Hipermetropia

A hipermetropia é um defeito da refracção ocular, através do qual os raios luminosos provenientes dos objectos próximos são projectados para um ponto situado por trás da retina, o que proporciona uma visão turva ao perto.

Causas

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Em condições normais, os raios luminosos provenientes dos objectos próximos são, graças ao mecanismo de acomodação controlado pelo músculo ciliar que altera a curvatura da lente, projectados pelo cristalino sobre a superfície da retina, a camada sensorial do olho, onde são formadas as imagens posteriormente elaboradas pelo cérebro. A hipermetropia evidencia-se quando, por algum motivo, os raios luminosos provenientes dos objectos próximos, em vez de serem correctamente projectados sobre a retina, incidem num ponto situado por trás da retina.

O problema costuma ser provocado pelo facto de o globo ocular ter um diâmetro Antero-posterior mais curto do que o normal, o que faz com que o cristalino projecte os raios luminosos provenientes dos objectos próximos sobre o plano em que "deveria" estar situada a retina; neste caso, encontra-se mais à frente do que o habitual, unindo-se num ponto situado por trás do mesmo. A visão ao perto fica turva, pouco nítida, enquanto que a visão ao longe, que não necessita tanto do mecanismo de acomodação do cristalino, apenas é ligeiramente afectada ou é até totalmente normal.

Na verdade, todas as crianças são hipermétropes, já que o facto de os seus olhos terem dimensões reduzidas, quando comparados com o poder de refracção do sistema óptico ocular, proporciona uma hipermetropia fisiológica, que se mantém até aos 6 ou 8 anos de idade, altura em que os globos oculares alcançam o seu tamanho normal, permitindo o desaparecimento do período de refracção. A verdadeira hipermetropia, que persiste após esta etapa da vida, ocorre quando os globos oculares não alcançam um diâmetro ântero-posterior suficiente. Dado que o tamanho alcançado pelos olhos é determinado geneticamente, o defeito costuma ter um componente hereditário e, normalmente, afecta vários membros da mesma família.

Embora com muito menos frequência, a hipermetropia também pode ser provocada por outras causas: por exemplo, quando a córnea ou o cristalino têm um poder de refracção inferior ao normal ou devido a determinadas alterações na transparência de vários elementos internos do olho.

Manifestações

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Embora a hipermetropia esteja presente desde a infância, por vezes, pode demorar algum tempo a manifestar-se, muito variável conforme o caso. De facto, o defeito de refracção pode manter-se adormecido, por vezes durante muitos anos, graças a um esforço do fenómeno de acomodação do cristalino, em que a lente, sob a acção do músculo ciliar, altera de tal forma a sua curvatura que consegue projectar os raios luminosos sobre a retina, o que consequentemente faz com que todas as imagens sejam percebidas com nitidez. Todavia, o esforço que as estruturas oculares realizam para obterem a acomodação suficiente do cristalino pode ter algumas consequências incómodas, já que a realização de uma actividade visual prolongada costuma provocar, normalmente ao fim do dia, uma certa dor ocular, acompanhada por irritação na conjuntiva, inflamação das pálpebras, lacrimejar, pestanejar frequente, sensibilidade à luz (fotofobia) e até dor de cabeça.

De modo a obter-se uma visão nítida ao perto, para além da acomodação do cristalino, os músculos extrínsecos dos globos oculares fazem um esforço excessivo para dirigirem ambos os eixos visuais para os objectos próximos, o que provoca, na maioria dos casos, insuficiência na coordenação dos ditos músculos, originando o desvio de um dos olhos para dentro, um problema designado estrabismo convergente, que apenas é solucionado com a devida correcção da hipermetropia.

Caso o mecanismo de acomodação não consiga compensar o defeito de refracção, os objectos mais próximos são visualizados de forma turva e desfocada. Embora este fenómeno possa, caso o defeito seja significativo, evidenciar-se na infância, na maioria dos casos, manifesta-se na puberdade ou na idade adulta, altura em que o músculo ciliar se encontra debilitado pelos esforços repetidos ou como consequência da perda de adaptabilidade do cristalino, circunstância muito comum com o passar dos anos. Para além disso, esta dificuldade visual costuma agravar-se com o passar do tempo, devido à diminuição do poder de refracção do cristalino, não melhorando nem com a correcção necessária para compensar o defeito.

Informações adicionais

Correcção óptica da hipermetropia

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A hipermetropia é corrigida facilmente com a utilização de lentes esféricas convexas, já que como o poder convergente deste tipo de lente aproxima os raios luminosos que a atravessam, se for colocada à frente do olho, a lente desvia de tal forma os raios que o cristalino consegue projectá-los sobre a superfície da retina sem dificuldades. A graduação necessária, expressa em dioptrias positivas, é determinada consoante o caso, depois de se experimentarem lentes com diferentes poderes de refracção até se comprovar qual a que proporciona uma melhor visão ao perto.

Dado que a eficácia dos óculos e das lentes na correcção da hipermetropia é praticamente semelhante, a sua selecção depende de questões estéticas ou de comodidade, já que as lentes de contacto necessitam de cuidados especiais que a utilização de óculos não exige.

O médico responde

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Como tenho tido dores de cabeça durante a noite, dirigi-me ao médico e este, após efectuar o devido exame, disse-me para ir a um oftalmologista. Achei estranho, porque nunca tive problemas de visão...

Não deve estranhar, já que é muito comum que um indivíduo seja afectado por um problema da visão, como a hipermetropia, sem o saber, já que os olhos compensam o defeito com um esforço excessivo que, por vezes, proporciona alguns problemas oculares que evidenciam a existência da insuficiência; noutros casos, provoca o aparecimento de fortes dores de cabeça. Após a eliminação das causas mais graves de cefaleia persistente, sobretudo quando surge ao fim do dia, convém efectuar um exame à visão para comprovar se as dores de cabeça podem ser provocadas por um problema desta natureza e, depois, prosseguir o exame para averiguar a sua origem com exames mais complexos e sofisticados. Caso o oftalmologista detecte uma hipermetropia adormecida, compensada à custa de fortes dores de cabeça, deverá prescrever a utilização de óculos ou lentes que acabarão com os problemas.

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