Preservativo masculino
Topo 
O preservativo masculino consiste numa membrana cilíndrica de látex que deve ser colocada sobre o pénis em erecção, de modo a revesti-lo e a reter no seu interior o sémen emitido na ejaculação. Embora o mercado seja, actualmente, constituído por uma grande variedade de modelos de preservativos (de diferente espessura, com a superfície mais ou menos rugosa, alguns lubrificados para favorecer a sua colocação, etc.), em relação à sua forma existem dois tipos básicos: uns têm a extremidade plana e arredondada, enquanto outros são constituídos na ponta por uma protuberância para reter o sémen no seu interior após a ejaculação.
Método de utilização. O preservativo apenas deve ser colocado quando o pénis estiver em erecção e antes de qualquer contacto do mesmo com os genitais femininos. Para isso, deve-se colocar o preservativo enrolado na ponta do pénis e desenrolá-lo para revestir o membro erecto por completo até à raiz, ajustando-o, de modo a que não fique ar retido no seu interior. Se o preservativo for constituído por uma protuberância para o sémen, também não deve ficar ar no seu interior. Caso não exista o dito receptáculo, deve-se deixar que a extremidade sobressaia um pouco até que cumpra a mesma função. Caso se deseje, pode-se aplicar um lubrificante hidrossolúvel ou um gel espermicida sobre a superfície do preservativo, embora se deva, por outro lado, evitar a utilização de vaselina, já que o material plástico pode deteriorar-se. Após a ejaculação, deve-se retirá-lo do pénis antes que se perca a erecção, segurando o preservativo nabase para se evitar que o sémen presente no seu interior entre em contacto com a vagina.
Todos os preservativos utilizados devem ser inutilizados, após se comprovar que não sofreram qualquer ruptura. Caso se deseje continuar a relação sexual, deve-se evitar o contacto genital até se alcançar uma nova erecção e colocar outro preservativo, com as mesmas precauções mencionadas.
Vantagens e inconvenientes. Entre as vantagens da utilização do preservativo, deve-se destacar o facto de se tratar de um método simples, muito fácil de aprender a utilizar e que não necessita de controlos nem prescrição médica. Para além da sua função de contraceptivo, caso o preservativo seja bem utilizado, é muito útil para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a SIDA - por isso, deve ser utilizado, sobretudo, para as relações sexuais esporádicas. Como inconveniente, há quem opine que a sua utilização diminui a sensibilidade do pénis. Por outro lado, há quem não goste deste método devido ao facto de a colocação do preservativo provocar a interrupção da relação sexual, na altura em que o pénis alcança a erecção, embora este acto seja, para muitos casais, mais um componente do jogo sexual.
Eficácia. A eficácia do preservativo depende da forma de utilização. Caso seja utilizado sozinho, calcula-se que a taxa de insucessos anuais é de 10 a 15%, sobretudo devido à sua incorrecta utilização. O método é muito mais eficaz, caso seja associado à utilização de espermicidas, pois se for bem utilizado a taxa de insucessos diminui para os 0 a 3%.
Preservativo feminino
Topo 
O preservativo feminino consiste numa espécie de bolsa cilíndrica de poliuretano que deve ser introduzida na vagina, de modo a reter no seu interior o sémen emitido na ejaculação. O dispositivo é constituído por um grande anel de plástico com a extremidade aberta, de modo a ser colocado à volta da vulva, e outro anel de tamanho mais reduzido e ligado à extremidade fechada do fundo, para que seja inserido à volta do colo do útero.
Método de utilização. O preservativo feminino deve ser colocado de maneira semelhante a um tampão, devendo ser introduzido na vagina de forma a que o anel pequeno fique à volta do colo do útero e o anel grande revista parcialmente a vulva. Pode-se aumentar a sua eficácia através da aplicação de um gel espermicida na sua superfície externa, que após a colocação do dispositivo ficará em contacto com a vagina e o colo do útero. Para se retirar o preservativo feminino, após a ejaculação, deve-se exercer tracção sobre o anel que reveste a vulva, verificando-se que não produz nenhum contacto do sémen retido no seu interior com os genitais femininos.
Vantagens, inconvenientes e eficácia. As vantagens e inconvenientes do preservativo são semelhantes aos do masculino, embora tenha a seu favor o facto de não ser necessário que o pénis esteja em erecção para ser colocado e contra, o facto de a sua forma de utilização ser um pouco mais incómoda. Embora a eficácia de ambos os métodos seja igualmente semelhante, a taxa de insucessos do preservativo feminino é ligeiramente superior devido a falhas de utilização.
