Mecanismos de contágio

Existem inúmeras vias para os agentes infecciosos penetrarem no organismo humano, pois tanto podem entrar em contacto através da pele ou de feridas superficiais, como serem ingeridos com a água ou alimentos contaminados ou ainda serem inalados com o ar que respiramos...

Fontes de infecção

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Todos os agentes infecciosos ou parasirários têm o seu habitar natural. ou seja, um meio no qual encontram as condições necessárias ou ideais para sobreviverem, que podem ser o solo, a água, o organismo de determinados animais, o ser humano... Estes nichos ecológicos costumam ser denominados fontes de infecção, já que é através deles que os agentes conseguem penetrar no ser humano. Embora a maioria dos agentes patogénicos apenas consiga sobreviver se estiver num nicho ecológico favorável, morrendo quando se encontra exposto a condições adversas, existem outros que são capazes de resistir bastante tempo em situações difíceis, por exemplo ao alterarem a ma estrutura. adoptando formas que lhes permitam manterem-se adormecido, até encontrarem um meio favorável para a sua proliferação.

As fontes de infecção costumam ser exógenos, ou seja, localizadas fora do organismo do indivíduo afectado pela doença. nomeadamente na terra, água, qualquer tipo de objecto contaminado e também animais e pessoas que alberguem o microorganismo, independentemente de estarem afectadas pela doença ou de se manterem em perfeitas condições de saúde, como é o caso dos indivíduos considerados "portadores saudáveis". Noutros casos, a fonte de infecção encontra-se no próprio indivíduo (endógena). por exemplo na pule ou no tubo digestivo, onde normalmente habitam microorganismos que, mesmo não sendo prejudiciais, podem tornar-se perigosos caso encontrem as condições ideais para proliferarem.

Vias de transmissão

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A via de transmissão, ou de contágio, designa o percurso que cada agente patogénico tern que efectuar desde a fonte de infecção até ao indivíduo afectado pela doença. Dada a existência de inúmeros agentes patogénicos e de várias possíveis fontes de infecção, é possível distinguir diferentes vias de transmissão, já que embora alguns microorganismos consigam penetrar no ser humano de diferentes maneiras, outros apenas o conseguem fazer de um único modo.

Via de transmissão directa. Em alguns casos, o contágio por microorganismos efectua-se de pessoa para pessoa, independentemente de ser por contacto directo ou por proximidade. Como é óbvio, o contacto directo com lesões superficiais de uma pessoa doente com agentes patogénicos constitui um perigo evidente de contágio, mesmo que a transmissão possa adoptar outras formas. Um bom exemplo deste fenómeno são as relações íntimas que proporcionem o contacto directo com secreções contaminadas, como o caso paradigmático da mononucleose infecciosa, igualmente conhecida como "doença do beijo", já que o contágio entre adolescentes e jovens é, na maioria das vezes, provocado por um efusivo contacto oral, em que o agente causador se encontra na saliva do portador. Existem muitas outras infecções em que o contágio se efectua através de relações íntimas, as denominadas "doenças sexualmente transmissíveis". Uma outra forma de transmissão directa é a via feca-loral, na qual o meio de transmissão corresponde às mãos do indivíduo afectado por infecção digestiva, contaminadas após uma defecação, que entram em contacto com uma pessoa saudável, algo muito comum na cadeia de transmissão entre crianças.

