Infecção aguda provocada por um microorganismo que se transmite através de picadas de carraças, manifestando-se através de erupção cutânea e febre.
CausasA febre botonosa é provocada pela Rickettsia conorii. Esta bactéria habita nas glândulas salivares de carraças que parasitam certos animais domésticos, sobretudo cães de zonas rurais, dos quais sugam o sangue para se alimentarem. O contágio ao ser humano produz-se precisamente através da picada acidental de carraças infectadas, que contagiam através da saliva contaminada. Para além de provocar uma lesão necrótica no ponto de inoculação, o micróbio também se difunde através do sangue ao longo de todo o organismo, originando as manifestações gerais da doença.Manifestações e evoluçãoO período de incubação da febre botonosa dura entre uma a três semanas. A doença manifesta-se de forma brusca através de febre elevada (até aos 400C), acompanhada por arrepios, suores intensos, sensação de debilidade, dores de cabeça, problemas musculares disseminados e irritação na conjuntiva.Ao fim de pouco tempo, o sítio da picada da carraça, através do qual o microorganismo causador entrou, evidencia uma lesão denominada pústula de inoculação, uma pequena mancha negra, por vezes ulcerosa e indolor, que vai progressivamente crescendo até alcançar cerca de 2 cm de diâmetro. Por vezes, surgem duas ou três lesões semelhantes, correspondentes a ligeiras picadas, enquanto que noutros casos a lesão passa despercebida devido à sua localização, por exemplo no couro cabeludo.Cerca de cinco dias após o início dos sinais e sintomas, evidencia-se um exantema, com o aparecimento de inúmeras pequenas manchas elevadas de cor vermelha. A erupção começa nos membros, normalmente nos inferiores, irradiando-se de seguida ao tronco e cabeça, até revestir praticamente toda a superfície do corpo, incluindo as palmas das mãos e as plantas dos pés. As lesões cutâneas, que não são dolorosas, nem picam, desaparecem de forma espontânea ao fim de uma ou duas semanas, sem deixarem marcas. Embora o problema se cure espontaneamente em cerca de duas ou três semanas, sem originar complicações, quando a doença afecta crianças, idosos e pessoas debilitadas ou com uma depressão do sistema imunitário, costuma ter uma evolução desfavorável, provocando complicações graves como surdez, episódios de trombose ou um quadro de choque cardiovascular que pode originar a morte do paciente. Nestes casos, convém submeter o paciente a um rigoroso controlo para que, caso seja necessário, se possam adoptar as medidas adequadas.
Informações adicionais
Localização geográfica
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A febre botonosa é uma doença relativamente frequente nos países banhados pelo Mediterrâneo do sul da Europa e norte de África, encontrando-se igualmente presente, embora em menor incidência, noutras regiões europeias e africanas e no sudoeste da Ásia.
Tratamento e prevenção
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O tratamento da febre botonosa baseia-se na administração de antibióticos activos contra o agente causador, através dos quais se consegue o desaparecimento dos sinais e sintomas, em poucos dias, e a prevenção de eventuais complicações. É igualmente possível recorrer-se à utilização de medicamentos contra a febre e à indicação de repouso na cama até que os problemas desapareçam.
A prevenção baseia-se na desinfestação regular dos cães parasitados por carraças, através de produtos químicos específicos recomendados pelo veterinário. Sempre que se tentar eliminar as carraças de um cão convém utilizar luvas, como precaução, de modo a evitar uma picada acidental.
A utilização de repelentes específicos contra as carraças é uma outra possível actuação preventiva, sobretudo para os pastores e para as pessoas que vivem em zonas rurais e correm um evidente risco de contacto com cães parasitados.