A realização regular de uma série de exames médicos de vigilância ao longo do puerpério proporcionou uma redução significativa da modalidade materna ao longo desta fase crucial da vida.
A permanência na maternidade
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A permanência na maternidade no pós-parto imediato e os exames que médicos e enfermeiras realizam de forma praticamente contínua constituem a principal medida de prevenção em relação a eventuais complicações no puerpério, sobretudo as infecções e as hemorragias, que outrora provocavam uma elevada mortalidade. Como é óbvio, a presença e colaboração do corpo médico constituem igualmente a forma ideal para a mãe se orientar sobre os seus próprios cuidados e sobre os que o bebé necessita depois de a família regressar a casa.O tempo de permanência na maternidade varia, obviamente, consoante as características de cada caso específico. Todavia, caso não surja qualquer contratempo, a mulher deve, em condições normais, permanecer na maternidade cerca de quatro dias quando o parto se realizou por via vaginal e aproximadamente uma semana quando se efectuou uma cesariana.
Exames de rotina
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Enquanto a mulher permanecer na maternidade deve efectuar uma série de exames de rotina de forma praticamente permanente.Em primeiro lugar, deve-se proceder à inspecção, limpeza e cura das eventuais feridas consequentes do parto, como as da episiotomia ou cesariana, com o lógico objectivo de se favorecer a sua cicatrização, prevenir as hemorragias e infecções e aliviar os problemas gerados. Caso se tenha efectuado uma episiotomia com o intuito de se facilitar a saída do feto, os pontos de sutura utilizados costumam ser de material reabsorvível, desunindo-se ao fim de apenas quatro dias, antes que seja dada alta à mulher. Caso se tenha realizado uma cesariana, os pontos de sutura acabam por cair ao fim de cinco ou seis dias e, caso se tenham utilizado agrafos, costumam ser retirados ao fim de, no máximo, uma semana, na maioria dos casos antes que a mulher abandone a maternidade.Nas primeiras horas após o parto, deve-se verificar, sobretudo, através de uma palpação abdominal, se o "globo de segurança", a contracção intensa e sustentada que ocorre no útero ao longo deste período, se desenvolve normalmente, já que, caso tal não ocorra, deve-se proceder à administração de oxitocina, um produto que provoca precisamente a contracção do útero. Ao longo dos dias seguintes, deve-se comprovar, através de uma palpação abdominal, se o grau de involução ou redução do tamanho do útero corresponde ao período de tempo passado desde o parto. Por outro lado, deve-se observar e contabilizar as compressas utilizadas, de modo a controlar-se a quantidade e qualidade dos lóquios, pois se existir uma infecção as secreções passam a ser muito abundantes e emanam um odor fétido muito característico.
Os sinais vitais
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O principal objectivo dos frequentes exames realizados pelos médicos e enfermeiras, ao longo da permanência da mulher na maternidade, consiste na detecção de um eventual aparecimento de infecções e hemorragias, pois caso sejam detectadas prematuramente pode-se prevenir complicações mais graves, potencialmente mortais. Uma delas é a denominada febre puerperal, uma infecção que, embora se desenvolva inicialmente no útero, caso não se proceda ao seu devido tratamento, pode provocar uma infecção generalizada do organismo. Existem ainda outras complicações, como as hemorragias vaginais ou internas, provocadas por contracções uterinas inadequadas ou causadas por feridas produzidas durante o parto. Para além da observação e controlo dos pensos higiénicos utilizados pela mulher, a melhor maneira de prevenir e detectar prematuramente estas complicações é através da medição periódica dos denominados sinais vitais, os principais indicadores do funcionamento do organismo.Entre os parâmetros controlados regularmente destacam-se o pulso e a pressão arterial, já que o significativo aumento da frequência cardíaca ou a diminuição brusca ou severa da pressão arterial pode indiciar a produção de uma abundante perda de sangue. Caso ocorra, deve-se efectuar os devidos exames e, caso seja necessário, proceder-se à reparação cirúrgica do tecido danificado ou à administração de oxitocina, os métodos normalmente mais utilizados para travar este tipo de hemorragia.É igualmente fundamental proceder-se ao controlo da temperatura do corpo, efectuada várias vezes por dia, tendo em conta que um aumento persistente acima dos 38°C pode indicar o desenvolvimento de um processo infeccioso. Quando isso ocorre, deve-se realizar um estudo mais minucioso e, caso seja necessário, proceder à administração dos antibióticos específicos. Deve-se referir que, embora seja normal que a temperatura do corpo suba ligeiramente alguns dias após o parto, em coincidência com a "subida do leite", esse aumento térmico não deve exceder os 38°C, nem persistir durante mais de 24 horas.
Informações adicionais
O médico responde
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Em que consiste e para que serve a famosa "consulta da quarentena"?
A finalidade desta consulta, realizada ao fim de seis semanas, ou quarenta dias, é comprovar se o estado geral da mulher regressou ao normal no final do puerpério, ao longo do qual o médico deve realizar uma revisão física e um exame ginecológico completo. A consulta constitui Igualmente uma oportunidade excelente para que a mulher exponha todos os seus receios e também para que o médico verifique se já existem condições para que reinicie as relações sexuais. Para além disso, é ao longo da consulta que se deve estabelecer os cuidados e exames que devem ser posteriormente realizados.
Motivo de consulta
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Embora as complicações também possam surgir após o regresso a casa, na maioria dos casos, a mulher não sabe em que situações ou perante que tipo de sinais ou sintomas deve consultar o médico antes da consulta da quarentena. Em caso de febre, hemorragia vaginal, inchaço ou dor nos membros inferiores e sensação de aperto ou dor torácica deve-se consultar o médico o mais rápido possível. Embora estas circunstâncias possam ser originadas por um vasto leque de circunstâncias e não originem situações graves, podem indiciar o aparecimento de complicações graves no puerpério; por isso, caso se comprove a sua presença, o médico deve estabelecer a sua origem e, caso seja necessário, determinar o tratamento adequado.