Via de transmissão indirecta. Existem muitos elementos que podem servir de meio para os agentes infecciosos e parasitários. É possível, por exemplo, que uma pessoa seja contagiada por via respiratória ao inalar partículas contaminadas que estão em suspensão no ar, o que pode acontecer, por vezes, quando se está muito próximo de um indivíduo que expulse microscópicas partículas de saliva repletas de microorganismos ao tossir, ao espirrar ou simplesmente ao falar; porém, noutros casos, as correntes de ar podem transportar as ditas gotas e partículas de pó ou de outra natureza contaminadas a grande distância. Como é óbvio, qualquer utensílio pessoal ou objecto de utilização quotidiana de uma pessoa infectada pode constituir um meio de transmissão de agentes patogénicos, pois bastará que uma pessoa o toque para que as suas mãos se convertam num meio de contaminação. Podem igualmente produzir-se contágios indirectos por via digestiva, através da ingestão de água ou alimentos contaminados, pois existem inúmeras doenças infecciosas que se alastram desta forma. A água pode constituir um meio de contágio de várias formas: fungos contraídos quando se caminha descalço numa piscina, ginásio ou balneário, larvas de vermes que se introduzem através da pele quando se toma banho num lago contaminado...

Informações adicionais

Porta de entrada

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A porta de entrada designa o sector do corpo através do qual o agente infeccioso penetra no organismo. Na maioria dos casos, trata-se da superfície externa do corpo, um sector de pele intacta que entra em contacto com um microorganismo muito agressivo ou, o que acontece com maior frequência, uma ferida que oferece maiores facilidades para o acesso ao interior do organismo. As mucosas e os orifícios naturais mais acessíveis constituem igualmente portas de entrada muito comuns, já que a conjuntiva do olho, a boca e os genitais oferecem condições muito favoráveis para o estabelecimento inicial de inúmeros agentes patogénicos. Todavia, a porta de entrada pode situar-se numa zona mais profunda do organismo, nomeadamente nas vias respiratórias, quando se inalam microorganismos, ou no tracto digestivo, caso se ingiram produtos contaminados. Ainda que, por vezes, a proliferação dos microorganismos provoque uma lesão evidente na porta de entrada, nos restantes Casos, a infecção local passa despercebida e o problema apenas é detectado quando os agentes patogénicos atacam outros sectores do organismo.

Portadores saudáveis

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Uma pessoa pode constituir uma fonte de infecção, mesmo que não se encontre afectada pela doença tipicamente provocada por um microorganismo do qual é portador. Por vezes, trata-se de um indivíduo que, por razões desconhecidas, é imune à patologia provocada pelo agente patogénico específico. De fato, embora o protozoário Entamoeba histolytica esteja presente na flora intestinal de pessoas às quais não causa qualquer prejuízo, noutras mais sensíveis provoca uma doença conhecida como amebíase. Noutros casos, são indivíduos que foram afectados por uma doença infecciosa e que, embora já estejam curados, continuam a albergar o agente responsável no seu corpo. Por exemplo, a bactéria Salmonella typhi, causadora da febre tifóide, pode persistir em pessoas recuperadas desta patologia durante meses. A existência de portadores saudáveis contribui para a difusão de doenças infecciosas que, caso não sejam adoptadas as devidas precauções, podem ser facilmente transmitidas. Basta pensar nas consequências que podem ocorrer caso uma pessoa portadora de um dos microorganismos mencionados, transmissíveis por via digestiva, trabalhe como cozinheira e não respeite as devidas medidas higiénicas ao preparar a comida para inúmeras pessoas.

Insectos vectores

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Existem inúmeros insectos que podem desempenhar o papel de vectores de agentes patogénicos, por exemplo ao transportá-los desde a fonte da infecção aos alimentos ou até às próprias pessoas sensíveis. Embora esta situação costume ocorrer de maneira acidental, caso o insecto transporte microorganismos agarrados às suas patas, como é típico das moscas, os insectos podem igualmente conter micróbios no interior do seu organismo e transmiti-los ao ser humano quando, por exemplo, o picam para se alimentarem, algo comum entre os mosquitos, piolhos, carraças... Em alguns casos, o papel do insecto é fundamental, já que o agente infeccioso desenvolve-se ou completa o seu ciclo vital no interior do organismo do insecto, como por exemplo o protozoário causador do paludismo, que se multiplica no interior de um mosquito e depende das suas picadas para poder penetrar em novas vítimas.

Para saber mais consulte o seu Infecciologista
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