Puerpério - cuidados gerais

Ao longo do puerpério, a mulher deve ter um especial cuidado com a higiene pessoal, a alimentação, a actividade física e o retomar das relações sexuais.

Higiene pessoal

Topo A higiene pessoal durante o puerpério baseia-se na realização de lavagens na zona vulvoperineal e no duche, já que o banho de imersão encontra-se expressamente contra-indicado até que se comprove, após a revisão de quarentena, a total recuperação dos órgãos genitais. Deve-se fazer algumas considerações conforme se tenha realizado um parto por via vaginal ou uma cesariana.

Caso se tenha realizado o parto por via vaginal, a mulher pode começar a tomar duche mesmo que não se sinta em condições para caminhar, o que costuma acontecer ao longo das primeiras 24 horas. De qualquer forma, pode-se lavar no bidé, embora deva evitar que a água incida directamente sobre os seus genitais. Caso tenha efectuado uma episiotomia, a mulher deve procurar não exercer pressões ou atritos sobre a ferida, sendo preferível que seque a zona com papel absorvente ou até que utilize um secador de cabelo no frio, em vez de esfregar a zona com uma toalha, de modo a não aumentar os problemas, facilitar a cicatrização e prevenir uma eventual infecção. Com o mesmo fim, deve-se absorver os lóquios através da utilização de pensos higiénicos em vez da utilização de tampões internos, que se encontram contra-indicados durante toda a quarentena.

Mesmo quando a mulher tenha sido submetida a uma cesariana, pode tomar duche assim que estiver em condições de se levantar, pois o penso abdominal está coberto por uma protecção impermeável que impede a sutura de se molhar. A sutura deve ser vigiada regularmente e o penso substituído de acordo com a periodicidade estabelecida pelo médico, com o objectivo de se evitar infecções locais.

Alimentação

Topo Quando se efectuou o parto por via vaginal e sem anestesia geral, a mulher pode começar a ingerir líquidos de forma imediata e alimentos sólidos ao fim de duas ou três horas, mas caso se tenha recorrido a uma anestesia geral não poderá tomar nada durante algumas horas, até que se encontre totalmente recuperada. Caso se tenha efectuado uma cesariana, ao longo do primeiro dia, a mãe costuma ser alimentada através de soro e a partir do segundo já pode iniciar uma dieta que vá progressivamente passando de alimentos líquidos para sólidos.

Ao fim de alguns dias, altura em que a mulher já se encontra totalmente recuperada, pode seguir uma dieta equilibrada normal. Quando a mãe der de mamar ao seu filho deve procurar que o leite seja constituído pelas substâncias que o bebé necessita, de modo a não provocar um défice nutritivo, o que a obriga a introduzir certas adaptações. Em termos gerais, a mulher que amamenta deve ingerir um suplemento diário de 500 cal, incluindo 50 g de proteínas e doses complementares de vitaminas e minerais, sobretudo cálcio, na dieta. A assimilação destes suplementos nutritivos deve basear-se em alimentos ricos em proteínas animais, tais como carne, peixe e ovos, e no consumo de leite ou derivados lácteos, devido ao seu conteúdo em cálcio, frutas e verduras variadas, ricas em vitaminas, cuja fibra vegetal irá contribuir para o combate à obstipação.

Por outro lado, convém que se aumente a ingestão de líquidos, idependentemente de ser através do consumo de água ou de sumos de frutas, infusões e caldos. Por outro lado, deve-se evitar o café, os refrigerantes com cafeína e, como é óbvio, as bebidas alcoólicas, pois as substâncias psicoactivas nelas presentes podem passar para o leite da mãe e penetrar no organismo do bebé. A mulher que amamenta deve igualmente evitar o consumo de alimentos aromáticos, como a couve, brócolos, espargos, alhos e alcachofras, pois podem ter repercussões negativas, como é o caso da alteração do sabor do leite, o que poderia proporcionar um acto de rejeição por parte do bebé.

Actividade física

Topo Embora a mulher, nas horas seguintes ao parto, se deva manter em repouso na cama, deve igualmente começar a realizar movimentos de flexão e extensão das pernas e dos pés, de modo a prevenir a formação de coágulos no interior dos vasos sanguíneos dos membros. Algum tempo depois, pode começar a levantar-se, por exemplo para tomar banho, e ao fim de cerca de três dias já se poderá deslocar com uma certa liberdade, embora não deva tentar permanecer muito tempo de pé, de modo a prevenir um eventual prolapso uterino.

Por outro lado, a mulher deve manter o repouso relativo durante aproximadamente uma semana, ou seja, na maioria dos casos até depois do regresso a casa. A partir dessa altura, a mulher pode começar a desenvolver as suas actividades quotidianas, embora de forma gradual e com vista a evitar os esforços e movimentos bruscos.

Dado que a mulher costuma, ao longo da quarentena, recuperar paulatinamente a força da musculatura abdominal, favorecer as estruturas da pélvis e corrigir os desvios da coluna vertebral, o que também contribui para a recuperação da silhueta que tinha antes da gravidez, apenas deve aumentar a actividade física de forma gradual, devendo igualmente efectuar uma rotina de exercícios, sempre sob a recomendação e vigilância do médico, que embora sejam semelhantes aos realizados nos cursos para as grávidas anteriores ao parto, devem ser ajustados às necessidades específicas.
Para saber mais consulte o seu Obstetrícista / Ginecologista
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