Os lactentes são frequentemente afectados por uma série de problemas originados pelo tipo de alimentação e pela forma como a mesma lhes é ministrada.
Arrotos
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Os arrotos consistem na expulsão de ar proveniente do estômago. Nos bebés, este sinal é muito mais frequente do que nas crianças ou nos adultos, chegando mesmo a ser, até certo ponto, considerado normal, pois acabam sempre por engolir pequenas quantidades de ar enquanto sugam o mamilo ou a tetina. Para além disso, os lactentes têm de expulsar rapidamente o ar que deglutem, devido às reduzidas dimensões do seu estômago - caso não o façam, sentem-se incomodados, rejeitam o alimento e não digerem adequadamente o leite.Para que o lactente ingira o mínimo de ar possível, deve-se dar de mamar ou o biberão através de uma forma correcta. No primeiro caso, deve-se procurar que o bebé apoie os seus lábios firmemente sobre a aréola, de modo a evitar que se formem espaços, através dos quais o ar pode passar. Para além disso, deve-se ter em conta que, como o seio fica vazio ao fim de cinco a oito minutos de sucção, caso o bebé continue a sugar, vai deglutir essencialmente ar. Em caso de amamentação artificial, deve-se igualmente assegurar que o biberão se encontra suficientemente inclinado para que a tetina fique sempre cheia de leite, pois caso contrário o bebé vai chupar essencialmente ar, que se vai acumular, por sua vez, no seu estômago.Para além de proceder a estas técnicas o melhor possível, deve-se ajudar o bebé a expulsar o ar, para que acabe, quando estiver satisfeito, a sua refeição com calma e depois não tenha problemas em adormecer. A melhor coisa que se pode fazer para ajudar o bebé a arrotar é efectuar uma manobra muito simples que consiste em mantê-lo de pé e, enquanto mantém a sua cabeça apoiada num dos nossos ombros, dar-lhe ligeiros toques com a palma da mão sobre a parte superior das costas.
Regurgitações e vómitos
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Uma das manifestações mais frequentes nos bebés até aos 6 meses de idade são as regurgitações, ou seja, a expulsão de pequenas quantidades de alimentos ou secreções provenientes do estômago produzidas sem contracções bruscas da musculatura abdominal e desencadeadas sem esforços, facto que as distingue dos vómitos. As regurgitações são muito comuns ao longo dos primeiros meses devido à debilidade do esfíncter inferior do esófago, o que faz com que o conteúdo do estômago, sobretudo quando a cavidade gástrica está cheia, reflua com uma certa facilidade até à boca.As regurgitações costumam ser precedidas por um ou vários arrotos, já que ambos os fenómenos são provocados pelo facto de o estômago estar cheio e de tanto o leite regurgitado como o ar eructado seguirem o mesmo trajecto. Por outro lado, o facto de o bebé regurgitar não significa que a dose tenha sido insuficiente, muito pelo contrário, costuma indicar que já está satisfeito. De qualquer forma, caso se proceda a uma alimentação correcta, tanto os arrotos como as regurgitações são menos frequentes. Outra questão muito importante é se as regurgitações são excessivas ou se são acompanhadas por outras manifestações, como febre ou falta de apetite: nestes casos, convém consultar um especialista para determinar a origem do problema e solucioná-lo o quanto antes.
Diarreia e obstipação
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As alterações no ritmo e consistência das fezes, nomeadamente a diarreia e a obstipação, são mais frequentes nos lactentes que se alimentam com leite adaptado do que nos que o fazem exclusivamente à base de leite materno.As principais causas de diarreia nos bebés são a contaminação do leite, e consequente infecção intestinal, e a administração de leite demasiado concentrado, que é digerido e absorvido com maior dificuldade. Este tipo de problemas pode ser evitado através da adopção das precauções pertinentes na preparação dos biberões. A diarreia costuma ser ligeira e desaparece, caso se substitua duas ou três doses de leite por outras tantas de água previamente fervida, à qual se pode igualmente adicionar um pouco de açúcar (uma colher pequena por cada 100 ml de água). O que nunca se deve fazer é reduzir a ingestão de água, caso o bebé tenha diarreia, pois pode-se propiciar o desenvolvimento de um quadro de desidratação.Os bebés que ingerem leite adaptado costumam evacuar com menos frequência do que os alimentados com leite materno, podendo passar um ou dois dias sem o fazer. Embora esta circunstância seja normal, deve-se ter em conta que a obstipação também pode originar desidratação, sendo por isso que se deve assegurar que o bebé ingira uma quantidade de líquido suficiente, sobretudo no Verão. Por outro lado, caso se perceba que o bebé se esforça para evacuar e não o consegue, ou evidencia dores abdominais, e se comprove que quando defeca expulsa fezes muito duras, deve-se recorrer à realização de duas medidas caseiras para se solucionar a obstipação. A primeira consiste na administração de cerca de dez colheres de sumo de frutas, de laranja ou uva, ao longo do dia, enquanto que a segunda baseia-se na introdução da ponta de um supositório de glicerina no ânus e mantê-lo nessa posição alguns segundos, sem deixar que penetre no interior do recto, de modo a facilitar a expulsão das fezes.Como é óbvio, caso a diarreia ou a obstipação não desapareçam através destas medidas simples e, sobretudo, quando são acompanhadas por outras manifestações (vómitos, febre, debilidade), deve-se consultar o pediatra.
Informações adicionais
Alergias e intolerâncias
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Os bebés alérgicos a determinadas das proteínas do leite de vaca evidenciam algumas manifestações quando tomam leite adaptado, como por exemplo diarreia persistente e vómitos muito mais comuns, sendo igualmente habituais as crises de asma brônquica, a inflamação da mucosa anal e as erupções cutâneas. Estas manifestações desaparecem caso se substitua o leite adaptado pelo peito da mãe ou por leite elaborado com outros componentes especiais. Esta medida pode igualmente servir de diagnóstico e tratamento, já que ao comprovar-se a sua origem, pode-se solucionar o problema.
Os sinais e sintomas digestivos anteriormente mencionados também podem ser originados por uma intolerância à lactose, um componente do leite, por vezes provocada por um défice da enzima encarregue de digerir este nutriente e facilitar a sua absorção intestinal. Caso o problema seja originado por uma diarreia que tenha proporcionado uma diminuição das enzimas intestinais, costuma ser transitório. No entanto, caso seja provocado por um défice congénito da dita enzima e consequentemente permanente, pode ser diagnosticada através de testes específicos. Em qualquer dos casos, os bebés afectados por este problema devem ser alimentados com produtos especiais sem lactose.