Designa vários problemas provocados por fungos microscópicos que parasitam a camada superficial do couro cabeludo e atacam os cabelos, provocando a sua ruptura ou queda nas zonas afectadas.
Causas
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A tinha da cabeça é provocada por fungos microscópicos dermatófitos do género Microsporum e Tricophyton. Tendo em conta que estes fungos têm uma especial afinidade pela queratina, a proteína fibrosa presente nas células superficiais da epiderme e dos cabelos, costumam parasitar preferencialmente no couro cabeludo. As inúmeras espécies de fungos pertencentes aos citados géneros, que vivem nos tecidos superficiais do organismo humano e também no dos animais, justificam a existência de diversos mecanismos de contágio.De facto, o contágio pode ser originado pelo contacto com animais domésticos ou de quintas, parasitados por fungos, como é o caso de gatos, cães, coelhos, vacas e cavalos. Embora este tipo de contágio seja muito raro no meio urbano, é relativamente frequente nas zonas rurais.A forma mais comum de contágio é o contacto directo de pessoa para pessoa ou através de objectos que, após terem estado em contacto com as lesões de uma pessoa afectada, se encontram igualmente contaminados, tais como chapéus ou pentes, o que explica a facilidade do contágio da tinha entre as crianças, as quais costumam estar em contacto directo durante as brincadeiras e partilhar todos os seus pertences.
Tinha tonsurante
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Esta forma de tinha da cabeça, a mais comum e muito contagiosa, afecta quase sempre as crianças em idade escolar, nomeadamente entre os 5 e os 7 anos. A sua facilidade de contágio faz com que afecte, em inúmeros casos, várias crianças da mesma escola ou qualquer outro centro de convivência.A doença caracteriza-se pelo aparecimento de placas escamosas no couro cabeludo, sobre as quais os cabelos se partem facilmente e deixam de crescer, enquanto a infecção persiste. Caso sejam atacados todos os cabelos das zonas correspondentes às placas, todos eles aparecerão curtos ao mesmo nível, normalmente perto do couro cabeludo, embora também possam estar misturados alguns afectados, que estão danificados, com outros saudáveis, que mantêm um comprimento e aspecto normais.As características das placas diferem consoante o tipo de agente causador. Na tinha tonsurante microscópica, as placas têm vários centímetros de diâmetro, apresentam uma espessa camada escamosa, são cinzentas e secas, normalmente revestidas por cabelos partidos a 4 ou 5 mm da superfície. Na tinha tonsurante tricofítica costumam formar-se inúmeras placas mais pequenas, com apenas alguns milímetros de diâmetro, sobre as quais os cabelos estão tão curtos que apenas são observados como pontos pertencentes às escamas. A evolução natural da doença é prolongada, na medida em que, caso não seja devidamente tratada, pode persistir durante vários anos. Todavia, após a cura, o cabelo volta a crescer normalmente e não provoca qualquer cicatriz ou lesão nas zonas afectadas.
linha inflamatória
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Esta é a forma de tinha menos comum, mas é a mais grave, caracterizando-se pelo aparecimento de uma ou várias placas elevadas de cor vermelha no couro cabeludo. Estas placas revestem-se de escamas, sobre as quais acabam por formar-se pústulas que, ao romperem-se, deixam sair um líquido purulento de cor amarela, o qual provoca, ao secar, a formação de crostas.Os cabelos das zonas afectadas caem ou podem ser arrancados perante a mínima tracção de tal forma que as placas não apresentam qualquer cabelo. A evolução da doença é prolongada e as lesões podem alastrar-se progressivamente até afectarem grande parte da cabeça. Por outro lado, nas fases avançadas da infecção, podem destruir os folículos pilosos, provocando uma alopecia definitiva - após a cura da lesão, os cabelos das zonas afectadas não voltarão a crescer.
Tratamento
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O tratamento da tinha do couro cabeludo baseia-se na administração de produtos antimicóticos, igualmente denominados antifúngicos, ou seja, medicamentos activos contra os fungos, dos quais existem, actualmente, inúmeras variedades. Pode-se proceder à aplicação tópica destes produtos sob a forma de cremes ou loções directamente sobre a zona, através dos quais, caso doença seja muito recente, é possível obter a destruição dos fungos responsáveis com uma ou duas semanas de tratamento. Todavia, sobretudo quando a doença se encontra mais avançada, o tratamento local não costuma ser suficiente e é necessário proceder-se à administração de antimicóticos por via oral. Na maioria dos casos, este tratamento é prolongado, tendo no mínimo quatro meses de duração, podendo ser, por vezes, ainda mais longo.
Informações adicionais
Diagnóstico
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As lesões no couro cabeludo provocadas pela tinha são tão típicas que o médico costuma efectuar o diagnóstico antes do exame simples. Todavia, para confirmar o diagnóstico e determinar o fungo responsável, costuma-se proceder à extracção de uma amostra de escamas das lesões, através de uma raspagem ligeira das placas, ou de fragmentos de cabelos da zona afectada, mediante a elaboração de tracção sobre os cabelos com uma pinça, para posterior estudo em laboratório. A análise das amostras com luz ultravioleta especial, denominada luz de Wood, permite observar uma específica fluorescência perante a presença de determinados fungos. O exame ao microscópio revela os esporos dos fungos presentes nas amostras, de diverso aspecto e tamanho conforme a espécie, através dos quais é possível determinar com precisão o agente causador. Todavia, por vezes, o médico pode solicitar ao laboratório que efectue uma cultura das amostras em meios especiais que favoreçam o crescimento dos fungos, de modo a identificar a que tipo pertencem e para avaliar quais os medicamentos antifúngicos mais eficazes para o seu combate. Embora esta amostra leve cerca de três semanas, proporciona uma informação extremamente útil para a selecção do tratamento mais adequado.
O médico responde
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Diagnosticaram uma tinha do couro cabeludo no meu filho e, embora esteja a efectuar o tratamento indicado pelo médico, não sei se a pode contagiar. É preferível que não vá à escola até que esteja totalmente curado?
Tendo em conta que a tinha se contagia com bastante facilidade entre as crianças, constitui um problema muito grave nas escolas, já que um único aluno pode contagiar quase toda a turma, o que dificulta bastante a eliminação dos fungos responsáveis. De um ponto de vista sanitário, estritamente epidemiológico, o ideal seria que o seu filho não fosse à escola nem participasse em actividades extra-escolares até à sua cura total. Todavia, é preciso ter em conta que o tratamento destas doenças costuma ser prolongado (normalmente, no mínimo seis a oito semanas), de modo a acabar com o risco de contágio, um período de tempo demasiado longo para se interromper por completo a actividade escolar. Em suma, é recomendável que, enquanto realizar o tratamento, a criança vá à escola com um chapéu ou gorro de algodão na cabeça, devendo-se-lhe explicar que não deve tirá-lo nem partilhá-lo com os seus amigos. De qualquer forma, convém solicitar ao médico que cuida do seu filho e, consequentemente, conhece a gravidade da sua doença, instruções mais específicas sobre o assunto.