Dentes

Os dentes têm uma função tão importante que condicionam a nossa alimentação: cortam, dilaceram e trituram os alimentos sólidos que levamos à boca, preparando-os para o seu máximo aproveitamento no tubo digestivo. Além disso, participam na fala e, como é óbvio, têm um importante papel estético.

Estrutura

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Há diversos tipos de dentes, mas todos têm componentes e uma es­trutura básica comuns.

Em cada dente distinguem-se duas porções claramente diferencia­das: a coroa, que sobressai da gengi­va, observável à vista desarmada, e a raiz, que está inserida no osso maxi­lar e, por isso, não se vê.

A parte exterior da coroa é forma­da pelo esmalte, o tecido mais duro do organismo, composto por um compacto emaranhado de microcris­tais de cálcio. Por baixo, encontra-se a dentina, um tecido de semelhante composição, mas um pouco menos duro, que se estende a toda a raiz. No centro do dente, numa espécie de cavidade dentro da dentina, en­contra-se a polpa dentária, compos­ta por um tecido muito mais mole e poroso, onde penetram os vasos san­guíneos responsáveis pela nutrição do dente e os nervos que lhe propor­cionam a sensibilidade.

Cada dente está implantado na zona oca do osso maxilar superior ou inferior, denominada alvéolo dentário, e fixo ao tecido ósseo por uma substância especial que cobre a raiz, o cimento. Para além disso, a posição do dente é assegurada por um denso tecido, o tecido perio­dontal, situado entre o cimento e o tecido ósseo, que se projecta até à superfície formando a gengiva, uma mucosa rosada que só deixa livre a coroa dentária.

Tipos

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A dentadura completa do adulto é constituída por trinta e dois dentes implantados simetricamente, forman­do duas arcadas nos ossos maxilar superior e maxilar inferior.

Existem essencialmente quatro ti­pos de dentes:

• Os incisivos são oito no total e ocupam a parte central da dentadura. A sua coroa tem a forma de uma pá ou de um cinzel e dispõe de uma úni­ca raiz. Actuam como uma tesoura para morder e cortar os alimentos.

• Os caninos são quatro e estão si­tuados na continuação dos incisivos. Têm a coroa afiada, em forma de cone, e contam com uma raiz única, mas um pouco mais larga, profunda­mente implantada no osso. Encarre­gam-se de dilacerar e despedaçar os alimentos duros ou elásticos.

• Os pré-molares, que são oito, estão localizados junto aos caninos. Dispõem de uma coroa mais volumo­sa, a qual apresenta na sua superfície proeminências e uma depressão cen­tral, e só têm uma raiz. Encarregam-se de triturar ou moer os alimentos.

• Os molares, doze no total, estão situados nos extremos da dentadura. Têm uma coroa cúbica, com uma superfície plana que apresenta quatro proeminências ou cúspides, e a sua raiz divide-se em dois ou três ramos. Encarregam-se igualmente de triturar os alimentos.

Dentição

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Ao longo da vida formam-se duas dentaduras: uma é temporária e é composta por vinte dentes (dentes de leite) que ao fim de alguns anos caem para dar lugar a outra permanente ou definitiva, constituída por trinta e dois dentes.

Primeira dentição (ou dentição temporária). Apesar de algumas crianças já nascerem com dentes, o habitual é o recém-nascido ser des­dentado. O rompimento ou nasci­mento dos dentes de leite começa a partir dos seis meses, com apare­cimento dos incisivos centrais infe­riores, e prossegue cerca de dois meses mais tarde com os incisivos centrais superiores. Por volta de 1 ano de idade, já terão surgido os incisivos laterais e, ao fim de uns meses, nascem os caninos. O rom­pimento dos primeiros molares ocorre no segundo ano de vida. Os últimos dentes a nascer são os segundos molares, no máximo aos 2 anos e meio, completando a den­tição temporária. A partir dos 6 anos de idade, estes dentes co­meçarão a cair de forma espontâ­nea, dando lugar à dentadura definitiva.

Segunda dentição (ou dentição permanente). A partir dos 6 ou 7 anos de idade, começam a surgir os dentes permanentes. O rompi­mento começa pelos primeiros molares, que se situam junto aos segundos molares temporários.Depois, nascem os restantes dentes permanentes pela mesma ordem que os temporários: primeiro, os in­cisivos centrais inferiores, seguindo­-se os superiores, acompanhados pouco depois pelos incisivos laterais. Posteriormente, nascem os caninos, os primeiros e segundos pré-mola­res, os segundos molares e, por fim, os terceiros molares ou dentes do siso, que surgem a partir dos 16 anos, mas podem demorar bastante ou, inclusive, não chegar a nascer.

Informações adicionais

Mitos e erros

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Muitas pessoas pensam que o que acontece aos dentes de leite não tem grande importância, visto que "de qualquer das formas acabam por cair...". Esta ideia, muito comum, está absolutamente errada. Os dentes temporários não servem só para que a criança pequena possa mastigar, mas para cumprir uma função fundamental - "guardar o sítio" dos definitivos. Se um dente de leite cai prematuramente ou se é necessário extraí-lo, por exemplo, devido a uma cárie, produzir-se-á um buraco na dentadura que os outros dentes, ao deslocarem-se, tenderão a ocupar. Por conseguinte, é muito provável que os dentes permanentes, que vão substituir os dentes temporários perdidos prematuramente, não tenham um lugar apropriado para o seu rompimento e este será o ponto de partida para uma má posição dentária, que terá de ser corrigida com os consequentes inconvenientes para a criança.

Os dentes do siso não são para todos

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Os terceiros molares surgem quando o resto dos dentes já alcançou a sua posição definitiva, geralmente entre os 16 e os 25 anos de idade. Denominam-se dentes do siso precisamente porque nascem quando se supõe que a pessoa já é de todo consciente e responsável pelos seus actos, como se o seu nascimento marcasse uma etapa importante na vida. Mas o certo é que nem todos se podem gabar do seu aparecimento - calcula-se que quase 1/3 da população não dispõe destes molares específicos, mesmo que já tenham alcançado a sua plena maturidade. A justificação tem que ser procurada na evolução da espécie humana: os ossos maxilares desenvolvem-se cada vez menos e os terceiros molares não têm espaço suficiente para crescer, e o que é ainda mais curioso, e surge em muitas famílias, é que nem se quer chegam a formar-se.

Temporários ou permanentes?

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Os primeiros dentes permanentes costumam ser os primeiros molares, nas extremidades da dentadura da criança. Muitas vezes, a sua erupção produz-se antes mesmo da queda dos dentes de leite - de qualquer forma, trata-se de dentes definitivos e há que cuidar deles o melhor possível.

Para saber mais consulte o seu Estomatologista ou o seu Dentista
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