Dispositivo infra-uterino

O dispositivo intra-uterino, ou DIU, é um pequeno instrumento de material flexível e de diversas formas, cuja colocação temporária no interior do útero evita o desenvolvimento da gravidez, enquanto se mantém implantado e até à sua extracção.

Tipos

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Apesar de, actualmente, existir uma grande variedade de modelos de DIU, confeccionados com vários materiais plásticos, de diferentes tamanhos e desenhos, por exemplo sob a forma de anel, de argola ou espiral, hoje em dia, os mais utilizados são os que têm a forma de 7 ou T, com barras transversais mais ou menos curvas, constituídas com um fino filamento de cobre enrolado na sua extremidade central. A extremidade inferior é composta por fios que, quando o instrumento é colocado no interior do útero, sobressaem para a vagina, de modo a facilitar a sua extracção no momento oportuno.

Alguns modelos mais recentes são constituídos por um depósito de hormonas sexuais femininas (gestagénios), cuja libertação gradual vai aumentando o seu poder contraceptivo.

Colocação

Topo O dispositivo intra-uterino deve ser colocado pelo médico depois de este ter efectuado os devidos exames para eliminar a existência de contra-indicações - infecções genitais, tumores uterinos, etc. -, ter medido a cavidade uterina e seleccionado o modelo mais adequado. Embora se possa colocar o dispositivo a qualquer momento, este deve ser inserido ao longo da menstruação, período ao longo do qual se sabe com certeza que não existe uma gravidez recente em evolução e quando a sua realização é facilitada pelo facto de o canal cervical (canal que permite a comunicação entre o interior do útero e a vagina) se encontrar mais dilatado.

Dado que a maioria dos dispositivos encontram-se presentes no interior de um tubo longo, no qual adoptam uma forma rectilínea que permite a sua passagem pelo canal cervical, o médico deve introduzir o recipiente na cavidade uterina e, ao retirar o tubo, a elasticidade do DIU permite-lhe adoptar espontaneamente a sua forma característica. Em seguida, o médico deve comprovar se o aparelho ficou bem situado e se os fios que saem da extremidade inferior chegam à parte superior da vagina, recortando-os da forma mais conveniente para que não sejam incómodos durante o coito. Dado que todo este procedimento é bastante rápido e também praticamente indolor, não necessita da aplicação de anestesia.

Nos dias seguintes à inserção, a mulher não deve manter relações sexuais, sendo preferível que utilize pensos higiénicos em vez de tampões. Por precaução, convém utilizar outro método contraceptivo até à primeira consulta, ao fim de um mês, na medida em que ao longo desse período a eficácia do DIU não oferece garantias suficientes.

Inconvenientes e complicações

Topo Apesar de a utilização do DIU normalmente não provocar grandes problemas, está intimamente ligada a menstruações mais abundantes e duradouras, até mesmo um pouco mais dolorosas do que as habituais. Ao longo do primeiro mês, podem evidenciar-se pequenas perdas constantes de tecidos e ligeiros incómodos, que costumam desaparecer nos meses seguintes. Para além disso, é possível que surjam pequenas perdas de tecido a meio do ciclo, coincidindo com a ovulação. Caso as hemorragias sejam superiores às normais, embora se mantenham dentro de determinados limites, o DIU pode permanecer colocado; caso sejam demasiado abundantes, persistentes ou muito repetidas, pode ser necessário retirá-lo.

Um possível inconveniente é a predisposição para o desenvolvimento de infecções genitais, provocadas por microorganismos com maior facilidade para aceder ao interior do útero através da ligação estabelecida pelos fios que pendem para a vagina. O aparecimento de dores abdominais, mal-estar geral, febre e fluxo vaginal anómalo, sinais e sintomas habituais destes problemas, obriga à realização de uma consulta médica.

A complicação mais grave é a ruptura uterina, que ocorre se o dispositivo ficar preso na parede uterina ou até atravessá-la, alcançando a cavidade abdominal. Embora se trate de um problema perigoso, felizmente é muito raro caso o DIU seja colocado por profissionais.

Uma outra complicação não tão perigosa, mas que provoca a total perda de eficácia do método, é a expulsão do DIU, que acontece até cerca de 2% dos casos, existindo situações em que é praticamente indolor e outras em que se produz durante a menstruação, passando totalmente despercebida.

Informações adicionais

Duração do DIU e consultas de vigilância

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Dado que cada modelo de DIU tem fixado um período máximo para permanecer no interior do útero, após o qual se deve proceder à sua extracção, a utilizadora deve consultar o médico sobre este assunto e respeitar as suas indicações. De qualquer forma, pode-se proceder, a qualquer momento, à extracção do dispositivo por outras circunstâncias, pois o médico deve comprovar o seu estado e situação regularmente. Por todos estes motivos, considera-se que se deve efectuar consultas de vigilância um mês após a colocação do dispositivo, aos seis meses, ao fim de um ano e, posteriormente, uma vez por ano até à data de expiração da validade do DIU.

Mecanismo de acção

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A pesar de ainda não se ter esclarecido com precisão o mecanismo responsável pela actividade contraceptiva do DIU, sabe-se que existem vários factores que contribuem para o seu funcionamento. O dispositivo, colocado no interior do útero, actua como "corpo estranho", provocando uma reacção inflamatória inespecífica na mucosa que reveste a cavidade uterina (endométrio). Embora não provoque problemas na portadora, tem dois principais efeitos contraceptivos: por um lado, dificulta a passagem dos espermatozóides através do útero para as trompas, em busca de óvulo, reduzindo as probabilidades de fecundação; por outro lado, mesmo que se tenha produzido uma fertilização, impede a implantação do óvulo fecundado no útero e o consequente desenvolvimento da gravidez, sem que a mulher chegue a detectar o ocorrido.

Para saber mais consulte o seu Obstetrícista / Ginecologista
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