Protecção solar

A excessiva exposição ao sol é prejudicial para a pele, pois pode provocar queimaduras, favorece o envelhecimento cutâneo e constitui um factor de predisposição para o desenvolvimento de afecções graves.

Efeitos da radiação solar

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O espectro dos raios solares é constituído por vários tipos de radiações, embora nem todas cheguem à superfície terrestre e nem todas tenham efeitos sobre a pele, como as que correspondem à luz visível. Os principais raios com efeitos sobre a pele são os infravermelhos e os ultravioleta.

Raios infravermelhos. Dado que os raios infravermelhos, com um comprimento de onda superior a 700 nm (nanómetros), têm um elevado poder calorífico, a exposição solar provoca um aumento da temperatura cutânea. Em resposta, os vasos sanguíneos presentes na derme dilatam-se, de modo a aumentar o fluxo de sangue que circula pelo mente, dá-se a perda de calor, para tentar evitar um aumento da temperatura interna do organismo. A exposição a estes raios infravermelhos faz com que a pele adopte, de imediato, uma coloração vermelha, num fenómeno denominado eritema solar.

Raios ultravioleta. É possível diferenciar três tipos de raios ultravioleta - A, B e C - conforme penetrem em maior ou menor profundidade na pele. Como os raios ultravioleta C (UVC), com um comprimento de onda compreendido entre os 16 e os280 nm, apenas ultrapassam a

camada superficial da pele, não costumam provocar grandes problemas. Por outro lado, dado que os raios ultravioleta B (UVB), com um comprimento de onda compreendido entre os 280 e 320 nm, têm um elevado poder calorífico, embora de efeito mais tardio que os raios infravermelhos, e costumam penetrar profundamente na epiderme, a brusca e intensa exposição a estes raios pode originar queimaduras cutâneas. Caso a exposição seja prolongada e constante pode favorecer o desenvolvimento de tumores cutâneos malignos. Por outro lado, os raios ultravioleta A (UVA), com um comprimento de onda compreendido entre os 320 e 400 nm, embora tenham um maior poder de penetração, já que ultrapassam a epiderme e alcançam a derme, não são tão prejudiciais como os anteriores, apesar de aumentarem os seus efeitos.

Mecanismos naturais de protecção

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A pele dispõe de vários mecanismos naturais que a protegem, em maior ou menor grau, dos raios solares prejudiciais. O principal corresponde ao pigmento melanina, cuja diversa concentração proporciona à pele de cada pessoa a sua cor específica. Este pigmento absorve os raios solares e bloqueia a sua penetração. Para além disso, a própria exposição ao sol, nomeadamente aos raios ultravioleta, aumenta a libertação da melanina presente nas células encarregues da produção do pigmento, os melanócitos, e fortalece a sua actividade, o que proporciona o bronzeado consequente, por exemplo, das primeiras exposições ao sol do Verão.

Na verdade, o bronzeado é produzido em duas fases. Em primeiro lugar, os raios ultravioleta A provocam a libertação da melanina já acumulada nos grânulos existentes no interior dos melanócitos, proporcionando um bronzeado rápido ao fim de pouco tempo de exposição solar. Posteriormente, os raios ultravioleta  B estimulam a formação de pigmento pelos melanócitos e favorecem um bronzeado que, embora seja mais intenso, leva mais tempo a evidenciar-se, já que a síntese da melanina prolonga-se por um período de dois a três dias. Para além disso, como os raios ultravioleta B estimulam a regeneração da epiderme, proporcionam um aumento da espessura da camada córnea, que actua como barreira perante as radiações, apesar de ser um processo lento que apenas se evidencia algumas semanas após a intensa exposição ao sol. Neste sentido, pode passar-se algum tempo entre um brusco banho de sol e o típico fenómeno de desunião da pele nas zonas expostas, que só se produz após a rápida regeneração da epiderme subjacente. estimulação da regeneração

da epiderme

Os mecanismos de protecção solar naturais apenas são eficazes quando estão bem desenvolvidos e quando a exposição ao sol não é demasiado brusca ou intensa nem prolongada ou constante. É por isso que, sobretudo nos primeiros banhos de sol do Verão e quando a actividade desenvolvida envolve uma exposição persistente ao sol, se deve recorrer à utilização de protectores solares.

Protectores solares

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É possível encontrar no mercado uma vasta gama de produtos para bronzear a pele, normalmente sob a forma de cremes, leites ou sprays. Todavia, nem todos são realmente protectores. Alguns apenas proporcionam uma coloração cutânea mais intensa, como se se procedesse à "pintura" da pele, não prevenindo os prejuízos dos raios. Apenas são considerados úteis os produtos que, embora não sejam verdadeiramente bronzeadores, sejam constituídos por substâncias capazes de actuarem como barreira e travarem a passagem das radiações, sobretudo das UVB, como os denominados filtros solares. Estes produtos costumam apresentar um número, correspondente ao "factor de protecção solar" (FPS), que indica o grau de protecção: quanto maior for esse número, maior será a intensidade da protecção proporcionada pelo produto, ou seja, quanto maior for o FPS, mais tempo se poderá permanecer ao sol sem que as radiações sejam prejudiciais. Em suma, quanto mais branca for a pele de uma pessoa e consequentemente mais sensível aos efeitos dos raios solares, maior será o FPS necessário.

Informações adicionais

Prevenção das queimaduras solares

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Convém ter em conta as seguintes recomendações:

• As primeiras exposições devem ser curtas, nunca superiores a meia hora e se possível, no máximo, de dez minutos. Nos dias seguintes, pode aumentar-se o tempo de exposição em cerca de 5 a 10 min. de cada vez.

• Sempre que se notar que a pele começa a ficar vermelha, é conveniente deixar de permanecer ao sol, porque é provável que, horas mais tarde, apareçam os incómodos próprios das queimaduras.

• Convém evitar as horas de maior radiação solar, correspondentes ao período entre as 11 e as 16 horas. Nos primeiros dias, convém apanhar banhos de sol durante o início da manhã ou ao fim da tarde.

• Convém apanhar sol em movimento, ao caminhar ou a jogar.

• Deve ter-se em conta que, mesmo com céu nublado, é possível sofrer as consequências negativas da exposição solar não controlada. As nuvens apenas filtram os raios infravermelhos mas não filtram os raios ultravioleta. Como as pessoas não sentem o calor habitualmente associado a uma exposição solar, pensam não correr perigo. Esta ideia é errada, induz uma falsa sensação de segurança e é responsável por muitos casos de eritema (o vulgar "escaldão"), envelhecimento cutâneo precoce (as "rugas") e cancro da pele.

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