe permite começar a explorar o mundo de outra forma. Embora o momento em que o bebé começa a caminhar sozinho, de início um pouco cambaleante e, depois, com uma segurança crescente, varie consoante os casos, normalmente situa-se entre os 12 e os 18 meses. Apesar de, no início, as quedas serem frequentes, vão-se tornando de tal forma esporádicas que a maioria dos bebés com 1 ano e meio de vida já consegue controlar bem os seus movimentos. Existem alguns que, para além de caminharem, são até capazes de correr e dar alguns passos para trás.Ao longo dos meses seguintes, o bebé aprende a subir para uma cadeira e a sentar-se nela, subir e descer escadas, independentemente de ser a gatinhar ou a caminhar com ajuda, numa primeira fase agarrado com ambas as mãos e, depois, com apenas uma, subindo um degrau de cada vez. Por volta dos 2 anos, consegue subir e descer as escadas sem ajuda, alternando correctamente os pés, podendo igualmente correr e andar para trás praticamente sem dificuldades. Ao fim de um tempo, já pode saltar e andar em bicos de pés; aos 3 anos, costuma ser capaz de subir as escadas, colocando um pé em cada degrau, podendo chegar a pedalar num triciclo.
Compreensão e manipulação
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O amadurecimento do sistema nervoso ao longo deste período possibilita que o bebé, para além de conseguir um maior domínio do seu corpo, tenha uma cada vez maior capacidade de entendimento. A sua relação com quem cuida dele começa a ser mais elaborada e utiliza a imitação e a brincadeira como ferramentas de aprendizagem. Para além de adoptar um comportamento expectante, esperando que satisfaçam as suas necessidades primárias, o bebé também manifesta indícios de autonomia, de individualidade e de iniciativa.No início do segundo ano de vida, o bebé já compreende algumas ordens simples, embora nem sempre responda ao que lhe pedem. É capaz de pôr um cubo em cima de outro e de introduzir um pequeno noutro maior, embora nem sempre o consiga. Para além disso, pode começar a aprender a utilizar um lápis, de início apenas para fazer riscos ou simples marcas, mas ao fim de algum tempo, entre os 15 meses e 1 ano e meio, consegue realizar os seus primeiros esboços, sem dar forma aos seus desenhos. É igualmente ao longo desta fase que o bebé começa a construir uma torre com três cubos, um sintoma de aperfeiçoamento da sua capacidade de manipulação e também reflexo da sua capacidade de entendimento, pois sabe o que faz, mesmo que lhe seja difícil mantê-los equilibrados. Também começa a ser capaz de comer com a colher e beber sozinho, agarrando o copo com as duas mãos. Gosta muito de olhar para os livros e de observar os desenhos com muita atenção, chegando a virar as páginas sozinho, embora de forma inadequada, duas ou três de uma vez. Para além disso, começa a compreender que o espelho reflecte a sua imagem, reconhece-se nas fotografias e consegue assinalar as várias partes do corpo a pedido dos adultos. É igualmente capaz de expressar os seus desejos, por exemplo ao dirigir-se para o frigorífico de forma a indicar que quer alguma coisa, e começa a querer colaborar na sua higiene e vestuário, ao tentar pentear-se, tirar os sapatos...Com 2 anos, o bebé já consegue praticamente controlar o seu corpo e compreende perfeitamente as ordens simples. Consegue construir torres de seis a sete cubos, consegue imitar desenhos simples, caminha de maneira incessante, de modo a observar o que o rodeia, abrindo portas, e colabora cada vez mais na sua higiene e vestuário, conseguindo lavar e limpar as mãos, sendo igualmente capaz de despir as calças.Ao longo do terceiro ano de vida, o bebé aumenta significativamente o seu universo social, pois como consegue comunicar melhor com os outros, pretende comunicar com outras pessoas, para além de apenas os pais, como o fazia até então, passando a dedicar especial atenção aos bebés da sua idade. Apesar de gostar bastante de estar e de brincar com outros