Diafragma
Topo 
O diafragma consiste numa membrana de borracha flexível reforçada na extremidade livre com um aro metálico, o qual mantém o seu contorno circular, devendo ser colocado no fundo da vagina, de modo a revestir o cérvix e impedir a entrada no útero do sémen proveniente da ejaculação. De qualquer forma, como a adaptação da membrana ao colo do útero não é perfeita, podendo até ser alterada ao longo do acto sexual, recomenda-se a utilização simultânea de algum produto espermicida para que a adaptação seja mais conveniente. Como existem diafragmas de várias medidas, com diâmetros que variam entre os 50 e os 100 mm, deve ser o médico a recomendar as dimensões mais adequadas após comprovar, através de um exame vaginal, as do colo do útero.
Método de utilização. O diafragma deve ser colocado até seis horas antes do coito, após a aplicação de gel ou creme espermicida na parte côncava e nas extremidades, devendo ser colocado nas mesmas posições utilizadas para se inserir um tampão: por exemplo, de cócoras ou apoiando-se uma perna sobre uma cadeira. Para se colocar o diafragma, deve-se manter o dispositivo entre os dedos indicador e polegar de uma mão, fazendo pressão para que o anel da extremidade se dobre e, enquanto se abre a entrada da vagina com a outra mão, colocar o diafragma dobrado até ao fundo do canal vaginal para revestir totalmente o colo do útero. Após a ejaculação, o diafragma deve ser mantido durante, no mínimo, seis horas, sem nunca superar as 24 horas. Caso se efectuem vários coitos, antes de cada um deve-se proceder à colocação de espermicida no fundo da vagina com a ajuda de um aplicador.
Pode-se remover o dispositivo facilmente, exercendo tracção com um dedo na extremidade do diafragma, retirando-o da vagina. Uma vez retirado, deve ser lavado com água e sabonete suave, deixando-o secar antes de o guardar numa caixa fechada e, caso se deseje, pode-se envolvê-lo com algodão para que se conserve melhor até à sua próxima utilização.
Vantagens e inconvenientes. Em relação às vantagens, deve-se destacar que, se o diafragma for bem utilizado, constitui um método contraceptivo inofensivo que em nada altera o funcionamento do aparelho genital. Para além disso, caso seja associado a espermicidas, também proporciona uma certa protecção, embora menor do que a do preservativo, face às doenças sexualmente transmissíveis.
Entre os inconvenientes, deve-se ter em conta que necessita de prescrição médica e que a sua utilização deve ser ensinada por um médico que comprove a correcta colocação por parte da utilizadora. Para além disso, deve-se respeitar as normas de cuidado mencionadas após cada utilização.
Por último, algumas mulheres não consideram conveniente terem de colocar o dispositivo antes do início da relação ou o facto de ter de o deixar colocado várias horas após o coito.
Eficácia. Caso esteja associado a um espermicida, o diafragma tem uma taxa de insucessos anual de 5 a 10%, embora as falhas sejam proporcionadas especialmente por uma má utilização. Caso seja utilizado correctamente, esta taxa de insucessos anuais pode diminuir para 2%.
Espermicidas
Topo 
Os espermicidas são agentes químicos utilizados para desactivar os espermatozóides presentes na vagina antes que penetrem no útero, sendo comercializados sob várias formas farmacêuticas e com vários tipos de aplicação: geles ou cremes colocados com a ajuda de um aplicador presente na embalagem, aerossóis ou espumas, cuja embalagem é igualmente constituída por um aplicador, e óvulos vaginais, supositórios ou comprimidos de consistência sólida, que devem ser directamente introduzidos na vagina com um dedo, unindo-se no seu interior.
Método de utilização. O produto espermicida, qualquer que seja a sua variedade, deve ser sempre colocado antes de cada coito, seguindo-se as instruções indicadas na embalagem. A colocação na vagina é simples, independentemente de ser com um dedo, em caso de comprimidos e supositórios vaginais, ou como acontece com os cremes e geles, com a ajuda de um aplicador semelhante a uma seringa. Os espermicidas devem ser colocados com uma certa antecedência do coito, variável em cada caso, pois embora os aerossóis, geles e cremes se distribuam rapidamente ao longo da vagina e apenas necessitem de alguns minutos de espera, os supositórios e os comprimidos levam entre 5 a 10 minutos para se derreterem e formarem uma película sobre o cérvix. Cada produto tem um período de tempo limitado, de meia hora a duas horas, tendo-se que proceder a uma nova aplicação, caso o coito não seja efectuado dentro desse período de tempo.
