Doença de Chagas

Doença endémica na América Central e do Sul que, nas fases avançadas, afecta o coração, o esófago e o intestino grosso.

Causas

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O agente causador do ptoblema é o Ttypanosoma cruzi, um protozoário que habita no organismo de alguns mamíferos, incluindo o do ser humano, embora desenvolva parte do seu ciclo biológico no aparelho digestivo de determinados artrópodes voadores do género Triatoma, conhecidos como "vinchucas" na Argentina e "barbeiro" no Brasil. Nas zunas endémicas, estes insectos instalam-se nas fendas de paredes e tectos de moradias precárias das zonas rurais, onde picam, durante a noite, os seus moradores, com o objectivo de se alimentarem e onde efectuam igualmente as suas fezes contaminadas. O contágio efectua-se quando a vítima, ao coçar-se para aliviar o ardor da picada, provoca arranhões através dos quais os parasitas penetram.

Manifestações

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Após o contágio, o início das manifestações costuma durar entre 4 a 12 dias. A manifestação inicial é uma inflamação circunscrita no ponto de entrada do parasita, o denominado chagoma de inoculação, quando se encontra na superfície da pele, ou sinal de romana, quando se localiza na conjuntiva do olho, zona pela qual os insectos vectores demonstram uma notória preferência. Para além disso, ao longo desta fase inicial costumam igualmente evidenciar-se manifestações gerais como febre, cefaleias, mal-estar, perda de apetite e tumefacção dos gânglios linfáticos.

Independentemente do facto das manifestações iniciais terem ou não sido detectadas, que costumam desaparecer de forma espontânea ao fim de um mês, o problema evolui de forma adormecida durante muitos anos, até mesmo durante toda a vida, pois é o tempo que os parasitas necessitam para se reproduzirem e distribuírem por vários tecidos e órgãos, afectando particularmente o coração, o esófago e o intestino grosso. Nas fases avançadas da doença, altura em que as lesões já são irreversíveis, começam a evidenciar-se manifestações mais características que demonstram a afectação destes órgãos: a inflamação do músculo cardíaco, ou miocardite, uma das causas mais frequentes de insuficiência cardíaca nas zonas endémicas; a dilatação anómala do esófago, ou divertículo do esófago, com as consequentes dificuldades na deglutição; e a dilatação excessiva do intestino grosso, ou megacólon, que provoca obstipação persistente. A longo prazo, a afectação do coração pode provocar uma insuficiência cardíaca que pode levar à morte do indivíduo afectado.

Tratamento

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O tratamento consiste na administração de medicamentos antiparasitários específicos, como o nitrofurazona e o nitroimidazol, que consigam eliminar o protozoário responsável ao fim de alguns meses de administração. Ao longo das fases avançadas da doença, deve-se adoptar uma série de medidas que proporcionem o alívio dos sintomas e a prevenção de complicações. Por último, pode-se tentar corrigir as lesões irreversíveis produzidas no esófago e cólon através da realização de uma intervenção cirúrgica.

Informações adicionais

Prevenção

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Dado que infelizmente ainda não existe uma vacina eficaz contra a doença, a prevenção baseia-se na eliminação dos insectos vectores do protozoário responsável nas zonas endémicas, onde se Costumam efectuar campanhas de desinfestação através de fumigações que, ainda assim, são insuficientes. A nível particular, deve-se cortar as árvores das zonas adjacentes às casas habitadas, de modo a manter os insectos vectores distância e tapar as fendas das paredes e tectos, locais onde os mesmos se podem refugiar.

Para saber mais consulte o seu Médico Internista ou o seu Especialista em Medicina Tropical
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