Tumores do testículo

Afectam, sobretudo, os jovens adultos e, apesar de serem geralmente malignos, caso o diagnóstico seja precoce e o tratamento atempado, apresentam um prognóstico favorável

Causas e tipos

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Embora ainda se desconheçam as causas que provocam a transformação de células normais dos tecidos do testículo em células anómalas, cujo crescimento descontrolado provoca a formação de um tumor, pensa-se que poderão existir factores predisponentes, na medida em que o desenvolvimento de tumores é mais frequente em testículos que não desceram normalmente para o escroto, ou seja, em pessoas com criptorquidia ou testículo ectópico. De facto, de acordo com dados estatísticos, os tumores do testículo são dez vezes mais frequentes nas pessoas com antecedentes de criptorquidia do que em toda a população masculina, sendo o risco mais elevado quando o dito problema não é corrigido na primeira infância e, sobretudo, quando os testículos permanecem fora do escroto após a puberdade.

Os tumores do testículo podem ser, consoante as células que os formam, classificados em vários tipos.

Os tumores intersticiais, que em conjunto constituem uma reduzida percentagem do total, são provocados pela transformação anómala das células testiculares não germinativas, ou seja, as que se encarregam da produção de testosterona e as que desempenham funções nutritivas. Todavia, os denominados seminomas, originados pela transformação anómala de espermatogónias, as células germinais precursoras dos espermatozóides, são mais frequentes. Igualmente frequentes são os denominados disembriomas, tumores originados por vários tipos de células precursoras das espermatogónias e que podem ser de vários tipos: carcinomas embrionários, formados por células com características embrionárias, teratomas, constituídos por células e tecidos que não são próprios do testículo, e coriocarcinomas, provenientes das células que rodeiam o embrião. Por último, existem alguns tumores que, como são constituídos por uma combinação de células dos tipos mencionados, são designados tumores mistos.

Os tumores do testículo costumam ser malignos, pois têm a tendência para penetrarem, com o passar do tempo, nos tecidos contíguos, como o escroto, e também para se propagarem através do sangue ou da linfa a pontos mais afastados do organismo, de modo a formarem tumores secundários, ou metástases, sobretudo nos pulmões e no fígado. Todavia, o grau de malignidade varia significativamente de tumor para tumor. Os menos malignos são os seminomas, que são os mais frequentes. Por outro lado, os disembriomas e os tumores mistos caracterizam-se por um comportamento mais agressivo e, consequentemente, uma evolução menos favorável.

Manifestações

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As manifestações costumam evidenciar-se progressivamente. Ao longo das fases iniciais, o sinal mais comum corresponde à formação de um inchaço provocado pelo crescimento do tumor, um fenómeno que pode ser detectado através de um aumento do volume do testículo. Embora o testículo afectado costume conservar a sua forma normal oval, por vezes, adopta uma forma esférica ou até mesmo irregular. À palpação podem identificar-se um ou mais nódulos. Em qualquer destes casos, o médico pode igualmente ser alertado para uma notória diferença de tamanho entre ambos os testículos.

Com o passar do tempo e à medida que o tumor vai crescendo, surge uma outra manifestação característica - uma sensação de desconforto no escroto. Embora o aparecimento de dor não seja muito comum, por vezes, a sensação de desconforto converte-se numa dor pouco aguda e constante e, em alguns casos, evidencia-se uma ou mais crises de dor aguda, provocadas pela súbita ruptura de um pequeno vaso sanguíneo, acompanhadas pela formação de um hematoma no escroto.

Evolução

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Caso o tumor não seja detectado e oportunamente tratado, mais tarde ou mais cedo, conforme o tipo de tumor, começa a infiltrar-se no escroto e a disseminar-se através da linfa e do sangue. Quando o fazem através da linfa, as células do tumor começam por invadir os gânglios linfáticos inguinais e os situados na parte posterior da cavidade abdominal, junto aos rins, de onde se podem propagar para outras regiões corporais. Através do sangue, podem disseminar-se para qualquer órgão, embora as metástases se desenvolvam com maior frequência no fígado e nos pulmões.

As fases avançadas caracterizam-se pelo aparecimento das manifestações provocadas pela compressão exercida pelos gânglios linfáticos invadidos e pelas metástases sobre vários tecidos: por exemplo, problemas ou dor abdominal, dor torácica e edema dos membros inferiores.

Por último, como é habitual na evolução dos tumores malignos, nas fases avançadas, observa-se uma crescente perda de apetite e peso corporal, mal-estar, cansaço e uma notória deterioração do estado geral do paciente, até provocar complicações que podem provocar a morte do indivíduo afectado.

Informações adicionais

Prognóstico

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O prognóstico dos tumores do testículo depende do tipo de tumor e do seu estádio no momento em que se realiza o prognóstico. Em conjunto, considera-se que, actualmente, o prognóstico é bastante favorável, já que as medidas terapêuticas existentes nos dias de hoje possibilitam a erradicação definitiva do tumor na maioria dos casos. De facto, de acordo com os dados estatísticos de sobrevivência dos indivíduos afectados, em caso de seminoma, mais de 90% dos pacientes conseguem sobreviver até cerca de dez anos após o diagnóstico; em caso de outros tumores do testículo, observa-se o mesmo índice de sobrevivência ao fim de três a cinco anos. Infelizmente, o prognóstico é desfavorável quando o diagnóstico só é realizado depois de o tumor já ter invadido os gânglios linfáticos abdominais ou após se terem desenvolvido metástases noutros órgãos. Todavia, como continuam a ser desenvolvidos novos medicamentos para o tratamento destes tumores, existe a esperança de o prognóstico do cancro do testículo em fases avançadas ser, no futuro, mais favorável.

Tratamento

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O tratamento dos tumores do testículo passa, na maioria dos casos, pela cirurgia, nomeadamente pela realização de uma orquiectomia, uma intervenção cirúrgica que consiste na extracção do testículo afectado. Em seguida, o órgão extraído deve ser enviado para um laboratório, de forma a proceder-se à identificação do tipo de tumor e à realização de alguns exames auxiliares de diagnóstico, a fim de determinar qual a extensão da doença, qual o prognóstico e quais as terapêuticas mais adequadas para cada caso particular.

Nos casos em que se constata que o tumor não invadiu o escroto e em que não se detectou a presença de metástases, considera-se que o tumor foi eliminado, pelo que o paciente apenas tem de se submeter a exames médicos regulares. Todavia, nos restantes casos, e muito frequentemente como medida de prevenção, deve-se proceder a outros tratamentos complementares, sobretudo à aplicação de radioterapia sobre a zona inguinal e abdominal ou a sessões de quimioterapia, ou seja, à administração de medicamentos anticancerosos. Caso o tumor não seja do tipo seminoma, deve-se realizar uma segunda intervenção cirúrgica para extrair os gânglios linfáticos abdominais provavelmente invadidos.

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