Fisiologia - Mama

Os seios têm como função específica a produção de leite para alimentar o bebé, o que só acontece após uma gravidez, embora sofram modificações cíclicas durante toda a fase reprodutora feminina.

Modificações mamárias no ciclo menstrual

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Na puberdade, coincidindo com o aparecimento da menstruação, os seios já têm um nível de desenvolvimento que lhes permite estar prontos para cumprir a sua missão básica: a secreção de leite. Como é lógico, essa função apenas se torna efectiva no caso de se produzir uma gravidez, depois do parto, uma vez que a secreção láctea tem a função de alimentar o recém-nascido. No entanto, em cada ciclo menstrual, sob a influência das hormonas ováricas, os seios sofrem uma série de modificações típicas como preparação para uma eventual gravidez: se depois da ovulação se produzir uma fecundação, as alterações continuam até que os seios estejam completamente prontos para a amamentação; caso não haja fecundação, as modificações sofridas revertem e os seios voltam ao seu estado anterior.

Na primeira fase do ciclo, sob a influência dos estrogénios segregados pelos folículos ováricos em desenvolvimento, dá-se uma proliferação das células dos canais galactóforos. Assim, a partir do oitavo dia do ciclo, já pode ser sentido um ligeiro aumento do volume dos seios.

Na segunda fase do ciclo, depois da ovulação, a progesterona segregada pelo corpo lúteo induz o desenvolvimento dos ácinos glandulares, ao mesmo tempo que provoca uma certa retenção de água no organismo. Consequentemente, provoca um novo aumento de volume dos seios.

Se não houver fecundação, o corpo láteo atrofia-se ao fim de duas semanas de ocorrida a ovulação e os níveis das hormonas femininas descem bruscamente, dando lugar à menstruação e, ao mesmo tempo, implicando uma redução da actividade do tecido mamário. Assim, coincidindo com a menstruação, os seios perdem tamanho e consistência. No ciclo seguinte, quando os ovários recomeçam a sua produção hormonal, voltam a reproduzir-se nas mamas as modificações descritas. Apenas quando num ciclo houver fecundação, os seios, sob a influência das hormonas segregadas durante a gravidez, continuarão a sua preparação para a amamentação.

Secreção láctea

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A actividade funcional dos seios, que corresponde à secreção de leite materno, apenas se desenvolve depois do parto, durante o período conhecido como lactância. Ao longo da gravidez, como resposta às influências hormonais que se produzem no organismo da mulher, sobretudo sob a influência da progesterona, os seios sofrem notórias modificações. Logo a partir do primeiro mês de gestação, pode-se verificar uma notória proliferação dos canais galactóforos, facto que determina um aumento do volume dos seios, um dos primeiros sinais de gravidez. Na última fase da gestação, produz-se também uma proliferação dos ácinos glandulares, ficando as mamas preparadas para iniciar a sua actividade secretora.

A secreção láctea inicia-se pouco depois do parto, graças à influência da hormona hipofisária denominada prolactina, que actua sobre as células glandulares das mamas e indu-las a fabricar uma mistura de água, açúcares, proteínas e outras substâncias - o leite materno. Nos dias posteriores ao parto, os seios segregam um líquido espesso amarelado, denominado colostro, e so- mente no quarto ou quinto dia pós-parto se assiste à denominada "subida do leite" - a partir daqui, os seios produzirão este valioso alimento para o recém-nascido.

A secreção láctea persiste enquanto se continuar a dar peito ao bebé para se alimentar: a própria sucção por parte do bebé gera estímulos que actuam sobre o hipotálamo e determinam a libertação de prolactina por parte da hipófise. Através do mesmo mecanismo também se liberta a hormona denominada oxitocina, que provoca a contracção das diminutas fibras musculares que rodeiam os ácinos e os canais da glândula mamária - assim, os seios esvaziam o seu conteúdo, o leite é "impulsionado" para o exterior e facilita-se a alimentação do bebé.

