Cancro - Prevenção

Grande parte dos casos de cancro poderiam ser evitados com a simples adopção de algumas precauções e a instauração de certas mudanças nos hábitos de vida, enquanto que outros poderiam ser curados se fossem detectados precocemente.

Generalidades

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Falar de prevenção do cancro não é uma utopia, pois foram identificados alguns factores predisponentes ou até directamente causais, cuja modificação se torna eficaz neste sentido. No entanto, existem várias doenças cancerosas e, embora todas tenham múltiplos pontos em comum, cada uma tem um mecanismo de produção e uma evolução específicos; por isso, não é possível determinar acções precisas para a prevenção de todas estas doenças. Entre os factores envolvidos na origem do cancro, alguns não é possível identificar, como os condicionantes hereditários, a idade e o sexo. Mas é possível suprimir alguns factores ambientais que favorecem o aparecimento do cancro, pelo menos em algumas das suas formas: por exemplo, o hábito de fumar, a dieta, a exposição a agentes potencialmente cancerígenos... Neste caso, fala-se de prevenção primária.

Por outro lado, certas atitudes são da máxima utilidade não só para prevenir o aparecimento de uma doença cancerosa, mas Também para detectá-la a tempo, ou seja, quando o tumor maligno está no início e ainda é possível aplicar uma terapêutica curativa eficaz. Nestes casos, fala-se de prevenção secundária.

Prevenção primária

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Vários estudos realizados nas últimas décadas atribuem a determinados factores ambientais uma clara responsabilidade no aparecimento de algumas doenças cancerosas - evitar ou corrigir tais factores constituiria uma acção de prevenção primária. Um claro exemplo corresponde à relação existente entre o hábito de fumar e o cancro do pulmão ou mesmo de outros órgãos: calcula-se que o tabagismo está relacionado com o aparecimento de 30% dos tumores malignos nos países industrializados. Trata-se de um factor perfeitamente evitável, pois basta não começar a fumar ou, caso já seja fumador, deixar de o ser o quanto antes e definitivamente. O mesmo se pode dizer quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, um factor potencialmente perigoso que também pode ser suprimido.

Também foi verificada uma estreita correlação entre o aparecimento de certos cancros, principalmente do aparelho digestivo, e o tipo de alimentação quotidiana, estipulando-se recomendações que são válidas em termos gerais: reduzir o consumo de gorduras saturadas (de origem animal), aumentar o consumo de fibra vegetal (cereais integrais, fruta e verduras) e combater o excesso de peso corporal. De facto, a obesidade constitui um factor favorecedor reconhecido de alguns tipos de cancro, como o do endométrio, pelo que seguir uma dieta de forma a alcançar e manter o peso ideal de cada um será, sem dúvida, benéfico e pode ser considerada uma acção preventiva contra o cancro.

Por último, convém ter em conta o papel dos produtos poluentes ambientais e, sobretudo, industriais, alguns com comprovada responsabilidade no aparecimento e desenvolvimento de certos tipos de cancro. Neste âmbito, a prevenção primária contempla duas vertentes: uma corresponde às autoridades sanitárias, encarregues de elaborar a adequada legislação para determinar os limites máximos de contaminação tolerável e as medidas de protecção adequadas a cada caso, como poderá ser a eliminação de um determinado elemento dos processos industriais ou o uso de fatos especiais por parte dos operários; a outra corresponde quer às empresas, responsáveis por cumprir a legislação vigente, quer aos próprios trabalhadores, que devem respeitar estritamente as indicações adequadas e submeter-se aos devidos controlos. Todos os trabalhadores devem solicitar a informação correcta sobre os perigos a que se expõem no seu ambiente laboral e exigir as adequadas medidas preventivas.

Prevenção secundária

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A detecção precoce de certos tumores, quando ainda são pequenos e não invadiram os tecidos vizinhos, permite alcançar índices de cura definitiva que rondam os 100%. Isto é possível quando se trata de tumores superficiais, cujo aparecimento pode evidenciar-se rapidamente, como os da pele, desde que não se adie a consulta médica. Mas também acontece noutros tipos de cancro, quando se realizam exames de rotina: os exemplos mais evidentes correspondem aos da mama e do colo do útero, para cuja detecção precoce, quando ainda as probabilidades de aplicar um tratamento definitivo são muito elevadas, basta que todas as mulheres se submetam a uma revisão ginecológica regular, uma vez por ano, na qual será realizada uma exploração clínica complementada com técnicas de diagnóstico, tais como a mamografia e a citologia (teste de Papanicolau).

Informações adicionais

Campanhas preventivas

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Ultimamente, em vários países, foram levadas a cabo campanhas preventivas cuja finalidade se centra na detecção precoce de certos tipos de cancro. Essa estratégia apenas é possível para algumas formas de tumores malignos muito frequentes e para os quais se conta com um procedimento diagnóstico eficaz, simples e, ao mesmo tempo, aceitável do ponto de vista económico pela comunidade. O exemplo mais claro corresponde ao cancro da mama nas mulheres mais velhas: por um lado, a sua incidência é elevada e aumenta com a idade: por outro, uma simples mamografia pode revelar a presença de tumores ainda de pequenas dimensões e assintomáticos. A participação e cooperação da população neste tipo de campanhas são muito benéficos quer a nível pessoal, quer para a sociedade no seu todo.

Protecção solar

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A exposição excessiva e continuada aos raios ultravioleta do sol constitui um reconhecido factor de risco para o desenvolvimento do cancro de pele. De facto, os tumores malignos cutâneos têm uma incidência mais elevada em países muito ensolarados, bem como em pessoas que, devido à sua actividade, permanecem muito tempo ao ar livre, como os marinheiros ou os agricultores. Além disso, ultimamente, verifica-se um aumento do cancro de pele em zonas do planeta afectadas pelo buraco do ozono, que resulta de uma redução da filtração das radiações solares ultravioleta. Ainda há outro factor que confirma a potencial acção nociva da exposição aos raios ultravioleta: o cancro de pele surge com maior frequência em pessoas que não possuem uma suficiente protecção natural proporcionada pelo pigmento da pele (a melanina) e, por isso, têm uma pele clara, enquanto que a sua incidência é mínima em pessoas de raça negra.

Tendo em conta estes factores, é evidente que o mero facto de se evitar as exposições solares prolongadas e repetidas representa uma autêntica medida preventiva do cancro cutâneo. Uma consideração que também se deverá ter presente relativamente às crianças: actualmente, os investigadores sugerem que o desenvolvimento do cancro cutâneo possui uma estreita relação com a dose de exposição solar acumulada, principalmente durante a infância. O uso de protectores com filtros solares capazes de agir como barreira e deter a passagem das radiações nocivas é um recurso complementar também da máxima importância neste sentido, sobretudo quando a pele é exposta a banhos de sol indevidos para conseguir um bronzeado de acordo com as tendências da moda, uma moda que pode ser extremamente perigosa.

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