A água é um elemento fundamental para a vida, pois é um componente básico da matéria orgânica e constitui o meio onde se desenvolvem todas as reacções bioquímicas do organismo.
Estrutura química
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A água pura é um líquido sem cor, odor ou sabor, formado por dois elementos químicos: oxigénio (0) e hidrogénio (H). Uma molécula de água é composta por um átomo de oxigénio e dois átomos de hidrogénio, o que justifica o facto de a sua fórmula química ser H20. Trata-se de um composto, amplamente difundido na natureza, e de um constituinte básico de todos os seres vivos, incluindo, como é óbvio, o ser humano. Sabemos que a vida tem origem na água e que foi num meio aquoso que surgiram os primeiros seres vivos: órgãos unicelulares, cujo principal componente era a água, pois era na água circundante que obtinham os elementos necessários e para onde expulsavam os seus dejectos. O ser humano é muito mais complexo, pois é formado por milhões de milhões de células e, tendo a mesma dependência da água, vê-se obrigado a consumi-la regularmente através da ingestão de bebidas e alimentos.
Funções
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O papel da água no organismo é essencial, já que todas as reacções químicas necessárias para a vida só podem ser realizadas, tanto no interior como no exterior das células, num meio aquoso. Além disso, a água é o veículo que permite a incorporação dos nutrientes no intestino, que transporta uma infinidade de elementos dissolvidos ou em suspensão no sangue e que arrasta os resíduos tóxicos até ao exterior do organismo... Falar de vida, de funcionamento celular ou orgânico é, definitivamente, falar de processos físicos e químicos que dependem da presença de água.A água não é só importante do ponto de vista qualitativo no nosso organismo, também o é do ponto de vista quantitativo, pois é o principal componente do corpo humano. De facto, mais de metade da massa corporal corresponde a água, apesar de a percentagem variar com a idade: no feto, cerca de 90%; no recém-nascido, cerca de 80%; na criança, sensivelmente 70%; no adulto, entre 60 e 64%; e no idoso, cerca de 55%. A água encontra-se tanto no interior das células como no espaço intercelular e em determinados compartimentos específicos como, por exemplo, o aparelho cardiovascular. Sensivelmente 2/3 do total da água armazenada no corpo, cerca de 66%, correspondem à água presente no interior das células, o designado líquido intracelular. Cerca de 25% do total está distribuído entre as células que constituem os tecidos o denominado líquido intercelular. O restante, cerca de 10% do total, corresponde ao líquido extracelular, que faz parte do sangue, da linfa e de outras secreções orgânicas.
Equilíbrio hídrico
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O organismo humano perde constantemente água por diversas vias e, por isso, é preciso ingerir uma quantidade equivalente para manter níveis estáveis e para assegurar o equilíbrio hídrico. Como é natural, o organismo dispõe de vários mecanismos que permitem regular as perdas e adequar-se à assimilação disponível. No entanto, tudo isto é relativo. Caso as perdas básicas sejam superiores à assimilação, o equilíbrio hídrico será negativo, o que proporcionará um progressivo estado de desidratação que, se chegar a um determinado ponto, torna-se incompatível com a vida. As perdas. As vias pelas quais o organismo perde água: através dos rins (na forma de urina), do tubo digestivo (juntamente com as evacuações), da pele (na forma de suor) e dos pulmões (no ar expirado). Os ganhos. Os inúmeros processos metabólicos que se desenvolvem no organismo, a partir do metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras, produzem uma determinada quantidade de água, denominada água endógena, normalmente cerca de 300 ml por dia. O equilíbrio da diferença entre esta quantidade ganha e as perdas deve provir do exterior, sob a forma de água exógena.Convém saber, por último, que a água também tem um importante papel no fenómeno da regulação térmica do corpo humano.
Informações adicionais
Mecanismo de alarme: a sede
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O corpo tem uma fórmula especial para nos avisar que temos de consumir mais água - a sede. Caso haja pouca água no organismo, a quantidade que forma o sangue diminui proporcionalmente e, como consequência, as substâncias nele dissolvidas ficam mais concentradas. Precisamente na base do cérebro, há um centro ligado a receptores especializados em analisar a concentração de substâncias no sangue: caso o centro advirta que a concentração sanguínea mais elevada do que o normal, geri estímulos que o cérebro interprete como a sensação específica de sede. Como é lógico de deduzir, caso tenhamos sede, o melhor a fazer beber...
Necessidades variáveis
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O organismo perde por dia, através das diferentes vias de eliminação, cerca de 2 500 ml de água, uma quantidade que, de modo a manter o adequado equilíbrio hídrico, deve ser reposta aproximadamente na mesma proporção. No entanto, as perdas e a necessidade de água podem variar bastante segundo as múltiplas circunstâncias fisiológicas e ambientais. Por exemplo, suamos mais num clima muito quente ou quando fazemos exercício do que se permanecermos em repouso e a uma temperatura não muito elevada, o que minimiza as perdas por esta via. Se comermos e bebermos pouco, formam-se menos resíduos e expulsam-se menos fezes e menos urina, ou seja, perde-se menos água. Em circunstâncias específicas de repouso, condições ambientais favoráveis e jejum total, é possível não perder mais de 1 000 ml de água num dia.
Pelo contrário, se estiver calor, se forem realizados esforços físicos relevantes, as perdas através do suor aumentam naturalmente. Também existem circunstâncias específicas que aumentam as necessidades de água, como é o caso da mãe ao amamentar o seu filho, pois terá que ingerir um suplemento extra para produzir o leite. (1 000 ml = 11)