Botulismo

Intoxicação muito grave provocada pela ingestão de alimentos contaminados com a toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.

Causa

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O Clostridium bottdinum é um bacilo amplamente presente nos solos e depósitos aquosos de todo o mundo, podendo mesmo habitar, sem provocar qualquer problema, no intestino de inúmeros animais. Quando esta bactéria, muito resistente ao calor e ao ambiente seco, se encontra num meio anaeróbio elabora uma toxina cuja entrada no organismo humano pode ser extremamente perigosa.

Embora o botulismo não corresponda exactamente a uma infecção, já que o Clostridium botulinum é inofensivo, o consumo de alimentos enlatados deteriorados pode ser fatal, na medida em que esse tipo de alimentos pode conter a toxina tão perigosa. Dado que ao longo da elaboração industrial dos alimentos são adoptadas as medidas oportunas que garantem a total eliminação de uma eventual contaminação bacteriana, através da qual se consegue prevenir o risco referido, os casos de botulismo apenas costumam ser provocados por falhas acidentais nos processos de elaboração. As mais perigosas são as conservas caseiras que não são preparadas com as devidas precauções.

Manifestações e evolução

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Após a ingestão de um alimento contaminado, a toxina botulínica entra no aparelho digestivo e é absorvida no estômago e no intestino delgado, de onde passa para a circulação sanguínea, alcançando o sistema nervoso. O principal perigo deste veneno consiste no facto de bloquear a acção de um neurotransmissor,  a acetilcolina, provocando graves problemas neurológicos.

As manifestações costumam evidenciar-se entre 10 a 36 horas após o consumo do alimento contaminado, embora por vezes possam levar mais algum tempo, caso a toxina ingerida seja reduzida. Os sinais e sintomas iniciais mais frequentes são secura da boca, dificuldades em falar e engolir, intolerância á luz e visão turva e, por vezes, vómitos e diarreia.

Caso a intoxicação não seja devidamente tratada, ao fim de algumas horas ou dias, provoca uma paralisia que afecta de forma simétrica e progressiva os grupos musculares de ambos os lados do corpo, da cabeça aos pés. Os casos mais graves podem proporcionar a paralisia dos músculos respiratórios e, consequentemente, um quadro de asfixia, que pode originar a morre do paciente. De facto, calcula-se que cerca de 70% dos casos não tratados provocam morte por asfixia, sobretudo quando as manifestações iniciais aparecem imediatamente após a intoxicação.

Tratamento

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O tratamento baseia-se na administração de uma antitoxina específica, complementada com a realização de lavagens ao estômago e edemas para eliminar a toxina, que ainda não tenha sido absorvida, do tubo digestivo. A restante terapêutica passa pelo alívio dos sinais e sintomas e compreende, sobretudo, a assistência respiratória do paciente, incluindo a utilização de um ventilador artificial, para manter a ventilação.

Informações adicionais

Prevenção

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A prevenção passa pela adopção das devidas precauções na elaboração de conservas caseiras, já que é necessário ferver os alimentos numa panela de pressão durante trinta minutos, pelo menos, para garantir a destruição do C. botulinum. De facto, antes de se consumir os alimentos conservados por meios caseiros, os quais não se tem a certeza absoluta de que são inofensivos, convém fervê-los durante, pelo menos, dez minutos, de modo a desnaturalizar a toxina botulinica eventualmente presente. Para além disso, convém evitar os enchidos caseiros pouco salgados e o peixe fumado ou conservado cru. Importa ainda referir que as latas de conservas industriais que aparecem opadas ou inchadas e cuja abertura evidencia sinais de fermentação ou apresentem mau cheiro devem ser imediatamente rejeitadas: em caso de dúvida, devem ser colocadas no lixo.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista ou o seu Médico Internista
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