Varicocelo

O varicocelo consiste na dilatação das veias que drenam os testículos, um problema
muito mais comum no lado esquerdo.

Causas

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O sangue proveniente dos testículos é drenado pelas veias espermáticas e outras veias acessórias que percorrem o interior dos cordões espermáticos, desaguando o seu conteúdo nas veias da cavidade abdominal para que o sangue chegue à circulação geral. Deve-se destacar que o sangue que circula através das veias espemáticas, tal como o que corre nas veias dos membros inferiores, tem que subir, contra a força da gravidade, em direcção ao coração, o que apenas é possível graças à presença de válvulas que impeçam o seu retorno. Estas válvulas, de forma côncava, encontram-se distribuídas ao longo do trajecto das veias espermáticas e têm um funcionamento muito simples, ou seja, abrem-se para permitir a subida da coluna de sangue e, depois, fecham-se, devido ao peso do próprio sangue, impedindo que desça.

O varicocelo é provocado por uma insuficiência das válvulas das veias espermáticas, em que as mesmas não se fecham de forma adequada, proporcionando a acumulação do sangue nos trajectos venosos inferiores que consequentemente se dilatam.

A causa mais frequente corresponde a uma debilidade constitucional dos tecidos das válvulas venosas, tornando-as insuficientes. Todavia, embora esta debilidade constitucional normalmente comprometa ambas as veias espermáticas, o varicocelo apenas costuma afectar a veia espermática esquerda, pelo facto de esta veia drenar o sangue na veia renal esquerda em ângulo recto, o que dificulta a drenagem do sangue, enquanto que a veia espermática direita drena na veia cava inferior, formando um ângulo de 45°, o que facilita a drenagem do sangue. Todavia, a veia espermática direita pode igualmente ser afectada por um varicocelo, embora nestes casos (felizmente pouco frequentes), as causas possam ser mais graves, como por exemplo a formação de um trombo que obstrua a entrada da veia cava inferior, provocado pelo desenvolvimento de um tumor renal.

Manifestações

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A única manifestação do problema é, na maioria dos casos, uma dilatação da veia espermática esquerda que pode ser perceptível como um cordão azulado e, por vezes, sinuoso na superfície do escroto. Todavia, nos casos mais graves e persistentes, a bolsa do escroto costuma dilatar-se, sendo igualmente comum a sensação de desconforto na zona ou até uma dor aguda e difusa que, normalmente, se propaga à virilha e ao abdómen.

Por outro lado, nos casos mais graves, caso o problema não seja corrigido, pode provocar esterilidade, pois a acumulação de sangue aumenta a temperatura no interior do escroto, o que perturba a formação e o amadurecimento dos espermatozóides. Todavia, este problema costuma ser solucionado com a correcção do defeito.

Informações adicionais

Tratamento

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O tratamento varia consoante a gravidade do problema, chegando a ser desnecessário nos casos ligeiros e nos que não evidenciam sinais ou sintomas. Por outro lado, nos casos mais graves e persistentes, costuma-se realizar uma intervenção cirúrgica, na qual se deve laquear a veia espermática esquerda, normalmente através de uma pequena in- cisão abdominal. Esta incisão não costuma perturbar a drenagem de sangue na zona, já que a circulação até à cavidade abdominal realiza-se através das veias acessórias.

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