Epidemia e endemia

O termo "epidemia" designa o brusco aparecimento de uma doença infecciosa que afecta um grande número de pessoas numa determinada região, enquanto que a "endemia" denomina uma doença que se evidencia de forma persistente numa determinada zona.

Conceito de epidemia

Topo

O termo "epidemia", proveniente do grego (epi, sobre, e demos, povo), designa o aparecimento súbito de uma doença infecciosa que se propaga durante um determinado período de tempo por uma determinada zona geográfica, afectando um número significativo de pessoas. Um dos exemplos mais referidos é o da Gripe Espanhola, que matou milhões de pessoas entre 1918 e 1919. 

Consoante a sua gravidade, ou seja, o número de vítimas e a extensão do problema, costumam-se utilizar algumas denominações específicas.

Por exemplo, quando a epidemia é muito breve e afecta um número limitado de pessoas, normalmente denomina-se episódio epidémico e caracteriza-se por infecções provocadas por microorganismos que necessitam de condições muito específicas para a sua propagação ou que apenas afectam indivíduos que apresentam uma sensibilidade especial. Embora os possíveis exemplos variem bastante, existe um muito claro: os eventuais episódios epidémicos da doença do legionário, uma grave doença produzida por uma bactéria que, por vezes, encontra as condições ideais para proliferar nos sistemas de ar condicionado ou canalizações de grandes edifícios públicos e ataca quem entrar cm contacto com ela até que soe o alarme, se diagnostique o problema e se controle o foco.

Quando a epidemia adquire grandes dimensões e ultrapassa fronteiras, estendendo-se por vários países ou até continentes inteiros, designa-se pandemia (do grego pan, tudo, e demos, povo). São inúmeros os exemplos históricos de pandemias que arrasaram os povos europeus nos séculos passados: peste, febre amarela, tifo, entre outras.

Factores desencadeadores de epidemias

Topo

Existem vários factores que proporcionam o aparecimento de epidemias e, por vezes, associam-se ou agravam-se. Alguns estão relacionados com as características do microorganismo causador e outros essencialmente com a sensibilidade da população ou até mesmo com a existência de condições que favoreçam a propagação do agente responsável.

Em relação às características dos microorganismos, o principal factor corresponde a um súbito aumento da agressividade de um determinado microotganismo. De facto, uma possível mutação pode provocar um aumento da virulência de um micróbio e desencadear uma epidemia.

Em relação à sensibilidade da população, existem grandes probabilidades de epidemia, caso um microorganismo até ao momento desconhecido na região e contra o qual os habitantes não encontrem defesa aceda a uma determinada zona geográfica. Por exemplo, após o descobrimento da América, diversas epidemias provocadas por microorganismos provenientes do Velho Mundo assolaram os nativos e o mesmo sucedeu com a chegada de microorganismos transportados pelos conquistadores que se propagaram a toda a Europa. Pode igualmente acontecer o contrário, ou seja, a deslocação de um número elevado de pessoas, pois ao longo da história existem casos de exércitos que sucumbiram perante doenças comuns nas regiões invadidas, embora completamente desconhecidas para os invasores.

Por último, por vezes, o factor desencadeador corresponde ao aparecimento de situações que favoreçam a disseminação de um determinado microorganismo, como por exemplo perante catástrofes que favoreçam a contaminação da água de consumo (como acontece com a cólera) ou alterações no clima que originem uma proliferação dos insectos vectores de alguns microorganismos (como os mosquitos no caso da febre amarela).

Conceito de endemia

Topo

A endemia designa uma determinada doença infecciosa presente de forma persistente e permanente numa zona geográfica, afectando um número considerável dos seus habitantes.

Esta infecção é, sobretudo, provocada pela existência numa certa região de condições que facilitem a persistência de determinadas fontes de infecção acessíveis à população ou através da presença de algum vector específico que intervenha no contágio de determinados microorganismos. A cólera, por exemplo, é endémica tanto no Paquistão como na Índia, já que o delta do rio Ganges encontra-se, provavelmente há milhares de anos, contaminado. O paludismo é endémico em várias zonas tropicais do planeta onde existem as condições ideais para o mosquito Anophrlrs transmitir o protozoário responsável pela doença através das suas picadas. Calcula-se que vivem mais de 15OO milhões de pessoas nas regiões onde o paludismo é endémico. Como existem inúmeras doenças endémicas, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, antes de se viajar para estas zonas, convém informar-se sobre este assunto.

Informações adicionais

O médico responde

Topo

Após uma grande catástrofe natural, fala-se sempre no perigo de epidemias. Porquê?

As catástrofes naturais, como os terramotos ou grandes inundações, proporcionam condições óptimas para o desenvolvimento de epidemias. Por um lado, costumam provocar sérias deficiências nas infra-estruturas higiénicas e sanitárias, o que favorece a contaminação das fintes de água potável. Por outro lado, os habitantes das regiões são, muitas vezes, afectados por alterações nas suas defesas orgânicas como consequência de uma má alimentação ou provocadas pelas alterações do clima e do meio ambiente. Para além disso. quando a catástrofe provoca uma grande mortalidade, as próprias vítimas constituem um verdadeiro "meio de transmissão" para a proliferação de microorganismos patogénicos. Contudo, não é de estranhar que perante um evento deste tipo, as autoridades sanitárias encetem os dispositivos disponíveis ou solicitem ajuda internacional, de modo a limitar os riscos e tentar eliminar ou controlar os focos infecciosos, antes que se desencadeiem perigosas epidemias.

Quarentena

Topo

Denomina-se quarentena o período de isolamento a que as pessoas que estiveram em contacto com pacientes ao longo de uma epidemia por vezes têm de se submeter. O objectivo deste isolamento é evitar que tais pessoas, possivelmente contagiadas, embora ainda não manifestem sinais e sintomas por estarem em fase de incubação da doença, não propaguem a infecção à população. De facto, embora o termo "quarentena" ainda seja utilizado, actualmente já está desactualizado, pois é proveniente do termo "quarenta", a quantidade de dias durante os quais antigamente se acreditava que o contágio de uma doença infecciosa se podia efectuar. Actualmente, conhece-se muito melhor as características das diferentes doenças e, quando se opta por estabelecer o isolamento de indivíduos presumivelmente contaminados, este apenas se prolonga durante os dias que, segundo se sabe, dura a incubação da doença em questão. De qualquer forma, a imposição de um período de quarentena é, actualmente, uma medida excepcional à qual se recorre em raras ocasiões.

O que significa a existência de uma epidemia?

Topo

Uma epidemia significa que existem alguns micróbios que, como estão por todo o lado, podem atacar-nos e deixar-nos doentes. Por isso, devemos ter muito cuidado, para não nos expormos ao contágio, ao tomarmos as precauções indicadas pelas autoridades consoante o caso. Para além disso, se algum de nós estiver doente, deve fazer tudo para não contagiar os outros, para que não fiquem doentes. Em alguns casos, as crianças não podem ir à escola, nem brincar com os amigos até que fiquem curadas e tenham a certeza de que não irão contagiar os colegas.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista
Este artigo foi útil?
Artigos relacionados
Procurar Médicos
Precisa de ajuda?
Porque perguntamos?
Dor lombar e ciática Aparelho locomotor/exercício físico
Dor cervical Aparelho locomotor/exercício físico
Artrose Aparelho locomotor/exercício físico
Nódulos e pólipos das cordas vocais Aparelho respiratório/glândulas endócrinas
Lesões dos meniscos Aparelho locomotor/exercício físico
Tumores benignos do ovário Aparelho reprodutor/sexualidade