Disenteria bacilar

Doença infecciosa aguda cuja evolução, embora incómoda, costuma ser benigna.

Causas

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A disenteria bacilar é provocada por bactérias do género Shigella, das quais se podem distinguir várias espécies. O contágio produz-se por via oral, normalmente devido ao consumo de líquidos ou alimentos contaminados, embora também possa ser provocado ao entrar em contacto com as mãos mal limpas de um portador de microorganismos responsáveis ou com material contaminado.

Depois de entrarem no organismo, as bactérias estabelecem-se na mucosa intestinal, onde se reproduzem, originando uma inflamação e a formação de áreas de úlceras, o que provoca as manifestações digestivas do problema. Por outro lado, os microorganismos produzem toxinas que passam para o sangue e se difundem pelo organismo, originando as manifestações gerais.

Manifestações e evolução

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O período de incubação da disenteria bacilar dura entre um a três dias. A doença manifesta-se bruscamente através de febre elevada, cefaleia, dor abdominal tipo cólica e uma diarreia aquosa e abundante. Ao fim de um ou dois dias, a febre tem a tendência para desaparecer, enquanto que a dor abdominal torna-se mais intensa e as evacuações tornam-se menos frequentes, difíceis e escassas. As defecações são tipicamente pequenas e constituídas por mucosidade, pus e sangue. Esta fase pode durar entre uma a várias semanas e a intensidade das manifestações pode ser muito variável, já que a evolução do problema depende do microorganismo responsável por cada caso e das condições gerais do paciente. O principal perigo corresponde à desidratação, uma complicação proporcionada pela perda de líquidos através da diarreia e dos vómitos, embora também exista o risco de uma eventual, mas temível, perfuração intestinal.

Após o desaparecimento dos sinais e sintomas, segue-se um período de convalescença, que se prolonga por cerca de um mês e durante o qual o paciente ainda é afligido por uma sensação de debilidade geral, embora moderada.

Tratamento

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O tratamento baseia-se na administração de antibióticos para eliminar as bactérias responsáveis. Para além de o paciente se manter em repouso e seguir uma dieta ligeira, a medida complementar mais importante consiste em assegurar a adequada ingestão de líquidos, de modo a prevenir um possível quadro de desidratação. Por vezes, sobretudo em caso de vómitos intensos, deve-se proceder à hidratação por via parentérica.

Informações adicionais

Localização geográfica

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Apesar de a disenteria bacilar se manifestar em todo o mundo, é mais frequente e grave nos países onde não existem as infra-estruturas necessárias para tratar adequadamente as águas residuais e assegurar a qualidade das águas de consumo potáveis. De facto, o problema é particularmente frequente nos países quentes da Ásia, África e América, que se tornam zonas endémicas e onde se encontram difundidas algumas espécies de Shigella (S. dysenteriae, S. flexneri), que originam processos infecciosos muito graves e persistentes, enquanto que apenas se evidencia sob a forma de episódios epidémicos ocasionais nos países ocidentais desenvolvidos, onde se encontram difundidas outras espécies (S. sonnei, S. boydii), as quais originam quadros mais ligeiros e curtos.

Lavar sempre as mãos

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Existem muitas doenças provocadas por um lamentável incumprimento de uma norma higiénica básica - lavar bem as mãos antes das refeições - já que estamos constantemente a tocar em objectos com micróbios na sua superfície, que contagiam as nossas próprias mãos. Ao não lavarmos as mãos antes de tocarmos nos talheres ou nos alimentos que vamos consumir, os microorganismos podem entrar no interior do nosso corpo, onde encontram as condições ideais para a sua proliferação, o que constitui a origem de inúmeras doenças infecciosas. O contágio pode efectuar-se ao tocar-se algum objecto contaminado com bactérias, mas também ao tocar as mãos de alguém que o tenha feito, algo muito comum nas brincadeiras das crianças. De facto, como o perigo é maior entre as crianças, estas devem, para o seu próprio bem, acostumar-se a lavar as mãos antes de levarem qualquer objecto à boca.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista ou o seu Médico Internista
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