Esta complicação da gravidez corresponde a uma acumulação excessiva do líquido amniótico, no qual o feto se encontra imerso.
Causas
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O líquido presente no saco amniótico é constantemente renovado, já que é produzido e reabsorvido, de forma contínua, em quantidades mais ou menos equivalentes, atingindo os 350 ml/hora quando a gravidez já está avançada. Dado que o saco amniótico costuma acumular mais de 1,5 1 no seu interior, considera-se que existe um hidrâmnios quando esta quantidade ultrapassa os 2 1. Embora as causas desta acumulação excessiva sejam, na maioria dos casos, desconhecidas, pensa-se que pode ser originada por algum distúrbio na formação ou, sobretudo, na reabsorção de líquido amniótico de causas ainda não indeterminadas. Por vezes, o problema está relacionado com uma gravidez múltipla, tendo em conta que se evidencia em cerca de 10% das gravidezes com mais de um feto. Noutros casos, são originados por uma malformação fetal congénita, como a anencefalia ou a atresia esofágica, ou por uma muito menos grave, como a estenose duodenal. Por último, o problema pode igualmente ser favorecido por uma doença da mãe, como é o caso da diabetes, sobretudo se não for controlada.
Evolução e consequências
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O hidrâmnios costuma desenvolver-se de forma lenta e gradual ao longo de algumas semanas, muitas vezes sem chegar a provocar problemas. Todavia, à medida que a acumulação de líquido vai aumentando, a mulher começa a detectar uma sen- sação de peso no abdómen e um crescimento evidente do útero, que pode comprimir os vasos sanguíneos que drenam o sangue proveniente dos membros inferiores e provocar edemas, Quando a gravidez está avançada, a acumulação de líquido em excesso pode favorecer a ruptura prematura da bolsa das águas, provocando um adiantamento do parto ou fazendo com que o feto adopte uma postura inadequada, o que dificulta o parto,São raros os casos em que o hidrâmnios se forma rapidamente, em poucos dias, chegando a acumular quantidades exageradas de líquido amniótico, até 10 ou 15 1. Nestes casos, os problemas, nomeadamente dores abdominais, vómitos e dificuldade respiratória devido à dilatação do útero, são mais intensos. O maior perigo é o facto de o problema provocar um parto demasiado prematuro, numa fase em que o feto ainda não alcançou um amadurecimento suficiente, ou favorecer o desenvolvimento prematuro da placenta ou complicações do parto.
Informações adicionais
Diagnóstico e tratamento
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Embora existam imensos casos em que é o médico a detectar o problema numa consulta de vigilância, por vezes, é a mulher que consulta o médico depois de observar um crescimento excessivo do útero em relação à fase da gravidez, ao ter uma sensação de peso no abdómen ou ao não sentir os movimentos do feto. O diagnóstico costuma ser confirmado através da realização de uma ecografia, que também pode ser utilizada para se comprovar se existe uma gravidez múltipla e para descobrir se o problema é ou não provocado por malformações fetais.
Caso a acumulação de líquido amniótico não seja exagerada e não provoque problemas, não é necessário proceder-se a nenhum tipo de tratamento, embora se deva acompanhar rigorosamente a evolução da gravidez e o estado do feto. Caso a acumulação seja muito significativa e, sobretudo, se provocar problemas intensos, é possível que o médico decida realizar uma punção através da parede abdominal, com a ajuda de uma ecografia, de modo a evacuar o excesso, Pode igualmente ser conveniente proceder-se à evacuação do líquido amniótico no momento do parto com o intuito de se aumentar a eficácia das contracções uterinas.