O cancro da vagina, felizmente pouco frequente, manifesta-se através de hemorragias vaginais, sobretudo após o coito.
Causas e frequência
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Os tumores malignos da vagina são aglomerações de células anómalas da mucosa vaginal, cuja multiplicação, mais rápida do que o habitual, acaba por provocar a invasão dos tecidos e órgãos vizinhos, com o passar do tempo, e a sua disseminação através da linfa e do sangue, formando metástases ou tumores secundários nos gânglios linfáticos e noutros órgãos mais ou menos afastados.Por outro lado, observou-se que o cancro da vagina é mais frequente nas filhas de mulheres tratadas, ao longo da gravidez, com dietilestilbestrol (DES), uma hormona antigamente utilizada na prevenção do aborto espontâneo, e nas mulheres com antecedentes de infecções vaginais de natureza viral, nomeadamente as provocadas pelo vírus do herpes simplex do tipo 2 (HSV-2). No entanto, à semelhança de todos os cancros, ainda não se conhece com precisão as causas e os mecanismos que provocam a formação dos tumores malignos da vagina.Em relação à sua frequência, de acordo com dados estatísticos, o cancro da vagina apenas constitui cerca de 1% do total dos tumores malignos do aparelho genital feminino.
Manifestações e evolução
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Dado que os tumores malignos da vagina afectam, sobretudo, o septo posterior do terço superior do órgão, a região mais afastada da vulva, costumam passar despercebidos até que comecem a surgir episódios repetidos de hemorragias vaginais. Ainda que estas hemorragias, de sangue fresco e vermelho vivo, costumem ser espontâneas, manifestam-se essencialmente quando o tumor, por qualquer motivo, sofre atritos - por isso, normalmente, em especial nas fases iniciais, evidenciam-se durante ou imediatamente após o coito. Todavia, como a compressão da lesão provoca uma certa dor, as relações sexuais costumam ser desconfortáveis ou até mesmo impraticáveis. Por fim, é igualmente frequente que o tumor infecte, o que pode provocar hemorragias vaginais anómalas, por vezes purulentas.Caso o tumor maligno não seja detectado e tratado nas fases iniciais, continua a disseminar-se ao longo da mucosa, penetrando nas camadas profundas do septo vaginal e acabando por, mais tarde ou mais cedo, infiltrar os órgãos vizinhos, nomeadamente a bexiga e o recto. Como consequência, nas fases avançadas pode-se observar um aumento da frequência das micções, desconforto ou dor durante a defecação e uma falsa sensação de necessidade de urinar e defecar. Por fim, nas etapas mais avançadas, as células cancerosas disseminam-se através do organismo até pontos mais ou menos afastados do foco original, proporcionando a formação de metástases.
Informações adicionais
Tratamento
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O tratamento varia consoante alocalização e extensão do tumor. Caso seja detectado nas fases iniciais, altura em que as células malignas ainda não invadiram o septo vaginal, a lesão pode ser extraída totalmente através de procedimentos cirúrgicos simples, com os quais se obtém a cura. Por outro lado, nas fases avançadas, deve-se recorrer à extracção cirúrgica de um sector da vagina, normalmente o terço superior, do útero e dos gânglios linfáticos da região. Em muitos casos, sobretudo quando o tratamento é iniciado tardiamente, deve-se igualmente recorrer a sessões de radioterapia e/ou quimioterapia, como complemento da cirurgia ou de forma independente.