Práticas sexuais

Ao contrário dos animais, cujo comportamento sexual se encontra estereotipado conforme cada espécie, os seres humanos têm uma sexualidade muito rica e extraordinariamente variada.

Beijos e carícias

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Os vários tipos de beijos e carícias, pertencentes ao jogo amoroso preliminar ao coito, podem constituir só por si verdadeiras práticas sexuais. De facto, constituem as práticas sexuais predominantes de muitos adolescentes, embora entre os adultos também exista quem encontre neste tipo de contactos a forma ideal para satisfazer os seus desejos sexuais.

Os beijos na boca, sobretudo os denominados "íntimos", com contacto entre as línguas, são uma forma de contacto sexual muito comum, embora existam sociedades em que são repudiados. No entanto, a estimulação bucal de qualquer parte do corpo pode desencadear uma resposta sexual. O mesmo se pode dizer dos vários tipos de carícias, suaves ou enérgicas, rápidas ou lentas, sobre a roupa ou sobre o corpo nu, que são agradáveis para praticamente todo o mundo, existindo até quem desfrute com um beijo tanto como com o coito ou mesmo mais, A estimulação dos seios femininos, constituídos por uma inervação sensitiva muito rica, é uma prática muito comum e que pode conduzir algumas mulheres ao orgasmo, enquanto que as carícias nos peitos masculinos não são tão comuns, embora também constituam, para alguns homens, uma inegável fonte de prazer.

As estimulações dos genitais, tanto as manuais como as bucais, normalmente designadas por "sexo oral", merecem ser comentadas em separado. As carícias nos genitais constituem a fonte de estimulação sexual mais comum, independentemente de ser como prática independente ou como preparação ou complemento durante o coito. Tanto a estimulação manual da vulva como a sua estimulação bucal, denominada cunnilingus, costuma conduzir as mulheres ao orgasmo com maior facilidade do que o próprio coito vaginal e, para algumas, chega até a ser a única forma de chegar ao ponto culminante da resposta sexual. Para além disso, as carícias do pénis e a sua estimulação bucal, denominada "felação", podem igualmente provocar uma resposta sexual completa. Deve-se, no entanto, destacar que, embora algumas pessoas gostem particularmente destas práticas, outras não as aceitam ou até repudiam-nas. De facto, várias pesquisas mostram uma distribuição desigual nos vários sectores da sociedade, sendo mais comuns entre pessoas com níveis educacionais superiores.

Coito vaginal

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A introdução do pénis erecto na vagina, na designada cópula e à qual se costuma fazer referência quando se fala de "acto sexual", é a prática mais comum em todas as sociedades, por vezes a única. Os movimentos do pénis no interior do canal vaginal representam uma estimulação que costuma conduzir o homem ao orgasmo, embora não ocorra necessariamente o mesmo com a mulher, para quem a estimulação directa do clítoris é mais eficaz. Para além disso, como os ritmos dos dois membros do casal costumam ser diferentes, a resposta sexual masculina tem a tendência para se desenvolver de forma mais rápida do que a feminina, o que justifica o facto de o homem ejacular quando a mulher ainda não atingiu o orgasmo e de o acto acabar antes que a mulher alcance o ponto culminante da resposta sexual.

As posições que se podem adoptar para a realização do coito vaginal são inúmeras e muito variadas. A mais comum é a denominada "posição de missionário", em que a mulher deve estar deitada de barriga para cima e o homem por cima desta. No entanto, as possibilidades são tantas que podem até ser classificadas segundo vários parâmetros, por exemplo, cara a cara (como a referida ou com o homem deitado e a mulher colocada ou sentada por cima dele), com penetração por trás (a mais comum consiste na mulher apoiar os braços e os cotovelos e subir as nádegas para que o homem se mantenha de joelhos por trás), com ambos de lado, sentados ou até de pé... As vantagens e os inconvenientes variam de posição para posição: o coito cara a cara permite que o casal se veja e se beije, mas quando o homem está por cima da mulher e apoiado sobre as suas mãos não pode acariciá-la; o coito com a mulher sentada por cima do homem permite que esta controle o ritmo e o grau de penetração, embora o homem se possa sentir incomodado ao manter uma atitude passiva; o coito por trás permite ao homem uma penetração mais profunda, mas existem mulheres que se sentem incomodadas com esta posição...

De facto, as possibilidades são tantas quanto a imaginação e as condições físicas o permitam e o grau de gratificação que possam proporcionar depende exclusivamente dos envolvidos. Todavia, existe uma série de livros de posições eróticas que descrevem grandes acrobacias muito sugestivas enquanto ilustração, mas que na prática são quase impossíveis de realizar. Todavia, nenhuma das posições que um casal pretenda tentar, por mais estranha que pareça, pode ser considerada "anormal". De facto, praticamente todas as posições já formam descritas e a maioria encontra-se incluída em obras tão populares como o Kama Sutra, escrito no século III da nossa era e considerado o mais antigo manual amoroso hindu conhecido.

Informações adicionais

O médico responde

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Existem pessoas que apenas praticam sexo uma vez por semana e outras que o fazem várias vezes por dia. Qual é a frequência considerada normal?

Quando o assunto engloba sexualidade e os muitos outros aspectos relacionados, é muito difícil falar de "normalidade", sobretudo quando este conceito pode provocar uma confusão entre o que é "habitual", o que constitui uma questão puramente estatística, e o que é "natural", algo que já é um pouco qualitativo e uma coisa não tem que estar necessariamente relacionada com a outra. De facto, algumas pessoas podem considerar uma determinada frequência do acto sexual como reduzida enquanto que para outras essa mesma frequência pode ser exagerada. Isto sem ter em conta que, para além das motivações pessoais, a sexualidade também pode ser influenciada pela disponibilidade, eventuais limitações físicas que possam obstruir a prática sexual e inúmeras circunstâncias especificas. Como é óbvio, a frequência de um casal de recém-casados não será a mesma do que a de um casal casado há décadas. Mais importante do que a quantidade é o nível de gratificação obtido pelas práticas sexuais, qualquer que seja a sua frequência. Actualmente, existem pessoas que se sentem insatisfeitas mesmo que pratiquem mais de trinta coitos por semana, enquanto outras ficam realizadas com um por mês ou vários meses...

Masturbação

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A auto-estimulação dos genitais é uma prática sexual pertencente ao denominado auto-erotismo e é uma prática perfeitamente comum em pessoas de ambos os sexos durante toda a vida. De facto, a masturbação faz parte da vida sexual dos animais e do ser humano; se tanto os rapazes e as raparigas têm a tendência para se tocarem desde a mais tenra infância, a auto-estimu- lação começa a aumentar significativamente durante a adolescência, constituindo um dos primeiros passos da aprendizagem sexual, sendo igualmente inúmeros os homens e as mulheres que continuam a masturbar-se de maneira ocasional ou regular na idade adulta, independentemente da realização de outras práticas sexuais.

Apesar de tudo, a masturbação foi durante muito tempo condenada, sobretudo a partir da publicação da obra De l'Onanisme, do suíço Tissot no século XVIII, que a definia como uma prática nociva e prejudicial, embora não tivesse qual- quer fundamento científico. Esta condenação foi apoiada pelos círculos religiosos católicos, já que se trata de uma prática sexual que não visa a reprodução. De qualquer forma, deixando de lado as questões de índole moral, actualmente, está perfeitamente demonstrado que a masturbação não provoca qualquer prejuízo para a saúde e os estudiosos referem mesmo que a masturbação constitui a fórmula ideal para o conhecimento do próprio corpo e da forma como cada um responde à estimulação sexual.

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