Rubéola

A rubéola é uma doença infecciosa de origem viral muito contagiosa e normalmente ligeira, embora possa provocar graves malformações fetais, caso afecte mulheres grávidas.

Causas e frequência

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A rubéola é provocada por um vírus específico da família Togavírus. O contágio produz-se por via respiratória, através da inalação de reduzidas gotas de saliva contaminadas, que ficam suspensas no ar após terem sido expelidas pelas pessoas afectadas ao espirrarem, tossirem ou falarem. Por outro lado, as mulheres grávidas também podem contagiar o feto que tem na barriga, já que o vírus consegue atravessar a barreira da placenta e originar a temível rubéola congénita.

Embora a rubéola seja cada vez menos frequente nos países desenvolvidos, onde se aplica sistematicamente a vacina contra esta doença, a sua incidência continua a ser significativa nas pessoas com mais de 15 anos de idade. Por outro lado, no resto do mundo, a rubéola é extremamente frequente, pois o vírus responsável contagia-se com grande facilidade, afectando particularmente as crianças com menos de 10 anos.

Manifestações e evolução

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O período de incubação da rubéola dura entre duas a três semanas. É preciso referir que, apesar de em muitos casos a doença ser assintomática noutros casos evolui através de manifestações mínimas. À semelhança das doenças infecciosas que provocam erupções cutâneas, na rubéola é possível distinguir uma fase que precede a erupção das mesmas.

Ao longo da primeira fase da doença, que dura entre dois a dez dias, a manifestação mais característica é a inflamação dos gânglios linfáticos, nomeadamente os que se situam por baixo do queixo, por trás das orelhas e nos lados do pescoço. Visto que a inflamação destes gânglios não é significativa, na maioria dos casos, nem dolorosa, apenas é detectada pelos problemas que provoca durante movimentos como girar a cabeça ou mastigar. Outras manifestações frequentes da fase que precede a erupção são febre ligeira, catarro e inflamação das conjuntivas dos olhos.

A segunda fase, altura em que a erupção cutânea ou exantema se manifesta, dura cerca de 2 ou 3 dias. Importa ainda relembrar que, embora a erupção seja a manifestação mais típica da rubéola, nem sempre se evidencia, na medida em que a doença pode evoluir de forma totalmente assintomática. A erupção cutânea caracteriza-se pelo aparecimento de inúmeras manchas rosadas muito pequenas, com cerca de 2 a 3 mm de diâmetro, ovais ou arredondadas e com ligeiro relevo, que empalidecem ao serem pressionadas. De início, manifestam-se por trás das orelhas e no couro cabeludo, fronte, bochechas e nariz, alastrando-se de cima para baixo por todo o corpo, em 1 ou 2 dias, desaparecendo na mesma ordem com que se manifestaram, sem deixar cicatrizes. Ao longo da fase eruptiva, é habitual que a febre e o catarro aumentem de intensidade, mas após ultrapassada esta fase estes sinais e sintomas também diminuem de intensidade, mesmo que a inflamação dos gânglios linfáticos possa persistir durante algumas semanas.

Após o desaparecimento da erupção, o organismo recupera progressivamente o seu estado normal e o indivíduo fica definitivamente imunizado contra a rubéola.

As complicações são pouco frequentes, excepto quando a rubéola é contraída na gravidez. A mais grave é a infecção do encéfalo pelo próprio vírus da rubéola, uma patologia que normalmente ocorre nas crianças ou adultos mal nutridos ou imunodeprimidos.

Prevenção

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A prevenção baseia-se na aplicação sistemática da vacina contra a rubéola, produzida com vírus atenuados. Dado que esta vacina pertence à vacina tripla viral, em muitos países aplicada por volta do primeiro ano de idade, também protege a pessoa contra o sarampo e a parotidite. Em alguns países, é igualmente aplicada a vacina anti-rubéola apenas nas meninas entre os 11 e 12 anos de idade, independentemente de terem recebido a vacina tripla na primeira infância, como medida de segurança e para proporcionar uma protecção eficaz numa futura gravidez.

Os problemas gerados imediatamente após a aplicação da vacina, como a febre e mal-estar geral, são muito ligeiros. Todavia, a vacina encontra-se contra-indicada, sobretudo porque é elaborada à base de vírus vivos, embora atenuados, nas mulheres que sabem que possam estar grávidas, nas que planeiam ficar grávidas nos próximos três meses, nas pessoas com defesas imunitárias baixas ou doenças infecciosas graves e nos indivíduos alérgicos a várias substâncias. Em suma, antes de se tomar uma vacina, deve-se consultar um especialista.

Informações adicionais

A temível rubéola na gravidez

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Quando uma mulher grávida contrai rubéola, é possível que o vírus atravesse a placenta e infecte o embrião ou o feto, originando uma rubéola intra-uterina. O risco de ocorrência e a gravidade das consequências variam de acordo com o momento de produção do contágio.

• Quando o contágio ocorre ao longo das primeiras quatro semanas da gestação, o risco de infecção do embrião ultrapassa os 60%, provocando na maioria dos casos a morte do mesmo.

• Caso o contágio se produza entre a quinta e a oitava semana da gestação, o risco de infecção do embrião situa-se à volta dos 25%. Todavia, nestes casos, as consequências são mais preocupantes, pois caso não provoquem a morte do embrião, podem provocar graves alterações no seu desenvolvimento, raio como malformações cardíacas, ósseas e oculares ou até mesmo atraso mental e surdez.

• Quando o contágio ocorre entre o segundo e o quinto mês da gestação, o risco de infecção do embrião ou feto situa-se à volta dos 10% e a possibilidade de provocar a sua morte ou malformações graves persiste, embora seja muito menor.

• Por fim, caso o contágio ocorra a partir do quinto mês de gestação não existe risco de infecção fetal.

As malformações provocadas pela rubéola intra-uterina podem ser muito graves. Embora algumas se evidenciem imediatamente após o nascimento, existem outras que podem levar algum tempo a serem detectadas, como a surdez ou um eventual atraso mental. Por outro lado, dado que os recém-nascidos que contraíram a doença ao longo da vida intra-uterina continuam infectados, por vezes, evidenciam manifestações características do problema, sobretudo a inflamação dos gânglios linfáticos e a erupção cutânea, podendo igualmente contagiar outras pessoas.

Vacinação contra a rubéola e gravidez

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Quando uma mulher em idade fértil ainda não tenha sido vacinada contra a rubéola e não planeie ficar grávida nos três meses seguintes, deve-se vacinar, a menos que existam contra-indicações específicas.

Caso a mulher não se recorde se foi vacinada ou se foi afectada pela doença, para o confirmar deve submeter-se a uma simples análise de sangue, na qual se deve procurar a presença de anticorpos contra o vírus da rubéola. Se após esta análise se confirmar que foi vacinada ou afectada pela doença, pode prosseguir com os seus planos. Caso não o tenha sido, o melhor é vacinar-se e adiar a gravidez até, no mínimo, três meses após a aplicação da vacina.

Quando uma mulher fica grávida e não se recorda se foi afectada pela doença ou se foi vacinada, e especialmente se tem a certeza que não o foi, deve evitar o contacto directo com doentes ou presumíveis doentes com rubéola ou com pessoas que tenham estado em contacto com estes.

Se, por qualquer razão, uma mulher grávida receber a vacina, não é necessário interromper a gravidez, pois nestes casos o feto corre um perigo muito reduzido.

Por fim, caso uma mulher contraia a rubéola ao longo dos primeiros cinco meses de gravidez, pode optar por um aborto terapêutico, de modo a prevenir o nascimento de um bebé com graves malformações.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista
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