Cancro - Métodos de diagnóstico

O momento evolutivo em que se realiza o diagnóstico condiciona o prognóstico do cancro: quanto mais cedo for detectado um tumor maligno, maiores serão as possibilidades de se poder aplicar um tratamento mais simples e mais eficaz.

Diagnóstico

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O cancro pode ser detectado em muitas fases evolutivas, desde que é incipiente e está ainda circunscrito até quando á está muito avançado ou já tenha dado lugar a metástases. O facto de se poder diagnosticar mais tarde ou mais cedo depende de várias circunstâncias, uma das quais, como é óbvio, a sua localização: é muito mais fácil descobrir um tumor maligno cutâneo, visível à vista desarmada, do que detectar um cancro no ovário, que é capaz de evoluir durante muito tempo sem dar lugar a manifestações. Muitas vezes, o diagnóstico surge numa consulta médica realizada devido a um motivo alheio doença ou até numa consulta de rotina, como muitas vezes acontece com os cancros do aparelho reprodutor feminino, devido a um controlo ginecológico periódico ao qual se devem submeter todas as mulheres.

Na maioria das vezes, o cancro é diagnosticado a partir da análise dos sinais e sintomas que provoca. Estas manifestações podem ser muito variadas, pois não existe nenhuma específica - o cancro não é uma doença única, existindo várias doenças cancerosas e cada uma origina problemas específicos. Contudo, existem sinais e sintomas suspeitos, como a alteração de um sinal já existente, o aparecimento de um caroço em qualquer parte do corpo, uma rouquidão ou tosse persistente, mudanças no ritmo das defecações, entre outros. De facto, qualquer alteração persistente no estado de saúde deveria despertar suspeitas e levar a uma consulta médica: o mais provável seria tratar-se de um problema banal; caso contrário, daria a possibilidade de um diagnóstico precoce.

Exames de diagnóstico

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São muito variadas as formas de detectar um cancro: desde uma simples radiografia, passando pela ecografia e a gamagrafia, até aos métodos de diagnóstico por imagiologia mais sofisticados, como a tomografia axial computorizada (TAC) ou a ressonância magnética nuclear (RMN). Todos estes exames permitem, por exemplo, detectar a presença de uma massa anómala no organismo, uns apenas quando têm um tamanho relativamente grande, como é o caso da radiografia simples, mas outros quando as suas dimensões são ainda bastante pequenas, como é o caso da tomografia axial computorizada. Contudo, estes exames não permitem distinguir se a massa detectada corresponde a um tumor benigno ou maligno: os resultados dos exames juntamente com os dados clínicos são muito sugestivos, mas geralmente não são conclusivos. Por isso, na maior parte das vezes, é preciso recorrer a um exame mais concreto - a biopsia.

Diagnóstico de confirmação: a biopsia

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Para confirmar se uma massa tumoral é benigna ou maligna é preciso obter uma amostra da mesma e realizar um estudo histológico baseado na observação microscópica. O especialista poderá, assim, determinar se as células componentes do tumor têm características normais, próprias do tecido a que correspondem ou se, pelo contrário, apresentam anomalias que reflictam a sua condição de malignas: tamanho e forma irregulares, índice exagerado de células em fase de reprodução, aspecto anómalo do núcleo, etc. Por vezes, as alterações celulares são mínimas e oferecem dúvidas, mas geralmente são evidentes e permitem a identificação exacta do tumor maligno em questão.

Os métodos para obter a amostra de biopsia são muito variados, dependendo da localização e características do tumor. Quando o tumor é acessível, pode-se proceder à extracção directa de um pequeno fragmento sob anestesia local; quando é interno, pode-se recorrer a uma punção, através da inserção de uma agulha na pele que, em alguns casos, é suficiente para aspirar uma amostra de células tumorais, enquanto que noutros se utiliza uma agulha com ponta cortante ou provida de um dispositivo, que permita extrair um pequeno fragmento do tumor.

Por vezes, a biopsia realiza-se durante uma endoscopia, utilizando um tubo com lentes e um sistema de iluminação que se leva até ao órgão a examinar e através do qual se introduz um dispositivo específico para obter uma amostra do tecido suspeito e proceder à sua posterior análise.

Por último, pode haver casos em que não há outra solução para além da intervenção cirúrgica para aceder ao tumor e realizar a biopsia - se o tumor for pequeno, pode ser extraído na totalidade, de modo que o diagnóstico também serve de tratamento. Noutros casos, quando o tumor é grande, procede-se ao estudo microscópico imediato de uma pequena amostra e aguarda-se pelos resultados para determinar se é conveniente efectuar uma extracção de maiores proporções no mesmo acto cirúrgico.

Informações adicionais

O médico responde

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Apareceu-me um pequeno caroço no peito, mas não quero mostrá-lo ao médico porque receio que seja alguma coisa má...

Infelizmente, esse comportamento, ainda muito comum, constitui um dos maiores obstáculos em relação ao prognóstico e tratamento do cancro. Qualquer atraso no diagnóstico de um tumor maligno, e consequentemente no seu tratamento, torna-se prejudicial porque reduz as possibilidades de solucionar o problema recorrendo a técnicas terapêuticas mais simples e de uma forma radical. Perante a detecção de "algo suspeito', a ocultação não faz mais do que prolongar a incerteza e adiar a adequada e oportuna actuação médica. Por um lado, esta atitude apenas causa uma certa angústia injustificada, pois depressa se pode comprovar que não se tratava de 'algo mau': mas de um problema banal. Por outro lado, deve-se ter presente que, hoje em dia, existem recursos eficazes para combater o cancro, sobretudo quando é detectado a tempo: mais vale assumir a possibilidade de sofrer de um problema grave e agir com prontidão, enquanto ainda pode ser resolvido, do que pretender ignorá-lo e perder um tempo precioso até que, inevitavelmente, evolui e já pouco há a fazer.

Diagnóstico da extensão

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Para se poder estabelecer o tratamento adequado de um cancro, é necessário conhecer previamente a sua extensão, saber se o tumor invadiu outros tecidos contíguos ou os gânglios linfáticos próximos e se deu lugar a metástases noutros pontos mais ou menos distantes do foco primitivo. Por isso, muitas vezes, o processo de diagnóstico não termina com a confirmação da existência de um tumor maligno, devendo ser complementado com outros exames. Os exames utilizados com essa finalidade são muito diversos de caso para caso, alguns simples, outros mais sofisticados ou complexos e não isentos de desconforto para o paciente. Os médicos sabem-no e tentam sempre que o processo de diagnóstico seja o mais rápido e simples possível, mas vêem-se obrigados a esgotar todos os recursos disponíveis no momento para determinar com a maior exactidão possível a extensão do tumor - apenas assim poderão estabelecer um prognóstico sobre a possibilidade de cura e determinar os procedimentos terapêuticos que oferecem as melhores expectativas de sucesso.

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