Vantagens e inconvenientes. Como vantagens, os espermicidas são simples de utilizar, embora seja extremamente importante seguir as instruções indicadas em cada caso na embalagem, não necessitando de prescrição ou vigilância médica. Para além disso, não têm efeitos secundários locais, nem gerais, embora algumas espumas produzam uma sensação de calor transitória.
Como inconvenientes, deve-se mencionar que devem ser aplicadas antes de cada coito e que necessitam de um tempo de espera que não pode ser reduzido. Em alguns casos raros, provocam reacções alérgicas que impossibilitam a utilização do produto.
Eficácia. Caso sejam utilizados isolados, os espermicidas têm uma taxa de insucesso anual de 10 a 15%, sobretudo por incumprimento das normas de utilização. Por outro lado, caso estejam associados a outros métodos, têm uma eficácia muito mais elevada, já que combinados com o diafragma evidenciam uma taxa de insucesso anual de 5 a 10% e, em associação com o preservativo, de O a 3%.
Informações adicionais
Conservação dos preservativos
Topo 
Um dos principais motivos de falhas na utilização dos preservativos consiste na sua deterioração devido a inadequadas condições de conservação, o que fa- vorece a sua ruptura. Neste sentido, é extremamente importante manter os preservativos num sítio fresco, já que tanto o calor como a humidade podem deteriorá-los, evitando levá-los durante muito tempo num bolso ou na carteira. Por outro lado, antes de se utilizar o preservativo, deve-se comprovar a data de validade impressa na embalagem, deitando-o no lixo quando a mesma já tiver sido ultrapassada.
Cápsula
Topo 
A cápsula é um pequeno disposiivo de borracha ou plástico duro com uma forma semelhante a um dedal, a qual deve ser colocada no fundo da vagina à volta do colo do útero, onde é mantida por um mecanismo de sucção, de modo a constituir uma barreira à passagem dos espermatozóides para o interior do útero. Como existem cápsulas de diferentes tamanhos, o médico deve comprovar o diâmetro do colo do útero da paciente, de modo a determinar, consoante cada caso específico, a que proporcione um efeito de vácuo que permita, depois de ser aplicada, a sua correcta manutenção à volta do cérvix. Embora este mecanismo desempenhe o mesmo papel que o diafragma, a sua utilização está recomendada para as mulheres que não podem utilizar este último dispositivo devido à presença de defeitos anatómicos do útero, como por exemplo a retroversão ou um prolapso, que dificultem a retenção do mesmo. Em relação à eficácia contraceptiva, é semelhante em ambos os métodos.
Esponja contraceptiva
Topo 
A esponja contraceptiva é uma almofada de poliuretano de forma circular, com cerca de 5 cm de diâmetro e 5 mm de espessura, impregnada de um produto espermicida e constituída por uma pequena argola para facilitar a sua extracção. A sua forma foi especialmente concebida para que, caso seja colocada no fundo da vagina, a face côncava revista o colo do útero e desempenhe três funções contraceptivas em simultâneo: libertar o agente espermicida, absorver o sémen depositado com a ejaculação e bloquear a entrada do útero. A colocação da esponja é muito simples, já que basta humedecê-la na água, de modo a activar o espermicida, e depois introduzi-la na vagina até que a face côncava revista o cérvix e a argola de extracção fique orientada para a vulva. Pode ser colocada num qualquer momento anterior à relação sexual e pode ser deixada na vagina durante, no máximo, vinte e quatro horas, embora se tenha que esperar seis horas após o último coito para a retirar. A eficácia deste método contraceptivo é, em termos gerais, semelhante à dos espermicidas, diafragma e cápsula.
Duração do diafragma
Topo 
Deve-se mudar de diafragma, no máximo, de dois em dois anos, mesmo que não pareça deteriorado, pois as próprias dimensões dos genitais internos podem alterar-se ao longo desse período de tempo, o que proporciona uma falha do método. Pelo mesmo motivo, deve-se igualmente proceder a uma alteração de diafragma após o parto, aborto ou perda de peso significativa. Apenas se deve seleccionar o tamanho do novo diafragma, após se deter- minar com precisão as dimensões do colo do útero da utilizadora.