Denomina-se mastite a inflamação da mama, perturbação que geralmente é causada por uma infecção e cuja evolução depende de caso para caso, uma vez que pode ter uma evolução aguda ou um desenvolvimento crónico.
Mastite aguda
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A mastite aguda costuma ser consequência de uma infecção de natureza bacteriana, provocada por microorganismos que conseguem alcançar o interior da mama através de diferentes vias. O mais habitual é que os microorganismos penetrem na mama pelo mamilo, através dos orifícios dos canais galactóforos; este mecanismo de infecção é mais frequente no período de amamentação, quando os canais galactóforos estão dilatados e cheios de secreções. Também é possível que cheguem microorganismos por via sanguínea, como pode acontecer durante infecções generalizadas do organismo, ou por via linfática, a partir de lesões dérmicas localizadas no mamilo ou na aréola.Embora a mastite possa ocorrer em qualquer momento da vida, a forma mais comum é a mastite puerperal, que se desenvolve durante o período de amamentação. A perturbação manifesta-se de forma súbita, com o aparecimento de uma zona mais ou menos extensa, avermelhada, dolorosa, tumefacta e quente. Por vezes, a infecção estende-se pelos vasos linfáticos da zona, linhas roxas visíveis por baixo da pele do seio em direcção à axila. Mais tarde ou mais cedo, às manifestações locais associam-se outras como febre, por vezes acompanhada por arrepios e sensação de mal-estar.Um tratamento imediato, baseado na administração de antibióticos, costuma resolver o problema em pouco tempo. Pelo contrário, se o tratamento for tardio, é frequente gerar-se um abcesso mamário, ou seja, uma acumulação de pus no interior da mama, possível ponto de origem de uma mastite crónica. Quando o abcesso é muito superficial, o pus pode ser drenado através da pele, mas normalmente não chega a esvaziar-se por completo e volta a formar-se. Além da administração de antibióticos, o tratamento do abcesso requer a intervenção de um médico para drenar por completo o pus contido no seu interior.
Mastite crónica
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A mastite crónica é um processo inflamatório que tem uma evolução lenta e progressiva. Normalmente, deve-se a uma infecção aguda mal curada ou a um abcesso que não foi totalmente drenado, sendo o ponto de partida para uma infecção persistente do tecido mamário. Por vezes, o problema pode ser consequente de um traumatismo mamário.A perturbação desenvolve-se de forma insidiosa, muitas vezes na sequência de uma mastite aguda aparentemente curada, e os sinais e sintomas são mais inespecíficos do que os de um quadro inflamatório agudo. É habitual a formação de uma ou várias massas endurecidas na profundidade da mama, de contornos irregulares e que provocam dor. Se forem superficiais, estes nódulos podem estar colados à pele, cuja superfície pode estar avermelhada, tensa ou retraída. A intensidade destes sinais e sintomas é muito variável, sendo comum que persistam durante muito tempo, atenuando-se em alguns períodos e agravando-se noutros. De facto, raramente o problema se resolve espontaneamente, uma vez que os focos infecciosos se mantêm activos até que se proceda ao tratamento adequado, o qual costuma requerer, além da administração de antibióticos, a extracção cirúrgica dos tecidos infectados.
Galactoforite crónica
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Esta patologia corresponde a um tipo especial de mastite, que se produz no período da amamentação a partir de infecções repetidas nos canais galactóforos, passando estas despercebidas, pois podem não dar lugar a sinais e sintomas específicos. Estas infecções são favorecidas por secreções lácteas espessas que se acumulam na parte terminal dos canais, junto ao mamilo, e provocam uma inflamação persistente. Progressivamente, os canais vão-se obstruindo ao mesmo tempo que as suas paredes ficam danificadas e se dilatam, acumulando pus no seu interior. Como o pus não pode sair para o exterior através do mamilo, porque os canais infectados estão bloqueados, constituem-se autênticos abcessos, cujo conteúdo tende a elaborar vias de drenagem para o exterior através do tecido mamário, formando-se fístulas que afluem aos pontos mais débeis da superfície da mama, geralmente na união do mamilo com a aréola, por onde saem secreções purulentas de uma forma recorrente. É muito difícil que o problema, chegado a este ponto de evolução, se solucione espontaneamente ou simplesmente com a administração de antibióticos - é preciso recorrer à drenagem cirúrgica das fístulas e do tecido adjacente alterado.
Informações adicionais
Mastite do recém-nascido
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Esta inflamação é muito comum nos recém-nascidos. Caracteriza-se por uma tumefacção nas mamas, durante as horas que se seguem ao parto. Na grande maioria das vezes, não se trata de uma mastite de natureza infecciosa, devendo-se a uma actividade transitória das glândulas mamárias, estimuladas pelas hormonas maternas recebidas pelo bebé antes do nascimento. Nos primeiros dias de vida, é possível que as mamas produzam uma secreção semelhante ao leite, que se denomina popularmente "leite das bruxas". Trata-se de um processo natural que não requer nenhum tratamento específico, já que a tumefacção mamária diminui à medida que decrescem os níveis de hormonas recebidas da mãe pelo organismo do bebé. É muito importante não espremer as mamas tumefactas do bebé com a intenção de extrair as secreções, uma vez que tal acção poderia desencadear uma verdadeira infecção.
Prevenção
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• Durante a amamentação, adoptar as medidas adequadas para prevenir a formação de fissuras no mamilo e, caso apareçam, utilizar uma protecção durante o aleitamento até à cura.
• Lavar os seios e secá-los bem, antes e depois de cada mamada.