Tuberculose

A tuberculose, uma das doenças infecciosas bacterianas mais difundidas no mundo, caracteriza-se por provocar lesões nos pulmões, embora também possa originar problemas noutras regiões do organismo e causar complicações mortais.

Causas

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A tuberculose é provocada pelo Mycobacteriurn tuberculosis, ou bacilo de Koch, do qual é possível encontrar dois tipos: o humano e o bovino. O primeiro, actualmente o principal agente causador de tuberculose, apenas se evidencia na espécie humana e propaga-se por via aérea através da inalação das pequenas gotas de saliva contaminadas, expelidas pela tosse ou pelo falar dos indivíduos afectados por tuberculose pulmonar activa, a qual não foi devidamente tratada. O contágio costuma necessitar de um contacto próximo ou de uma exposição repetida, já que o microorganismo sobrevive pouco tempo no meio ambiente, o que justifica o facto de a infecção ser mais comum nas zonas urbanas e em pessoas que vivem em aglomerações. O bacilo tuberculoso tipo bovino costuma infectar as vacas e pode ser transmitido ao ser humano através da ingestão de leite contaminado, algo que já não acontece nos países desenvolvidos onde se realizam controlos veterinários, pois o leite apenas é aprovado para consumo depois de ser submetido a processos de pasteurização ou esterilização, através dos quais o microorganismo é destruído com o calor, ocorrendo apenas nos países em vias de desenvolvimento com deficientes condições sanitárias e de controlo dos alimentos.

Formas evolutivas

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A infecção pelo bacilo da tuberculose não provoca necessariamente o desenvolvimento da doença, já que o organismo produz uma resposta defensiva que, em condições normais, consegue destruir o microorganismo ou, pelo menos, neutralizá-lo. Por isso, a tuberculose afecta, sobretudo, as pessoas cujas defesas se encontram debilitadas devido a má nutrição, alcoolismo, diabetes, outras doenças infecciosas graves e, em particular, patologias que provoquem insuficiência imunitária, como a SIDA.

Primo-infecção tuberculosa. O primeiro contacto com o bacilo de Koch por via respiratória proporciona a chegada do microorganismo ao pulmão, onde origina um foco que a reacção defensiva orgânica normalmente consegue combater. De facto, esta primo-infecção passa despercebida, na maioria dos casos, visto que a resposta defensiva pára a evolução do processo infeccioso sem que se manifeste qualquer sinal ou sintoma. Nos restantes casos, a primo-infecção evidencia-se através de tosse seca, perda de apetite, debilidade, febre ligeira e suores abundantes, sinais e sintomas que costumam desaparecer espontaneamente ao fim de alguns dias ou poucas semanas. Nesta fase, os microorganismos apenas se propagam ao longo do tecido pulmonar ou pelo sangue, proporcionando a extensão da infecção a outros tecidos, num reduzido número de casos.

Tuberculose pulmonar. É a forma mais comum da doença e costuma ser provocada por novos contactos com o agente responsável ou quando um indivíduo anteriormente afectado por uma primo-infecção apresenta uma diminuição das defesas que possibilita a reactivação dos microorganismos isolados nas lesões primárias. Esta situação favorece o desenvolvimento de lesões crónicas pulmonares que proporcionam, ao longo de semanas e meses, manifestações como tosse seca ou com expectoração, por vezes hemoptóica, dor torácica, febre moderada acompanhada por arrepios, dor de cabeça, perda de apetite e uma evidente diminuição de peso corporal. Caso não se proceda ao tratamento oportuno, a infecção segue a sua evolução, provocando a progressiva destruição do tecido pulmonar, o que provoca, em fases mais avançadas, lesões denominadas "cavernas", que constituem focos infecciosos a partir dos quais os microorganismos se podem disseminar facilmente aos tecidos adjacentes e, através do sangue, a órgãos mais ou menos afastados. A tuberculose pulmonar avançada pode afectar extensas áreas dos pulmões, originando hemorragias com expectoração hemoptóica e provocando uma grave insuficiência respiratória.

Tuberculose extrapulmonar. A infecção costuma propagar-se por via sanguínea dos pulmões a qualquer outra região do corpo. A complicação mais frequente corresponde à tuberculose renal, com a afectação dos rins e uma evolução progressiva que, se não for devidamente tratada, determina uma insuficiência renal em fases avançadas. A tuberculose osteoarticular, na maioria dos casos localizada na coluna vertebral (mal de Pott), também é relativamente frequente. A tuberculose intestinal costuma ser provocada pela propagação de microorganismos provenientes do pulmão, embora também se possa manifestar após o contágio do M. Tuberculosis tipo bovino por via digestiva. Outras possíveis localizações do processo infeccioso são as glândulas supra-renais, os órgãos genitais, a pele e o sistema nervoso. A evolução mais grave corresponde à tuberculose miliar, que se caracteriza pela formação de inúmeras lesões tuberculosas do tamanho de um grão de milho, tanto nos pulmões como praticamente em qualquer tecido do organismo.

Informações adicionais

Prevenção

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Existem várias medidas preventivas contra a tuberculose. Em alguns países, a principal medida consiste na utilização da vacina BCG, produzida a partir de uma raiz do bacilo da tuberculose bovina atenuada (bacilo de Calmette-Guérin) - ainda que não proporcione uma imunidade eficaz em todos os casos permite evitar as formas de evolução mais graves. No entanto, esta vacina não é utilizada noutros países, nos quais a prevenção passa pela detecção precoce da infecção tuberculosa assintomática nos exames de saúde regulares e, sobretudo, através do teste de tuberculina.

Por outro lado, as pessoas expostas ao contágio por conviverem com um paciente portador de tuberculose, antes de iniciarem o tratamento, devem recorrer à administração preventiva de antibióticos.

Tratamento

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O tratamento baseia-se na administração de vários tipos de antibióticos activos contra o bacilo tuberculoso, devendo-se combinar 3 ou 4 destes medicamentos durante, pelo menos, 6 a 9 meses. Dado que estes medicamentos podem gerar efeitos secundários, por vezes, devem ser substituídos por outros, devendo-se igualmente solicitar a realização regular de vários exames para determinar as repercussões. A antibioterapia específica costuma proporcionar de tal forma a cura progressiva das lesões que, ao fim de duas ou três semanas, as mesmas já não se encontram activas, o que faz com que o paciente já não contagie outras pessoas. Todavia, o paciente só consegue alcançar a cura definitiva se cumprir rigorosamente o tratamento antibiótico até ao final, pois caso contrário pode provocar uma reactivação do processo, o que provoca uma maior resistência dos bacilos aos medicamentos.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista ou o seu Médico Internista ou o seu Pneumologista
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