Designa o nome de várias doenças provocadas pelas riquétsias, transmissíveis ao ser humano através de insectos, manifestando-se por febre, erupção cutânea e prostração.
Causas e tipos
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Existem vários tipos de tifo, todos provocados por pequenas bactérias do tipo riquétsias, cada um deles designado por um nome específico consoante o agente causador. O tifo exantemático, igualmente denominado tifo epidémico, é provocado pela Rickettsia prowazekii, um agente patogénico transmissível ao ser humano através dos excrementos do piolho do corpo, encontrando-se presente em todo o mundo, embora actualmente apenas persista em algumas regiões da África tropical e da América do Sul. O tifo murino ou endémico é provocado pela Rickettsia mooseri, transmitida através das pulgas dos ratos. O tifo rural, igualmente denominado febre fluvial do Japão ou tifo tropical, próprio da Índia e do sudeste asiático, é provocado pela Rickettsia tsutsugamushi, transmitida através da picada das larvas do ácaro vermelho (Trombicula). A febre maculosa das Montanhas Rochosas é provocada pela Rickettsia rickettsii, transmissível através da picada de carraças.
Manifestações e evolução
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O período de incubação de todas as formas de tifo dura entre uma e duas semanas.O tifo exantemático, a forma mais clássica, caracteriza-se pelo brusco aparecimento de febre, uma intensa dor de cabeça e sensação de prostração. Três ou quatro dias após o início dos sinais e sintomas, evidencia-se a erupção de pequenas manchas vermelhas que revestem todo o corpo à excepção do rosto, planta dos pés e palmas das mãos. A temperatura pode ultrapassar os 400C ao longo da primeira semana de evolução e, depois, desce um pouco, mesmo que se mantenha elevada durante mais sete dias. Por outro lado, as manchas vão escurecendo, a pressão arterial vai diminuindo e o paciente evidencia um estado de prostração, com obnubilação mental e fraca reacção aos estímulos. Esta fase caracteriza-se pelo aparecimento de complicações graves que podem originar a morte do paciente, como pneumonia, insuficiência renal, colapso cardiovascular ou uma progressiva perda de consciência que conduz ao coma. Caso se ultrapasse esta etapa, ao longo da terceira semana de evolução inicia-se um período de melhoria que origina uma prolongada convalescença.Embora as restantes formas de tifo evidenciem manifestações semelhantes ao tifo exantemático ou endémico, não costumam ter a mesma gravidade.
Tratamento
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O tratamento baseia-se na administração de antibióticos, ocasionalmente por via intravenosa. Caso a terapêutica seja prematuramente iniciada, ao fim de 1 a 2 dias, produz-se uma melhoria e a febre desaparece em 2 ou 3 dias. Por outro lado, caso o tratamento seja iniciado tardiamente, a resposta não é tão rápida e pode ser igualmente necessário proceder à administração de medicamentos anti-inflamatórios tipo corticóides e recorrer à alimentação por via endovenosa. Neste caso, é fundamental acompanhar rigorosamente o paciente, de modo a detectar possíveis complicações.
Informações adicionais
Epidemias históricas de tifo exantemático
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Há muitos séculos que o tifo exantemático tem vindo a afligir o homem. De facto, existem indícios de uma grande epidemia em Atenas, no século V a.C. Em seguida, a doença manifestou-se, sobretudo, quando encontrou as condições ideais para efectuar o seu contágio através dos piolhos, nomeadamente em situações de aglomeração, fome e guerras. Tanto na Idade Média como nas épocas mais recentes, até à Segunda Guerra Mundial, a doença afectou a Europa inúmeras vezes, propagando-se através dos piolhos que os soldados carregavam nas suas roupas e difundindo-se à população civil.