A peste provocou muitas mortes em séculos anteriores e ainda continua a ser muito perigosa em algumas regiões, pois na ausência do devido tratamento pode provocar a morte do paciente.
Causas
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A peste é provocada pela
Yersinia pestis, uma bactéria que vive em vários roedores, como furões, esquilos, marmotas e ratazanas, cujo contágio se efectua através das picadas das pulgas que habitualmente os infestam. De facto, a peste é uma doença própria destes animais e o seu contágio ao ser humano ocorre de maneira acidental, ou seja, quando as pulgas picam um animal infectado e, depois, uma pessoa. As grandes epidemias ocorridas nos séculos anteriores eram provocadas pelo facto de a doença dizimar a população de ratazanas urbanas, e as suas pulgas, como não encontravam animais para morder, eram obrigadas a picar as pessoas. Embora esta situação, actualmente, apenas ocorra em casos raros, a transmissão ao ser humano efectua-se através do mesmo mecanismo, mesmo que os episódios por vezes verificados em zonas endémicas sejam normalmente provocados por picadas acidentais de pulgas que infestam roedores selvagens infectados. Por outro lado, em caso de epidemia nos humanos, a peste pode contagiar-se de pessoa para pessoa através do ar contaminado com as bactérias expelidas pelos indivíduos afectados por lesões nos pulmões.
Manifestações e evolução
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A peste pode adoptar duas formas básicas, consoante o mecanismo de contágio.
Peste bubónica. O contágio desta forma de peste, a mais comum, efectua-se através da picada de pulgas de roedores contaminados. Após dois a cinco dias de incubação, a peste bubónica começa a manifestar-se através de febre elevada, mal-estar geral e dor de cabeça intensa. Pouco tempo depois, começam a evidenciar-se os típicos bubões, que correspondem à inflamação dolorosa dos gânglios linfáticos devido à multiplicação das bactérias, que se costumam manifestar nas zonas próximas das picadas, nomeadamente nas virilhas, nas axilas ou no pescoço. Como estes bubões costumam aumentar de tamanho, acabam por rebentar, proporcionando a drenagem do conteúdo purulento dos gânglios tumefactos através da pele. Caso não se proceda ao seu tratamento, os microorganismos passam em grande número para o sangue, originando uma septicemia, difundem-se por todo o corpo, provocando graves alterações que conduzem a insuficiências funcionais em diversos órgãos, e provocam um quadro de choque que pode levar à morte do paciente. No entanto, em alguns casos, a septicemia é tão precoce que provoca a morte do paciente antes da manifestação dos próprios bubões.
Peste pneumónica. O contágio desta forma efectua-se quando as pessoas infectadas têm lesões nos pulmões e expulsam as bactérias através da respiração. Nestes casos, a localização inicial da alteração corresponde aos pulmões, onde se produzem lesões supuradas que provocam hemorragias, que se manifestam através de ataques de tosse e expectoração de sangue. Em seguida, os microorganismos difundem-se pelo organismo e, caso não seja devidamente tratada, a doença provoca rapidamente a morte do paciente.
Informações adicionais
Tratamento e prevenção
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O tratamento da peste baseia-se na administração de antibióticos activos contra o microorganismo responsável. Actualmente, existem medicamentos muito eficazes que, se forem administrados durante 7 a 10 dias, conseguem curar a doença, desde que esta seja diagnosticada precocemente e a terapêutica seja iniciada de imediato. Enquanto o tratamento antibiótico faz efeito, os indivíduos afectados devem ser internados em hospitais apropriados para que possam ser tratadas eventuais complicações e, sobretudo, para que sejam mantidos em condições de isolamento, de modo a impossibilitar a disseminação da doença.
Em relação à prevenção, esta compreende várias medidas. Dado que em algumas regiões existe o risco de propagação da peste dos roedores selvagens às ratazanas urbanas e destas à população humana, a prevenção baseia-se no controlo dos animais através de campanhas de desratização e fumigação, de modo a eliminar as suas pulgas. Como medida de prevenção individual, convém que as pessoas que viajem para zonas de alto risco, sobretudo do sudeste asiático, e os trabalhadores agrícolas de regiões onde existe a peste tomem uma vacina que proporcione uma protecção temporária contra a mesma.