Febre Q

Infecção transmissível a partir de animais de quinta que tanto pode ter uma evolução aguda, provocando febre e alterações respiratórias, como uma evolução crónica, originando graves complicações.

Causas

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A febre Q é provocada pela Coxiella burnetti, uma bactéria do tipo riquétsia que habita em animais de quinta, como ovelhas, cabras ou vacas, encontrando-se na urina, fezes, carne, leite e placenta dos animais infectados. Embora o contágio entre os animais se efectue através de picadas, o contágio ao ser humano costuma produzir-se por uni mecanismo diferente, ou seja, através da inalação das partículas de pá contaminadas com microorganismos provenientes de secreções ou tecidos dos animais infectados, sobretudo da placenta. Dado que as bactérias responsáveis são muito resistentes à secura ambiental, conseguem manter a sua capacidade de infecção durante muito tempo, mesmo quando encontram condições adversas, podendo até ser arrastadas pelas correntes de ar a grande distância. O contágio pode igualmente produzir-se, embora com menos frequência, pela ingestão de leite contaminado e, em casos raros, por picadas de carraças.

Manifestações e evolução

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O período de incubação da febre Q dura entre duas e quatro semanas. A doença manifesta-se através de síndrome febril persistente, com uma temperatura do corpo elevada e arrepios, associada a mal-estar geral, perda de apetite, dor de cabeça intensa e dores musculares. Por vezes, alguns dias após o início da febre, produz-se uma afectação pulmonar (pneumonite) e evidenciam-se manifestações como dificuldade em respirar, sensação de falta de ar, tosse seca e uma dor torácica que aumenta com a inspiração. Estas manifestações duram cerca de duas semanas, período em que o paciente evidencia uma notória deterioração do seu estado geral de saúde, podendo emagrecer de forma evidente, sinais e sintomas que depois desaparecem paulatinamente. Em seguida, segue-se uma fase de convalescença, normalmente de algumas semanas de duração, na qual persiste a sensação de debilidade.

Ainda que a evolução benigna descrita sela a mais comuns, por vezes, a evolução da doença é mais prolongada e desfavorável. Estes casos proporcionam uma afectação do fígado e evidenciam sinais e sintomas próprios de uma hepatite, como icterícia (coloração amarela da pele). Por vezes, também proporcionam uma afectação do corado, com endocardite e alterações nas válvulas cardíacas, o que pode provocar unia grave insuficiência da função cardíaca, Caso não se proceda ao tratamento oportuno, a doença pode provocar a morre do paciente devido a complicações hepáticas ou cardíacas.

Tratamento

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O tratamento baseia-se na administração de antibióticos eficazes contra o agente responsável, como as tetraciclinas. Quando a doença tem uma evolução benigna, o tratamento consiste na realização de uma terapêutica antibiótica com cerca de 10 dias de duração. Por outro lado, nos casos crónicos, costuma ser necessário proceder à realização de um tratamento antibiótico prolongado, com ou 2 anos de duração. Por outro lado, existem casos em que é necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica para reparar os tecidos cardíacos afectados.

Informações adicionais

Prevenção

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Dado que a vacina elaborada contra a febre Q ainda não foi comercializada, a prevenção baseia-se na adopção de uma série de medidas profilácticas, com o objectivo de se proceder à precoce detecção dos eventuais focos de febre Q nos animais de quinta, nomeadamente a incineração imediata das placentas presumivelmente portadoras do microorganismo responsável e evitar o consumo de leite que não tenha sido fervido ou pasteurizado.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista ou o seu Médico Internista
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