Fimose

A fimose corresponde ao estreitamento da abertura do prepúcio, que impossibilita a retracção deste manto de pele sobre o pénis, impedindo o aparecimento da glande em caso de erecção.

Causas

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A fimose é, na maioria dos casos, congénita, ou seja, está presente desde o nascimento, embora seja necessário fazer algumas observações sobre o assunto. Ao longo do período fetal, a pele que reveste a glande e a pertencente ao septo interno do prepúcio encontram-se unidas e, ainda que a sua separação em duas camadas se inicie nessa fase, apenas costuma estar completa ao fim de alguns meses ou anos de vida, o que faz com que a grande maioria dos recém-nascidos apresentem aderências entre o prepúcio e a glande que impedem a retracção do manto de pele e o aparecimento da ponta do pénis. Esta dita separação costuma ficar completa com o decorrer do tempo, já que é possível retrair o prepicio sem dificuldade até aos 2 anos de idade, embora por vezes se tenha que esperar pelos 3 ou 4 anos de vida. A verdadeira fimose congénita apenas se evidencia quando, após este período, o prepúcio tiver uma abertura tão estreita que impossibilite a sua retracção.

Por outro lado, embora seja menos comum, pode igualmente evidenciar-se uma fimose na idade adulta como consequência de processos inflamatórios que provoquem o desenvolvimento de aderências entre a face interna da glande ou devido a processos degenerativos que reduzam a elasticidade do prepúcio, como acontece ocasionalmente, sobretudo entre os idosos.

Consequências

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A impossibilidade de retrair o prepúcio e proporcionar o aparecimento da glande, ao longo da infância, dificulta a correcta higiene da zona e a eliminação das secreções que se vão acumulando por baixo do manto de pele, o que, em certa medida, favorece o desenvolvimento de alterações de índole infecciosa. De qualquer forma, como a maioria das infecções desta zona são sexualmente transmissíveis, este tipo de alteração não é comum ao longo da infância. Acontece, sobretudo, quando a higiene da zona não é rigorosa, o que favorece a proliferação de microorganismos patogénicos.

Por outro lado, quando a abertura do prepúcio é demasiado estreita, costuma dificultar a saída normal de urina ao longo da micção. Neste caso, é possível observar que o manto de pele se curva ao longo da micção, pois é empurrado pelo jacto de urina que surge com mais rapidez através do meato uretral do que pelo orifício do prepúcio. Por vezes, o estreitamento da abertura do prepúcio é tão significativo que pode, a longo prazo, provocar alterações obstrutivas no aparelho urinário.

As consequências mais notórias evidenciam-se quando o problema se prolonga até à puberdade e, sobretudo, à idade adulta. Por um lado, a acumulação de esmegma sob o prepúcio costuma provocar irritações e constitui um local de excelência para a reprodução dos microorganismos, o que justifica uma maior predisposição para o padecimento de processos infecciosos. Por outro lado, a impossibilidade de retracção do prepúcio quando o pénis entra em erecção provoca dores que, por vezes, dificultam ou impedem a prática de relações sexuais.

Tratamento

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A impossibilidade de retracção do prepúcio é considerada normal e não necessita de tratamento ao longo dos primeiros anos de vida, já que na maioria dos casos desaparece espontaneamente com o passar do tempo. De facto, ao fim de 1 ano de idade, já é possível retrair o prepúcio em metade dos bebés e, até aos 2 ou 3 anos, consegue-se fazer aparecer a glande na sua maioria; quando a dificuldade se prolonga, embora numa reduzida percentagem dos casos, durante mais algum tempo, é considerada uma verdadeira fimose. De qualquer forma, deve-se efectuar, desde muito cedo, a correcta higiene da zona, de modo a evitar a acumulação de secreções, e realizar regularmente suaves retracções do prepúcio, por exemplo, aproveitando o momento do banho, de modo a favorecer a dilatação do orifício e a desunião das aderências entre a pele interna do manto e a mucosa que reveste a glande.

Quando o problema proporciona uma específica predisposição para o padecimento de processos infecciosos ou urológicos e caso persista após a puberdade, provocando dificuldades na vida sexual, a única solução definitiva é a cirurgia, já que o problema pode ser curado através de uma simples intervenção, denominada circuncisão, que consiste na extracção do prepúcio.

Informações adicionais

Parafimose

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A Parafimose é uma complicação que se evidencia se se produzir, independentemente de ser por manobras manuais ou devido à evolução de um coito, uma brusca retracção do prep ócio fimótico para trás do sulco balanoprepucial, ou seja, a coroa da glande que delimita a ponta e o corpo do pénis. Perante estas circunstâncias, o prepúcio forma um anel tão estreito que estrangula o pénis e dificulta a drenagem venosa da glande, que fica tumefacta. Caso não se proceda imediatamente ao tratamento adequado, o próprio inchaço da ponta do pénis impede a deslocação do prepúcio para a sua situação normal e, à medida que o tempo vai passando, vai perturbando cada vez mais a circulação da zona, pois caso não se actue precocemente pode-se produzir uma interrupção da circulação sanguínea para a glande e provocar lesões irreversíveis nos seus tecidos.

Perante uma situação deste tipo, que pode ser muito dolorosa, deve-se procurar ajuda médica o mais rápido possível e, caso seja necessário, ir a um serviço de urgências. A primeira coisa a fazer é tentar restituir o prepúcio à sua posição normal através de manobras manuais, até mesmo, caso seja necessário, através da aplicação de compressas frias ou gelo sobre a glande, de modo a diminuir a sua tumefacção ou através da utilização de medicamentos anti-inflamatórios. Caso as manobras manuais não sejam eficazes, deve-se recorrer à realização de uma intervenção cirúrgica, sob anestesia local, de forma a cortar o prepúcio e libertar o pénis da compressão.

Circuncisão

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A circuncisão consiste na extracção do prepúcio, uma intervenção simples realizada por diversos motivos, que costuma ser efectuada em todos os recém-nascidos do sexo masculino ou em idades infantis de diversas religiões, por exemplo entre os judeus e os muçulmanos, e realizada regularmente nos bebés, em alguns países, com fins higiénicos, de modo a evitar a acumulação de secreções entre o prepúcio e a glande. Todavia, a circuncisão também pode ser realizada em qualquer idade, em caso de fimose, para solucionar os problemas consequentes do estreitamento do orifício do prepúcio.

Entre os recém-nascidos, a circuncisão costuma ser efectuada sem anestesia, já que nesta época a pele do prepúcio é pouco sensível e a sua realização apenas provoca alguma dor. Por outro lado, nas crianças, costuma ser realizada sob anestesia geral, enquanto que nos adolescentes e adultos apenas se recorre a uma anestesia local.

A operação consiste essencialmente na tracção do prepúcio e na realização de uma incisão no manto de pele desde a ponta até ao sulco balanoprepucial e, em seguida, no corte de todo o seu perímetro. Entre os recém-nascidos basta manter uma compressa durante alguns minutos, de modo a impedir a hemorragia, enquanto que nos adultos costuma-se proceder a uma sutura. Embora a ferida possa ser deixada descoberta, por vezes, é revestida por uma ligadura que deve ser retirada ao fim de alguns dias. A operação apenas dura alguns minutos e, normalmente, é efectuada em regime ambulatório.

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