O contacto com determinadas substâncias pode provocar uma inflamação local da pele que se manifesta, sobretudo, através de vermelhidão e prurido.
Tipos e causas
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Existem basicamente dois tipos de dermatite de contacto: a irritativa e a alérgica.A
dermatite de contacto irritativa é simplesmente provocada pelo contacto com substâncias que irritem a pele, normalmente substâncias muito alcalinas ou, por outro lado, muito ácidas, que alterem o pH da superfície da pele, que possuam um efeito corrosivo sobre os tecidos cutâneos e provoquem a sua inflamação. Embora todas as substâncias muito alcalinas ou muito ácidas possam provocar uma dermatite de contacto irritativa, existem algumas que podem originar o problema com maior frequência, como é o caso de determinadas secreções do próprio organismo, caso permaneçam demasiado tempo depositadas sobre a pele, tais como a urina, responsável pela "dermatite da fralda", muito comum entre os bebés, os produtos utilizados nas limpezas domésticas (lixívia, detergentes, etc.), causadores da igualmente frequente "dermatite irritativa da dona de casa", ou a grande variedade de produtos utilizados em várias actividades industriais.Por outro lado, a
dermatite de contacto alérgica costuma ser provocada por uma inflamação cutânea originada por uma reacção alérgica. Este tipo de dermatite de contacto apenas afecta pessoas que são alérgicas ou se encontram sensibilizadas a determinados alergénios, denominação atribuída às substâncias capazes de provocar uma reacção alérgica. O fenómeno da sensibilização é provocado quando o sistema imunitário interpreta uma determinada substância, em teoria inofensiva, como agente agressor, o que consequentemente provoca o desencadeamento de uma reacção defensiva. Esta resposta de defesa anómala, que nestes casos corresponde a uma reacção alérgica cutânea, necessita de um mínimo de cinco dias para se produzir e é basicamente mediada pela acção da histamina, uma substância libertada pelas próprias células defensivas responsáveis pelas lesões características deste problema. Importa ainda referir que, embora o fenómeno da sensibilização possa ocorrer após o primeiro contacto com uma determinada substância, também se pode evidenciar após contactos posteriores. Por essa razão, na maioria dos casos, a dermatite de contacto alérgica afecta pessoas sem antecedentes de alergia ou indivíduos com o hábito de se exporem a uma determinada substância sem qualquer tipo de problema, até que um dia, para grande admiração, essa exposição acaba por provocar uma reacção cutânea alérgica.
Manifestações
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As principais manifestações iniciais da dermatite de contacto são a inflamação, vermelhidão e prurido na zona cutânea afectada. Depois, costumam formar-se, sobre a pele inflamada, pequenas bolhas repletas de um líquido claro. Por fim, as bolhas rompem-se, permitindo a saída do líquido para o exterior, e ao secarem provocam a formação de crostas que, mais tarde, acabam por cair espontaneamente. O momento de aparecimento e a intensidade e evolução destas manifestações variam consoante os casos.Na dermatite de contacto irritativa, as manifestações surgem imediatamente após o contacto com a substância responsável. Embora a inflamação não seja, na maioria dos casos, muito intensa, caso a substância seja muito corrosiva, pode provocar lesões mais profundas e significativas. A zona afectada costuma apresentar uma secura característica e, por vezes, a pele evidencia pequenas fissuras. Caso se evitem novos contactos com a substância responsável, ao fim de poucos dias, as lesões acabam por desaparecer. Todavia, caso o contacto com a substância em causa continue a ser persistente ou frequente, a inflamação torna-se crónica.As manifestações da dermatite de contacto alérgica evidenciam-se entre um a três dias após o contacto com a substância responsável, à qual o indivíduo se encontra previamente sensibilizado. Estas manifestações costumam ser muito mais intensas do que na dermatite de contacto irritativa e a formação de bolhas é, sobretudo, muito mais frequente. Caso se interrompa o contacto com a substância responsável, as lesões costumam desaparecer espontaneamente ao fim de uma a quatro semanas. No entanto, como o indivíduo já se encontra sensibilizado, cada vez que estiver em contacto com a substância em causa voltarão a surgir as mesmas manifestações. Caso o contacto seja persistente ou muito repetido, as lesões podem tornar-se crónicas e, então, a pele da zona afectada mantém-se vermelha e seca, tendo a tendência para, a longo prazo, endurecer e ganhar fendas.
Informações adicionais
Tratamento
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A principal medida terapêutica passa por evitar novos contactos com a substância responsável, depois de esta ser identificada. Caso não seja possível, devem ser recomendadas algumas medidas que impossibilitem o contacto do possível produto responsável com a pele, como por exemplo a utilização de luvas ou outra peça de roupa ou a aplicação de cremes que actuem como barreira protectora.
Para além disso, existem outras medidas terapêuticas que podem aliviar os sinais e sintomas e acelerar a recuperação do tecido afectado. As mais frequentes são a utilização de medicamentos anti-histamínicos para diminuir o prurido, normalmente através de administração oral, e a aplicação local de corticosteróides para reduzir a inflamação. Por outro lado, em casos de lesões agudas, é igualmente recomendável a aplicação de compressas de água fria ou soluções adstringentes sobre a zona afectada. Por último, enquanto persistirem as lesões, sobretudo em caso de dermatite de contacto crónica, é aconselhável lavar a zona afectada com sabonete neutro e abundante água, secando-a de forma suave e cuidadosa.
Exames cutâneos de alergia
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O diagnóstico da dermatite de contacto é relativamente simples, já que costuma ser suficiente observar as lesões e, sobretudo, relacionar a sua localização com anteriores contactos da zona afectada com algum elemento eventualmente responsável. Contudo, o tratamento do problema, nomeadamente de modo a prevenir a sua repetição, passa pela identificação precisa da substância responsável, algo que por vezes não é muito fácil, especialmente quando a sua origem é de natureza alérgica.
Por vezes, pode-se identificar uma substância capaz de provocar uma reacção alérgica através da realização de um minucioso interrogatório, no qual se tenta relacionar a utilização de determinados produtos ou utensílios com o aparecimento das lesões características na zona afectada, já que, por exemplo, caso as lesões apareçam no pavilhão auricular, pode-se deduzir que a substância responsável se encontra nos brincos.
De qualquer forma, caso não se consiga determinar o agente causador através deste procedimento, costuma-se recorrer à realização de exames cutâneos. Um dos mais comuns é o denominado teste do emplastro, no qual se deve aplicar uma série de fitas adesivas imbuídas em várias substâncias potencialmente alergénicas sobre um sector da pele não afectado (por exemplo, nas costas) e, algumas horas depois, observar se a dita zona apresenta alguma reacção inflamatória. Se a zona em questão for afectada por uma reacção inflamatória, nomeadamente através da formação de pequenas vesículas, deduz-se que a substância aplicada nessa zona é, com elevadas probabilidades, a responsável pelo problema.
Estes exames costumam ser prolongados, porque pode ser necessário investigar muitas substâncias até se estabelecer a responsável para cada caso e, muitas vezes, os resultados são negativos ou repetidamente incertos. Todavia, convém efectuá-los até ao fim, já que constituem, em inúmeros casos, o único recurso para identificar o alergénio responsável. Por outro lado, caso não se complete o exame ou não se detecte a substância responsável, deve-se deduzir que a dermatite de contacto é do tipo irritativa.