Miopia

A miopia é um defeito da refracção ocular, no qual os raios luminosos provenientes dos objectos distantes são projectados à frente da retina, o que acaba por proporcionar uma visão turva ao longe.

Causas

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Em condições normais, os raios luminosos provenientes dos objectos distantes, enquanto atravessam as estruturas oculares com poder de refracção (a córnea e, especialmente, o cristalino), alteram a sua trajectória com vista a unirem-se sobre a superfície da retina, a camada sensorial do olho, onde são formadas as imagens posteriormente elaboradas pelo cérebro. A miopia surge quando, por algum motivo, os raios luminosos provenientes dos objectos distantes se unem à frente da retina.

O problema é originado, na maioria dos casos, pelo facto de o globo ocular apresentar um diâmetro ântero-posterior mais comprido do que o normal, o que associado ao facto de as estruturas oculares terem um poder de refracção normal, faz com que os raios luminosos provenientes dos objectos afastados, em vez de serem projectados sobre a superfície da retina, incidam sobre um ponto situado à frente da mesma, o que proporciona uma visão pouco nítida ao longe. Por outro lado, como os raios luminosos provenientes dos objectos próximos são projectados, sem dificuldade, sobre a superfície da retina, a visão ao perto costuma ser nítida.

O motivo pelo qual o olho tem um diâmetro ântero-posterior mais comprido do que o normal, de cerca de 23,4 mm depois do seu crescimento, costuma corresponder a um factor hereditário, o que explica o facto de a miopia ser frequente entre os membros de determinadas famílias. Esta base genética também pode ser influenciada por outros factores ambientais, como os esforços visuais prolongados e repetidos em condições de má iluminação e em posturas inadequadas, sobretudo durante a infância.

Manifestações e tipos

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Os casos em que a miopia se manifesta ao longo da infância e se vai acentuado em maior ou menor grau até ao fim da adolescência, estabilizando-se entre os 25 e os 30 anos, são denominados miopia simples ou estacionária, enquanto que nos restantes casos, muito menos frequentes, em que o defeito continua a sua evolução ao longo da vida adulta, são designados miopia progressiva.

A manifestação básica do problema, muitas vezes a única, corresponde a uma visão turva ao longe, pouco nítida e desfocada. Dado que a intensidade do defeito visual varia consideravelmente de caso para caso, é possível distinguir vários graus em função do poder de refracção da lente, expresso em dioptrias , necessário para a sua correcção. A miopia ligeira designa os problemas em que o defeito necessita de uma correcção até três dioptrias; a miopia moderada necessita de uma correcção entre três e seis dioptrias; na miopia elevada, a correcção necessita de mais de seis dioptrias.

Tendo em conta que, por vezes, as crianças pequenas não se apercebem do defeito visual, pois consideram normal o facto de não verem ao longe na perfeição, a miopia infantil é, na maioria dos casos, detectada através de uma revisão médica de rotina ou porque os adultos observam que a criança se aproxima muito dos livros para ler ou se aproxima muito do televisor. Para além disso, os músculos extrínsecos dos globos oculares de uma criança míope não costumam funcionar correctamente e um dos olhos tem a tendência para se desviar para fora, um problema designado estrabismo divergente, que apenas é solucionado com a correcção da miopia.

De facto, caso não seja corrigida, para além de uma visão ao longe imperfeita, a miopia pode originar vários incómodos. Por exemplo, dado que o indivíduo faz um grande esforço para visualizar melhor os objectos, ao franzir as sobrancelhas e as pálpebras, após utilizar a vista durante um determinado período de tempo, costuma ser afectado por dores de cabeça. Para além disso, ao fim do dia, os olhos costumam estar cansados, vermelhos e sensíveis à luz (fotofobia). Por vezes, são igualmente perceptíveis algumas manchas visuais, por exemplo pontos negros que se deslocam ao longo do campo visual, conhecidos como "moscas voadoras", e que não são minimamente graves, ou pontos luminosos semelhantes a clarões, denominados fotopsias, mais graves, já que podem ser sintoma de um descolamento da retina.

De facto, quando a miopia é elevada e progressiva, a complicação mais grave corresponde ao descolamento da retina, visto que o globo ocular é muito grande e a retina fica tão fina e frágil que pode sofrer uma ruptura e desunir-se da camada subjacente, o que proporciona a perda de visão.

Informações adicionais

Cirurgia da miopia

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A o longo das últimas décadas, os trabalhos do médico russo Fiodorov proporcionaram a correcção definitiva da miopia pela cirurgia. De facto, a realização da intervenção cirúrgica tem como objectivo alterar a curvatura da córnea, disco transparente situado na parte anterior do olho, para que a mesma fique lisa, pois assim reduz-se o diâmetro ântero-posterior do globo ocular, a causa do defeito de refracção.

A intervenção idealizada por Fiodorov designa-se queratotomia radial e consiste na realização de uma série de cortes com disposição radial na córnea, como se fosse uma tarte, cuja cicatrização provoca o alisamento do disco. A queratotomia é uma operação pouco incómoda, efectuada sob anestesia local, através da qual é possível reduzir de forma considerável o defeito visual ou até a sua eliminação, em caso de miopias ligeiras ou moderadas, embora não se possa garantir que os resultados sejam ideais. Actualmente, a técnica foi aperfeiçoada de maneira significativa, já que é um computador que faz os cálculos para determinar os cortes da córnea mais adequados consoante os casos e controla o accionamento de um raio laser que os efectua. A realização desta intervenção, que soluciona a miopia de forma definitiva, leva apenas alguns minutos, após a qual já não é necessário a utilização de óculos e lentes.

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