Cancro - Evolução e manifestações

O tumor maligno cresce indefinidamente, tende a invadir os tecidos saudáveis e a propagar-se a diferentes sectores do organismo até que, na ausência de tratamento, acaba por originar complicações de consequências fatais.

Evolução natural

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Quando, por algum motivo, uma célula se torna cancerosa, cresce de forma anómala, adquire características atípicas e torna-se incapaz de desempenhar as funções que são próprias do tecido ou do órgão em que foi originada, reproduzindo-se sem controlo. O mesmo acontece com todas as células que derivam da primeira, que também proliferam sem controlo de tal forma que, ao fim de algum tempo, se constitui uma massa tumoral. Este tumor maligno cresce e as suas células, que perdem a aderência natural existente entre as células normais do tecido de origem, tendem a infiltrar-se nos tecidos vizinhos saudáveis, o que se conhece como invasão local. Além disso, algumas células cancerosas fragmentadas da massa tumoral são absorvidas pelos vasos linfáticos da zona e chegam, assim, aos gânglios linfáticos mais próximos, a partir de onde se podem expandir a outros pontos do organismo - por este motivo, os gânglios mais próximos do foco primitivo são sempre examinados para determinar a possível extensão de um cancro. Desta forma, algumas células cancerosas introduzem-se na circulação sanguínea e chegam aos tecidos e órgãos mais ou menos distantes, onde podem enraizar e constituir tumores secundários - trata-se de uma invasão à distância, com a formação de metástases.

Em termos gerais, o que acabámos de descrever é a evolução natural de todos os tumores malignos, embora haja alguma variação, dependendo de cada tipo. De facto, desde o momento da transformação cancerosa até ao da invasão local, a constituição de um tumor pode decorrer num espaço de tempo muito variável: a título de exemplo, calcula-se que os tumores malignos do pulmão levam cerca de cinco anos até originarem manifestações. O mesmo se pode dizer relativamente à formação de metástases, pois alguns tipos de tumores malignos têm uma fraca tendência para produzir focos secundários, enquanto que outros o fazem com extrema rapidez. A modalidade evolutiva constitui um factor da máxima importância no que se refere às repercussões e ao prognóstico de cada tumor.

Manifestações locais

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O crescimento da massa tumoral pode dar lugar a repercussões muito diversas, dependendo da sua localização. Algumas evidenciam-se, como uma tumefacção na pele ou o aparecimento de um caroço no peito, enquanto que outras se encontram dissimuladas, como acontece quando o tumor se fixa num tecido pouco acessível - embora se esteja a desenvolver um tumor maligno, a pessoa afectada não se aperceberá de nada até que surjam manifestações derivadas do crescimento do tumor. Por vezes, os primeiros sinais e sintomas resultam da expansão do tumor e dos danos que provoca nos tecidos vizinhos: dor por compressão dos nervos sensitivos, sinais de obstrução de um canal natural (árvore brônquica, tubo digestivo, vias urinárias), hemorragias, entre outros. Além disso, o desenvolvimento tumoral tende a deteriorar a função do órgão onde se fixa, dando origem a sinais e sintomas específicos de cada caso.

Manifestações gerais

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Com o passar do tempo, ainda que com notáveis diferenças segundo o tipo de cancro, desenvolvem-se metástases mais ou menos distantes do foco original e cada uma delas, ao invadir e alterar o funcionamento do órgão ao qual se agregou, pode dar lugar a sinais e sintomas locais específicos. Geralmente, as metástases manifestam-se depois de o tumor primitivo ter provocado sinais e sintomas, mas também pode acontecer que originem alterações mesmo antes de se saber da sua existência. Em qualquer caso, os tumores malignos, primários ou secundários, tendem sempre a invadir os tecidos saudáveis e, por isso, determinam sempre uma insuficiência no normal funcionamento dos órgãos em que se fixaram.

Quando a doença cancerosa já evoluiu, independentemente dos sinais e sintomas locais, surgem também manifestações gerais menos específicas. Entre estas destaca-se uma típica e notória perda de peso derivada, entre outros factores, do elevado consumo de energia e nutrientes por parte da massa cancerosa - os tumores malignos agem como autênticos parasitas que se alimentam às custas do organismo que os hospeda. De facto, um dos principais motivos de consulta médica por cancro é o emagrecimento. Este estado de desnutrição, que em fases avançadas chega a ser extremo (caquexia), é acompanhado por uma particular sensação de cansaço e debilidade (astenia), bem como de uma deterioração orgânica geral cada vez mais notória até que, principalmente na ausência de tratamento (mas, por vezes, mesmo com a aplicação de métodos terapêuticos adequados), surgem complicações que se tornam fatais.

Informações adicionais

O médico responde

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A ideia de cancro é sempre associada a sofrimento. É verdade que todos os cancros provocam dor?

A dor é um dos sintomas usuais característicos de alguns tipos de cancro em fases avançadas. À medida que o tumor maligno cresce e se expande, provoca alterações nos tecidos saudáveis, bem como irritação e compressão nos nervos sensitivos que se traduzem em dores de maior ou menor intensidade, por vezes extremamente intensas. E se isto acontece na área onde se encontra o foco primitivo, o mesmo acontece com os tumores secundários. Por isso, se nada for feito para remedia-lo, o cancro acaba sempre por causar muito sofrimento: hoje em dia, uma das principais preocupações dos médicos nos cuidados com os pacientes com cancro em fase avançada centra-se na luta contra a dor.

Fase assintomática

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Quando um cancro se desenvolve no interior do organismo, pode passar bastante tempo até que surjam manifestações que o evidenciem - esta é uma perigosa fase praticamente assintomática. De facto, desde o momento da transformação maligna inicial até que o tumor maligno altere os tecidos vizinhos e provoque manifestações perceptíveis, pode passar um tempo considerável, até mesmo anos. Apenas os exames médicos de rotina ou indicados devido a outro problema podem, em certos casos, permitir a detecção do tumor maligno nesta fase, em que são maiores as possibilidades de se levar a cabo um tratamento curativo eficaz.

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