bebés, de início ainda não quer partilhar os seus brinquedos ou respeitar o que os outros dizem. Dado que este é um período de socialização, de início é normal que, apesar de estarem juntos e falarem uns com os outros, cada bebé se dedique aos seus próprios assuntos, embora comecem gradualmente a relacionar-se melhor, a partilharem mais e a aprenderem a escutar-se.Aos 3 anos, o bebé já sabe fazer muitas coisas e gosta de o demonstrar, já que é praticamente capaz de se vestir e despir sozinho, embora com a devida ajuda, e consegue colaborar em tarefas simples como pôr a mesa, mesmo que por vezes deixe cair algo enquanto tenta. As suas capacidades já lhe permitem fazer torres de dez ou mais cubos sem os derrubar e construir uma ponte com três cubos. Para além disso, é ao longo desta idade que começa a ter consciência do seu sexo e, como sabe que é um rapaz ou rapariga, começa a comportar-se em função disso, de maneira diferente com os pais e amigos. As suas representações mentais começam a estar constituídas por um nível simbólico que possibilita a evocação e a elaboração das lembranças, a utilização da fantasia e a expressão de sentimentos como o ciúme, a inveja e o amor. Começa a manifestar preferência por alguns objectos, pelos quais o bebé mostra uma especial afeição e que utiliza para expressar conteúdos simbólicos. O universo do bebé aumenta de maneira extraordinária, o seu sistema nervoso amadurece, a ponto de estar preparado para funcionar como um adulto, pois apenas lhe falta a prática e a aprendizagem.
Informações adicionais
O médico responde
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O meu filho de 13 meses está a começar a caminhar sozinho, mas cai tantas vezes que fico com receio...
É natural que caia com frequência, já que como ainda falta algum tempo para que caminhe com segurança e consiga um bom equilíbrio para se deslocar, os seus primeiros passos são vacilantes e quando caminha nem sequer sabe parar no momento oportuno. Todavia, as quedas não costumam ter consequências graves, já que o seu corpo é, apesar da sua aparente fragilidade, resistente e elástico. A única precaução que se deve adoptar consiste em afastar objectos perigosos do seu caminho e tentar que caminhe por onde não existam móveis ou outros elementos que possam magoá-lo. Em suma, o melhor é não dar importância às quedas, pois caso os adultos se mostrem assustados e expressem a sua preocupação, o bebé pode ficar com receio, o que se torna contraproducente.
O controlo dos esfíncteres
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O controlo dos esfíncteres, um facto que proporciona o abandono da utilização das fraldas, necessita de um certo nível de amadurecimento neurológico que apenas costuma ser alcançado por volta dos 2 anos, raramente antes dos 18 meses, embora o momento a partir do qual o bebé consegue controlar as suas dejecções e micções varie consoante os casos. É um processo que se inicia quando o bebé aprende a reconhecer a necessidade de esvaziar os intestinos e a bexiga e, depois, detectar que consegue reter o aperto até conseguir satisfazê-lo no bacio, finalizando quando o bebé já for capaz de ir sozinho à sanita, tirar a roupa, fazer as suas necessidades e, depois, vestir-se sem ajuda. Este é um processo longo que necessita de aprendizagem e, consequentemente, de paciência, já que para além de o bebé ter de estar psicologicamente capacitado, também é necessário que queira fazê-lo e que colabore. Embora o bebé costume aprender primeiro a controlar a dejecção e, só depois, a micção, pode começar a controlar ambos os processos ao mesmo tempo. O mais importante é não forçar a aprendizagem prematura, deixando que a mesma se desenrole de forma natural, embora se deva encorajá-lo, já que o bacio deve constituir para o bebé uma das suas posições favoritas e a sua utilização numa actividade agradável, que não origine tensões, devendo-se igualmente festejar os seus progressivos sucessos e evitar as pressões.