Aparelho genital masculino - fisiologia

O aparelho genital masculino encarrega-se da elaboração dos elementos básicos para a reprodução e encontra-se especificamente adaptado para participar, nas relações sexuais, com vista a proporcionar o contacto com o do sexo feminino.

Função testicular

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Os testículos têm duas funções: por um lado, são o local da espermatogénese, ou seja, a produção de espermatozóides; por outro, têm uma actividade endócrina, já que elaboram testosterona, a principal hormona sexual masculina. Ambas as funções são controladas pelas hormonas gonadotróficas produzidas pela hipófise.

Espermatogénese. A produção de espermatozóides inicia-se na puberdade, perante o estímulo das hormonas hipofisárias, e prolonga-se desde essa fase até ao longo de praticamente toda a vida, embora em menor intensidade numa idade mais avançada. O processo é efectuado nos túbulos seminíferos do testículo, onde existem, desde a etapa embrionária, inúmeras células germinativas masculinas imaturas denominadas espermatogónias. Estas células, situadas no epitélio dos túbulos seminíferos, são constituídas por 46, cromossomas, incluindo um par de cromossomas sexuais XY, que ao serem estimuladas pela hormona foliculoestimulante (FSH) se reproduzem,

segundo o mecanismo de mitose e se transformam em espermatócitos primários, que são, por sua vez, divididos através do mesmo mecanismo, originando espermatócitos secundários, compostos por 46 cromossomas.

Estes últimos são novamente divididos através de um processo designado originando células germinativas denominadas espermátides, apenas constituídas por 23 cromossomas, devido ao facto de uma metade do total ser composto por um cromossoma sexual X e a outra por um

cromossoma sexual Y. À medida que se vão reproduzindo e diferenciando, as células deslocam-se em direcção à entrada dos túbulos seminíferos dos testículos, de onde passam para os correspondentes epidídimos, onde se produz a fase final do processo: os espermátides transformam-se em espermatozóides, células germinativas maduras e constituídas por uma grande mobilidade, que lhes permite iniciar o longo percurso pelos canais deferentes, de modo a serem desaguados na uretra juntamente com o líquido seminal nos momentos que precedem a ejaculação.

Produção hormonal. A testosterona, a hormona responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários masculinos, é produzida sob a influência da hormona luteinizante (LH), igualmente denominada hormona estimulante das células intersticiais (ICSH), produzida pela hipófise. Esta dita hormona actua sobre as denominadas células de Leydig, presentes no tecido intersticial que separa os túbulos seminíferos, as quais são responsáveis pela produção da testosterona, e desagua nos vasos sanguíneos circundantes para que se distribua ao longo de todo o organismo.

Erecção

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A erecção consiste no aumento do tamanho e da consistência do pénis, mecanismo que se desenvolve de forma involuntária sob o controlo do sistema nervoso autónomo parassimpático como parte da resposta sexual masculina. Sob o dito controlo nervoso, as artérias que transportam o sangue para o pénis dilatam-se devido a um determinado grau de estímulo sexual, aumentando o caudal sanguíne o que chega aos corpos erécteis, o que proporciona a dilatação das suas trabéculas, que se enchem de sangue. Este processo provoca a compressão das veias encarregues de drenar o sangue dos corpos erécteis, originando o estancamento do sangue no seu interior. À medida que os corpos erécteis se vão enchendo, o pénis passa do estado de flacidez para o de erecção, ou seja, aumenta de tamanho, sobretudo em comprimento, mas também em grossura, torna-se rígido e eleva-se de tal forma que aponta para cima, em condições ideais para praticar o coito. Após a ejaculação, ou simplesmente perante a paragem do estímulo sexual, a afluência de sangue ao pénis diminui e os corpos erécteis drenam o seu conteúdo para as veias, o que permite o regresso progressivo do membro ao estado de flacidez.

Ejaculação

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A ejaculação consiste na emissão do sémen para o exterior através do pénis e corresponde à fase do orgasmo da resposta sexual masculina. É um acto reflexo produzido de maneira involuntária sob o controlo do sistema nervoso autónomo simpático quando se alcança um determinado grau de excitação sexual. Este acto reflexo começa por provocar, numa primeira fase, a contracção rítmica da musculatura das paredes dos epidídimos e dos canais deferentes, de modo a proporcionar o avanço dos espermatozóides em direcção ao exterior. O mesmo processo ocorre nas vesículas seminais e na próstata, que esvaziam o seu conteúdo, de modo a que os espermatozóides e o líquido seminal desaguem no interior da uretra. A segunda fase consiste na produção de contracções espasmódicas da musculatura que rodeia a uretra e na contracção do esfíncter que liga este canal à bexiga, o que impede a passagem do esperma para o órgão. O sémen é impulsionado para o exterior, surgindo rapidamente através do meato uretral pela ponta do pénis. Este acto reflexo costuma ser acompanhado por uma intensa sensação de prazer, constituindo o orgasmo masculino.

Informações adicionais

O médico responde

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O que acontece aos espermatozóides produzidos nos testículos quando não se tem uma vida sexual activa?

A partir da puberdade, os testículos produzem todos os dias quantidades significativas de espermatozóides praticamente durante toda a vida. Estas células são armazenadas nos epidítlimos, onde completam o seu processo de amadurecimento e ficam a postos para pertencerem ao sémen expulso para o exterior pelo pénis nas ejaculações, independentemente de ser ao longo de relações sexuais ou por masturbação. Caso não se produzam ejaculações, os espermatozóides envelhecidos acumulados nos epidídimos acabam por se desintegrarem e serem absorvidos, de modo a que o processo de formação de outros novos nunca pare e para que existam sempre células reprodutoras masculinas vitais à disposição.

Sémen

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O sémen, igualmente denominado esperma, é o líquido esbranquiçado e de consistência espessa emitido através da uretra para o exterior com a ejaculação, sendo composto pelos espermatozóides provenientes do testículo e pelas secreções produzidas nos epidídimos, vesículas seminais e próstata, que correspondem em conjunto a 95% do volume total. Este plasma seminal é constituído, entre outros componentes, pelos elementos necessários para que as células germinativas sejam nutridas e para que mantenham as condições ideais para realizarem o seu percurso através do aparelho genital feminino em direcção ao óvulo para fecundar. Uma ejaculação emite, em condições normais, cerca de 2 a 6 ml de sémen, cujo conteúdo em espermatozóides oscila entre os 20 e os 250 milhões/ml. A análise do sémen, denominada seminograma ou espermograma, é um método muito utilizado no estudo da infertilidade, pois consegue determinar com precisão o conteúdo de espermatozóides viáveis e a composição química do plasma seminal.

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