Quando se interrompe a amamentação, a ausência do estímulo que consiste na sucção do bebé durante as mamadas determina a diminuição da secreção de leite até cessar por completo, uma vez que a hipófise deixa de libertar prolactina. Pouco a pouco, os tecidos glandulares mamários regridem e os seios voltam ao estado de repouso anterior ao parto. Recomeçam, então, as modificações cíclicas induzidas pela actividade ovárica até que haja uma nova gravidez ou até que chegue a menopausa - aí, o fim da função ovárica determina uma progressiva redução da glândula mamária, cujas estruturas vão sendo substituídas por tecido adiposo.

Informações adicionais

Galactorreia

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É denominada galactorreia a secreção láctea que acontece fora do período de amamentação. Trata-se de uma perturbação funcional mamária, uma alteração que pode surgir em ambos os sexos, embora seja mais comum no feminino. Esta secreção láctea, que se evidencia como um derrame branco que surge pelos mamilos de forma espontânea ou ao comprimir o peito, costuma obedecer a uma produção anómala de prolactina, uma hormona hipofisária, cuias causas podem ser muito variadas.

Em alguns casos, o problema radica no desenvolvimento de um tumor na hipófise que produz um excesso de prolactina, embora não seja o mais frequente. Convém ter em conta que a hipófise é submetida a uma regulação por parte do hipotálamo, estrutura que controla a actividade do sistema endócrino e mantém múltiplas conexões com o sistema nervoso central: podem dar-se falhas na função do hipotálamo que, entre outros efeitos, impliquem uma elaboração hipofisária de prolactina e a subsequente galactorreia, ou vários desequilíbrios hormonais ou factores psicológicos, como por exemplo stresse ou problemas emocionais. Por vezes, a perturbação deve-se a uma alteração localizada na parede torácica ou simplesmente a uma estimulação mecânica repetida sobre os mamilos, a qual desencadeia impulsos nervosos que "enganam" o hipotálamo e indirectamente induzem a produção de prolactina.

Ginecomastia

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Denomina-se ginecomastia o aumento do volume das mamas no homem.

Nos indivíduos do sexo masculino, normalmente, as glândulas mamárias permanecem atrofiadas durante toda a vida, já que o seu desenvolvimento depende do estímulo das hormonas femininas. A verdade é que, em alguns casos, se produz uma ginecomastia transitória durante a puberdade, provocada pela grande estimulação hormonal nesta fase da vida, o que não indica nenhuma alteração do desenvolvimento sexual masculino e não deve causar preocupação, pois costuma reverter de forma espontânea ao fim de algum tempo; só se persistir depois da puberdade e gerar angústia ao jovem, poderá ser considerada a conveniência de uma intervenção cirúrgica para extrair o tecido em excesso. Igualmente por razões ainda não bem clarificadas, há casos de ginecomastia em adultos, muitas vezes com o aumento de volume de uma só mama, embora a perturbação também reverta espontaneamente ao fim de algum tempo.

A hipertrofia mamária costuma dever-se à existência de alguma perturbação que implique o aumento dos níveis de estrogénios, como pode acontecer no decurso de algumas doenças do fígado, por exemplo a cirrose, uma vez que é alterada a desactivação das hormonas que geralmente são produzidas neste órgão. Alguns tumores da glândula supra-renal, do testículo, do pulmão e do intestino podem também segregar estrogénios ou substâncias de efeitos similares. Por outro lado, vários medicamentos, como antidepressivos, cardiotónicos e anti-hipertensores, podem originar como efeito secundário uma ginecomastia. Os possíveis motivos de uma eventual ginecomastia são, portanto, muito variados: qualquer aumento de tamanho das mamas no homem requer uma consulta médica para determinar a sua origem e decidir a actuação terapêutica mais adequada em cada caso.

Para saber mais consulte o seu Cirurgião Geral ou o seu Obstetrícista / Ginecologista
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