Má posição dentária

Uma dentadura bem alinhada não é só agradável do ponto de vista estético, mas também muito importante para a saúde. A posição incorrecta dos dentes, a separação excessiva ou os dentes encavalitados podem prejudicar tanto a função mastigatória como a fala, para além de dificultar a higiene dentária e provocar problemas na boca.

Má posição

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Se todos os dentes se encontrarem perfeitamente alinhados, no sítio e na posição que lhes corresponde, as arcadas dentárias (a superior e a inferior) encaixam perfeitamente. Desta forma, a oclusão (ou seja, o contacto da superfície dos dentes de ambos os maxilares) é a adequada para uma óptima mastigação. Numa dentadura ideal, os dentes que a compõem devem encontrar-se dispostos simetricamente nas arcadas dentárias, ao mesmo nível e numa posição uniforme, sem se entrecruzarem: os dentes superiores da parte anterior, incisivos e caninos, devem coincidir parcialmente com os inferiores, enquanto que os da parte posterior, pré-molares e molares, mantêm a sua superfície em contacto. Desta forma, e ao fecharmos a boca, todos os dentes oponentes encaixam entre si, excepto os quatro incisivos superiores, que sobressaem ligeiramente. No entanto, ter uma dentadura ideal como a descrita é muito pouco frequente. Pelo contrário, é muito comum que alguns dentes estejam inclinados ou torcidos, excessivamente separados ou muito pegados entre si, inclusive encavalitados. A disposição dos dentes depende tanto de factores hereditários (por exemplo, o tamanho dos dentes e dos maxilares), como de certos hábitos, tais como o facto de chuchar no polegar até uma idade avançada, uma inadequada higiene dentária ou descuido que propicie a perda prematura de algum dente de leite, que não guardará o sítio para o definitivo.

Consequências

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A má posição dentária apresenta diversas repercussões negativas. Em primeiro lugar, a má oclusão dentária, ou seja, o incorrecto encaixe dos dentes das arcadas superior e inferior, dificulta a mastigação correcta, podendo originar dores durante as refeições e, inclusive, provocar uma sobrecarga na articulação do osso maxilar com os ossos temporais, além de ser uma fonte de problemas nutricionais - se prefere evitar determinados alimentos fibrosos, não obtém um adequado aporte nutricional...

Também se podem produzir certas alterações na fala, já que os dentes participam na articulação de diversos sons (por exemplo, a pronunciação de letras como o D, o Te o Z). Para além disso, se os dentes não estiverem bem situados é muito mais difícil praticar uma boa higiene dentária e evitar a retenção dos alimentos nos espaços entre os dentes, factores chave na prevenção das cáries dentárias e nas doenças periodontais, responsáveis pelo mau sabor na boca e pelo mau hálito ou halitose.

Tratamento: ortodontia

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Nem toda a má posição dentária requer necessariamente tratamento, pois a maior parte das pessoas tem alguns dentes um pouco torcidos ou ligeiramente deslocados, sem que isso lhes provoque graves inconvenientes. Mas, nos casos mais problemáticos de má posição dentária, impõe-se um tratamento, do qual se ocupa a área da odontologia denominada ortondontia. As técnicas utilizadas são muito diversas, adaptadas às particularidades e necessidades de cada caso, podendo ir desde a extracção de um dente para deixar espaço ao alinhamento dos restantes até complexas intervenções cirúrgicas para corrigir os maxilares e as estruturas vizinhas, se a situação assim o exigir. Mas o mais comum é o tratamento baseado na utilização de aparelhos ortodônticos que, mediante cintas, arames ou arcos, exercem pressões ligeiras e constantes sobre os dentes para que estes regressem progressivamente à sua posição correcta.

Aparelhos ortondônticos removíveis.

Estes aparelhos são compostos por uma placa de plástico, destinada a cobrir o céu da boca, onde são incorporadas molas, arames ou outros acessórios, com o intuito de exercer uma pressão sobre os dentes mal posicionados e conseguir movê-los até à posição desejada. O próprio utilizador pode tirar e voltar a colocar o aparelho com facilidade, tanto para proceder à sua limpeza como para utilizá-lo parcialmente.

Aparelhos ortodônticos fixos.

Estes aparelhos são compostos por umas brackets que se fixam com cimento especial aos dentes e que dispõem de ranhuras ou suportes onde são colocados um arame de ferro, molas ou fitas elásticas, para que modifiquem o alinhamento dentário e a relativa posição

Informações adicionais

Aparelho removível ou fixo?

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Ambos os tipos de aparelho têm as suas vantagens e os seus inconvenientes. Os removíveis são mais fáceis de limpar e são menos visíveis, uma questão que se tem que ter em conta nos adolescentes preocupados com a sua imagem. No entanto, a sua utilização requer uma maior cooperação do paciente, pois pode deformar-se e até perder-se nas suas repetidas manipulações. Por seu lado, os fixos dominam melhor a progressiva deslocação dos dentes e a sua eficácia não depende da colaboração do paciente. Contudo, são muito mais evidentes e requerem uma maior atenção higiénica. Em qualquer dos casos, e tendo sempre em conta as preferências de quem os usa, o dentista aconselhará o método de correcção mais adequado para cada paciente.



O médico responde

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Tenho uma filha de 6 anos com os dentes tortos e quero corrigir a sua dentadura. É conveniente começar já a utilizar um aparelho?

Talvez a sua filha seja ainda muito pequena para começar um tratamento de ortodontia. De facto, a correcção de uma má posição dentária é mais fácil e também mais eficaz quando se realiza na infância ou na primeira juventude, numa fase em que a dentadura e os ossos maxilares estão em pleno desenvolvimento, respondendo assim melhor ao tratamento. No entanto, aos 6 anos apenas começaram a cair os dentes de leite e ainda falta bastante para que se constitua a dentadura definitiva, pelo que o início de uma correcção nesta idade parece algo precipitado e de certa forma injustificado. Pense, por exemplo, que talvez os dentes da criança sejam ainda demasiado grandes em relação ao tamanho alcançado pelo maxilar e que, com o desenvolvimento do osso, podem tender a ficar mais alinhados. Por motivos como este, e sempre que a imperfeição não seja demasiado grave, o habitual é que a ortodontia se inicie por volta dos 11 ou 12 anos. Todavia, pertence sempre ao especialista a escolha do momento mais oportuno para proceder ao tratamento, segundo as particularidades de cada caso.

Chupetas sim, mas anatómicas

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Uma causa comum da má posição dentária é o uso de chupetas de tamanho ou formas inadequadas para a boca da criança, para não falar nas consequências prejudiciais de chuchar no dedo até idades avançadas. O efeito de alavanca da chupeta ou do dedo, como é lógico, facilmente implicará o torcer de algum dente ou até a modificação da forma do palato, provocando o mau alinhamento da dentadura no seu conjunto sempre que a acção nociva seja permanente ou prolongada - a constante pressão sobre os dentes, por muito ligeira que seja, terá consequências parecidas à de um aparelho corrector, mas no sentido inverso.

Para saber mais consulte o seu Estomatologista ou o seu Dentista
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