A ancilostomíase é uma parasitose intestinal comum na costa mediterrânica e nas zonas quentes da América e da África Tropical, podendo provocar um grave quadro de anemia.
Causas
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A ancilostomíase é provocada por dois agentes diferentes, o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus, helmintes com uma distribuição geográfica distinta: enquanto que o primeiro se encontra nos países da costa do Mediterrâneo e Médio Oriente, o segundo predomina na América Central e do Sul e África Tropical. Todavia, a morfologia, ciclo básico e mecanismo de transmissão dos dois são semelhantes.Dado que ambos os parasitas pertencem ao grupo dos nematodes, têm um corpo cilíndrico comprido não segmentado e os dois possuem géneros sexuais diferentes. Os adultos têm cerca de 10 mm de comprimento e a sua cabeça é constituída por dentes curvos ou ganchos semicirculares, através dos quais conseguem fixar-se à mucosa intestinal do ser humano. O facto de os parasitas se alimentarem directamente do sangue que circula através dos capilares da mucosa intestinal proporciona a sua sobrevivência no tubo digestivo humano durante vários anos, ao longo dos quais libertam grandes quantidades de ovos de tamanho microscópico - como são eliminados posteriormente com as fezes, acabam por contaminar as águas e os solos. Ao contrário de muitas outras parasitoses intestinais provocadas pelos helmintes, em vez de se efectuar através da ingestão de ovos, o contágio realiza-se através da penetração das reduzidas larvas, que deles emergem, nos solos e águas contaminadas, conseguindo atravessar por elas próprias a pele do ser humano, como muitas vezes acontece nas pessoas que caminham descalças por terras húmidas e pantanosas de zonas endémicas.Após entrarem no organismo, as larvas circulam através do sangue, de modo a chegarem ao tecido pulmonar, de onde depois sobem pelas vias respiratórias até à laringe. Em seguida, descem pelo tubo digestivo para chegarem ao intestino delgado, onde se estabelecem e amadurecem até se tornarem adultas. Em alguns casos, as larvas, em vez de subirem através das vias respiratórias até à faringe, atravessam o tecido pulmonar, a pleura e o mediastino, de modo a perfurarem o esófago e chegarem ao seu último destino, ou seja, a mucosa do intestino delgado.
Manifestações
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Embora o problema costume evoluir de forma assintomática, por vezes, evidenciam-se alguns sinais e sintomas transitórios provocados pelos danos originados pelas larvas até chegarem ao tubo digestivo. Ocasionalmente, é perceptível um nódulo cutâneo que origina prurido na zona através da qual o parasita penetra no organismo, enquanto que noutros casos evidenciam-se ataques de tosse provocados pela sua presença nos pulmões ou uma intensa dor no tórax provocada pela perfuração da pleura e do esófago.Todavia, as manifestações mais características são provocadas pelos parasitas já estabelecidos na mucosa intestinal: dor na zona superior e central do abdómen, náuseas e vómitos, fezes de cor escura, diarreias intermitentes e, o que é mais perigoso, uma anemia de evolução lenta que pode chegar a ser muito intensa.
Informações adicionais
Tratamento
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O tratamento consiste essencialmente na administração de medicamentos antiparasitários, como o mebendazol, pamoato de pirantel ou tetracloroetileno. Embora estes medicamentos apenas costumem ser tomados por via oral durante vários dias, nos casos mais graves deve-se repetir a dose ao fim de uma semana, de modo a garantir a eliminação de todos os parasitas. Caso a parasitose já se encontre muito evoluída e tenha provocado uma anemia, também se devem adoptar as medidas adequadas para corrigir esta situação.