O priapismo corresponde a uma erecção anómala, persistente e dolorosa que não é acompanhada por desejo ou excitação sexual.
Causas
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Embora ainda não se conheçam com precisão as causas do problema, pensa-se que pode ser provocado por factores tanto vasculares como neurológicos. O mecanismo de produção consiste numa acumulação de sangue nos corpos cavernosos do pénis, o que impede a sua evacuação e provoca um estado de erecção persistente. De facto, o sangue estancado nos corpos cavernosos tem a tendência para coagular, o que impede a sua eventual drenagem e proporciona a manutenção da erecção por tempo indefinido.Ainda que o problema se evidencie, na maioria dos casos, de forma espontânea em pessoas com um perfeito estado de saúde, nos restantes casos, a sua manifestação encontrase relacionada com o padecimento de determinadas doenças. Por vezes, o priapismo é uma consequência de doenças hematológicas, como a leucemia ou a anemia falciforme, que podem favorecer a coagulação do sangue presente nos corpos cavernosos do pénis. Pode igualmente ser provocado por lesões traumáticas ou tumores do cérebro ou da medula espinal que provoquem uma alteração nos nervos que controlam a vascularização do pénis. Por último, existem casos em que é desencadeado por uma infecção ou inflamação dos órgãos genitais, que impedem a drenagem do sangue dos corpos cavernosos, como uma prostatite ou uretrite.
Evolução e complicações
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O problema tanto pode surgir de forma espontânea, através do súbito desencadeamento de uma erecção, como depois de uma relação sexual, após a qual a erecção se mantém. Alguns minutos depois, a erecção anómala torna-se dolorosa e não desaparece; caso não se proceda ao seu devido tratamento, pode prolongar-se durante horas ou até dias inteiros.Ao fim de duas ou três horas, a obstrução da circulação sanguínea nos corpos cavernosos provoca um défice de oxigenação dos tecidos e uma deterioração irremediável das estruturas do pénis, provocando um quadro de impotência. Nestes casos, apenas o tratamento imediato, aplicado antes que passe uma hora após o início do problema, consegue devolver a função sexual do paciente.
Informações adicionais
Tratamento
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O tratamento consiste em drenar o mais depressa possível o sangue dos corpos cavernosos do pénis, antes que se produzam lesões irreversíveis.
De início, pode-se recorrer a métodos não cirúrgicos, como a aplicação de sacos de gelo sobre o pénis, enemas de água fria ou através da anestesia das raízes nervosas que inervam o pénis, embora os resultados destas medidas sejam inconstantes. Normalmente, costuma-se recorrer à punção dos corpos cavernosos com uma agulha grossa, de modo a drenar o seu conteúdo, juntamente com a administração de anticoagulantes, caso o tratamento seja iniciado poucos minutos após o início da erecção anómala.
Caso este método não seja eficaz, o único recurso disponível é a cirurgia, através da qual se deve proceder à extracção dos coágulos de sangue do interior dos corpos cavernosos e assegurar a sua drenagem através de uma ligação com o corpo esponjoso ou com uma veia próxima de calibre suficiente.