Toxocaríase

Doença provocada por vermes parasitas de cães e gatos que, acidentalmente, podem infestar o ser humano e originar vários problemas.

Causas

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A toxocaríase é provocada por nematodes do género Toxocara, como o Toxocara canis e Toxocara cati, os quais vivem como parasitas no intestino de cães e gatos respectivamente, onde alcançam os 10 cm de comprimento. Os ovos destes parasitas, de tamanho microscópico, são eliminados através das fezes dos animais infestados, contaminando os solos.

Os animais adquirem a doença através da ingestão dos ovos do parasita. Contudo, as larvas libertadas pelos ovos no intestino têm que percorrer um longo trajecto até se transformarem em vermes adultos. Em primeiro lugar, as larvas atravessam a parede intestinal, penetram na circulação sanguínea e estabelecem-se transitoriamente nos pulmões. Quando adquirirem um determinado tamanho, sobem através das vias respiratórias até à faringe, de modo a iniciarem a sua descida para o intestino delgado, onde acabam por amadurecer e por se instalar definitivamente.

O contágio ao ser humano efectua-se quando uma pessoa ingere acidentalmente ovos do parasita, após estar em contacto com solos, animais infestados ou qualquer elemento contaminado. Nestes casos, embora efectuem os mesmos passos iniciais que nos animais, as larvas acabam por se fixar em vários órgãos, devido às características dos tecidos, sobretudo no fígado, pulmões, baço, coração, olhos e até no cérebro, onde se desenvolvem granulomas no interior dos quais as larvas acabam por morrer ao fim de alguns meses - por isso, o ser humano nunca chega a albergar parasitas adultos nos seus intestinos, embora possa ser afectado por uma doença devido à presença transitória das larvas e à formação de granulomas nos seus órgãos internos.

Tratamento

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Quando o problema é detectado precocemente, a infestação pode ser controlada com a administração de medicamentos antiparasitários, como a dietilcarbamazina, durante uma ou várias semanas. Caso se produzam reacções alérgicas, costuma-se recorrer a medicamentos corticosteróides. A formação de granulomas em alguns tecidos pode necessitar de actuações específicas, como por exemplo um tratamento anticonvulsivante, se se localizarem no cérebro.

Manifestações

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As manifestações apenas se evidenciam, caso se tenha ingerido uma grande quantidade de ovos do parasita. Por vezes, a manifestação inicial consiste numa reacção alérgica desencadeada pela presença do parasita no organismo, provocando uma erupção cutânea semelhante a uma urticária.

Todavia, as principais manifestações, muito variáveis de acordo com a sua localização, são provocadas pela presença dos granulomas nos órgãos internos: febre moderada, aumento do tamanho do fígado e problemas ou dor na zona superior e direita do abdómen, aumento do tamanho do baço, dificuldade em respirar e tosse, inflamação ocular e problemas visuais, entre outras. Em alguns casos raros, as larvas conseguem invadir o encéfalo, originando manifestações ou complicações neurológicas graves, como crises de convulsões e paralisias transitórias dos membros. Nestes casos, as complicações do processo podem ser fatais ou deixar sequelas irreversíveis no paciente.
Para saber mais consulte o seu Infecciologista ou o seu Médico Internista ou o seu Especialista em Medicina Tropical
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