Os fungos são seres constituídos por uma única célula ou por várias, apesar de não formarem tecidos nem órgãos.
Embora se conheçam mais de 100 000 espécies diferentes, a grande maioria é inofensiva para o ser humano, pois apenas cerca de uma centena pode provocar doenças.
Estrutura
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Tradicionalmente considerados como pertencentes ao reino vegetal. recentes classificações colocam os fungos num reino próprio, denominado Fungi. Em qualquer caso. são seres constituídos por células eucariotas, ou seja, mais complexas do que as células procariotas que caracterizam as bactérias, na medida em que são constituídas por um núcleo diferente, rodeado por uma membrana própria, que se encontra geneticamente presente em mais de um cromossoma. Para além disso, as células pertencentes aos fungos são, entre os organelos presentes no citoplasma, constituídas por mitocôndrias, ausentes nas células bacterianas. Todavia, não possuem clorofila, um pigmento presente em quase todos os vegetais, que se encarrega de obter energia através do processo da fotossíntese. Em suma, os fungos apenas conseguem obter a energia de que necessitam para o seu metabolismo através da integração de compostos orgânicos do meio externo. Por outro lado, ao contrário das células animais, as células dos Fungos apresentam, junto à membrana citoplasmática, unia parede celular compacta, composta por quitina, uma substância dura que forma a carcaça dos crustáceos e o exoesqueleto dos insectos.
Formas
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Como já foi anteriormente dito, os fungos podem manifestar-se através de duas formas, como seres unicelulares ou como organismos pluricelulares. Todavia, existem alguns fungos, denominados dimórficos, que podem adoptar alternadamente as duas formas, conforme as circunstâncias em que se encontram.Quando constituídos por uma única célula, denominam-se
leveduras e apresentam uma forma esférica ou oval, com cerca de 2 a 4 mícrones de diâmetro, tendo tendência para se agruparem, constituindo colónias.Quando são constituídos por várias células, são designados
bolores.Embora também costumem ter um tamanho microscópico, por vezes o seu volume é tão significativo que se podem ver a olho nú. As células integrantes dos bolores agrupam-se num número variável, por vezes separadas por septos, de modo a constituírem um filamento tubular denominado hifa, a sub-unidade fundamental do organismo. De facto, os bolores são formados a partir de uma hifa que cresce em comprimento, de modo a ramificar-se, originando novas hifas que também se ramificam. Cada hifa apresenta vários mícrones de largura, embora também possa alcançar vários centímetros de comprimento. Em algumas zonas, as hifas ramificam-se em tão grande número que formam grupos e estruturas, de aspecto semelhante ao algodão, os micelos. Alguns destes micelos, denominados vegetativos, têm como missão absorver do meio externo os nutrientes que o fungo necessita. Existem outros que são constituídos pelas estruturas responsáveis pela reprodução do bolor.
Reprodução
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A reprodução dos fungos pode-se efectuar através de vários mecanismos, de acordo com a espécie e com o meio onde se encontram.Uma das formas de reprodução mais típica das leveduras é a cissiparidade, que consiste na formação de uma protuberância na célula mãe, denominada gema ou botão, constituída por todos os elementos vitais, sendo uma célula fixa que acabará por se desunir por constrição.Uma outra forma de desenvolvimento e reprodução, própria dos bolores, é através da formação de hifas e fragmentação. A hifa desenvolve-se a partir de uma célula que aumenta de volume no sentido longitudinal, cujo núcleo se reproduz com vista a originar vários, formando septos transversais que permitem a constituição de novas células. Caso uma hifa acabe por se quebrar e desunir do bolor, consegue conservar a capacidade de desenvolvimento, permitindo a formação de outro bolor.Para além disso, tanto as leveduras como os bolores conseguem formar esporos, uma espécie de sementes resistentes às eventuais condições adversas do meio externo, que suportam a situação desfavorável até que, no momento propício, germinam e originam novos fungos. Os esporos podem ser transportados pelo ar a grande distância, através do qual o fungo se expande até encontrar o terreno favorável para o seu desenvolvimento. Em alguns casos, o ser humano é precisamente contaminado por esporos que penetram no seu organismo, após resistirem a condições desfavoráveis no meio que os rodeia, encontrando o meio ideal para germinar, com a consequente proliferação de fungos.Por fim, existem inúmeras espécies de fungos que conseguem multiplicar-se através de um mecanismo de reprodução sexuada, através do qual os órgãos reprodutores da célula fêmea se unem aos de uma célula macho, de modo a gerar um ovo, a partir do qual se desenvolve um fungo.
Informações adicionais
Fungos úteis e fungos perigosos para o ser humano
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De todos os fungos conhecidos, a grande maioria é inofensiva para o ser humano e alguns até são benéficos. Os exemplos mais comuns de fungos benéficos são as várias leveduras utilizadas para produzir a cerveja ou, até mesmo, para obter antibióticos. ou ainda os cogumelos comestíveis, tão apreciados na gastronomia.
Contudo, alguns fungos podem ser, por diferentes motivos, muito perigosos para o ser humano, como é o caso dos famosos cogumelos venenosos, cuja ingestão representa um perigo para a vida. São igualmente perigosos os fungos que infectam as cozinhas, através da produção de toxinas que, caso sejam consumidas com os alimentos, podem originar graves doenças. Por fim, temos que referir o caso dos minúsculos fungos aerogénicos responsáveis pelas reacções alérgicas nas vias respiratórias, desde rinites e ataques de asma até sérias alveolites.
Por outro lado, o principal perigo dos fungos referidos neste capítulo prende-se com o facto de encontrarem no ser humano as condições favoráveis para sobreviverem, crescerem e reproduzirem-se; por isso, invadem o corpo humano, localizando-se conforme o caso nos tecidos cutâneos ou nos órgãos internos (como os pulmões) e originando processos infecciosos, conhecidos como micoses - ainda que, por vezes, sejam localizados e considerados banais, noutras ocasiões são disseminados e muito graves, até mesmo mortais. Contudo, é preciso referir que o organismo humano possui defesas que costumam ser muito eficazes na desactivação e posterior controlo dos diversos fungos potencialmente perigosos. pois as mitoses são, na maioria dos casos, infecções oportunistas que aparecem em pessoas com insuficiências no sistema imunitário, proporcionando defesas insuficientes que favorecem o poder patogénico dos fungos e criam as condições propícias para que os microorganismos, sem oposição, se possam reproduzir em liberdade.