Insuficiêncía hepática

A falha funcional do fígado pode ter múltiplas causas e, quer seja brusca ou progressiva, moderada ou grave, origina um conjunto de manifestações muito variado. Insuficiêncía hepática A falha funcional do fígado pode ter múltiplas causas e, quer seja brusca ou progressiva, moderada ou grave, origina um conjunto de manifestações muito variado.

Funções

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O fígado tem inúmeras funções, uma vez que se encarrega não só de produzir a bílis necessária para a digestão das gorduras no intestino, como também é responsável pela depuração de múltiplas substâncias cuja acumulação no organismo acaba por ser tóxica e, além disso, actua como depósito de diversos elementos e elabora produtos indispensáveis ao conjunto do organismo. Como é de supor, uma falha hepática envolve repercussões muito variadas. Contudo, como contrapartida, o fígado tem um funcionamento potencial : mesmo quando apenas uma parte do tecido hepático (cerca de 10-20%) se mantém ilesa, o órgão pode conseguir manter com eficácia as suas funções mínimas.

Causas e tipos

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A falha funcional do fígado é a consequência comum de todas as alterações que implicam uma afectação difusa dos hepatócitos, as células fundamentais do órgão. Assim, podem causar uma insuficiência hepática, entre outros motivos, patologias tão diversas como a hepatite virai aguda, a hepatite por tóxicos ou medicamentos, a hepatite crónica, a cirrose hepática ou o cancro do fígado.

Porém, as consequências dependem da forma de aparecimento, da evolução e da gravidade das lesões que o fígado apresenta, distinguindo-se:

• A insuficiência hepática leve, como a causada pela maior parte das hepatites virais agudas, muitas vezes apenas provoca leves manifestações ou até pode ser assintomática, porque não se produzem lesões demasiado extensas e o órgão geralmente pode regenerar-se por completo.

• A insuficiência hepática moderada, normalmente de aparecimento gradual, por exemplo, como consequência de uma cirrose, ocasiona manifestações evidentes, mas não muito intensas ou perigosas.

• A insuficiência hepática grave, porém, quando está lesionada praticamente a totalidade do órgão ou quando actua algum factor que agrava a situação sobre uma condição já precária, caracteriza-se pela incapacidade do fígado em efectuar as suas funções básicas e, como é lógico, provoca manifestações muito evidentes e comporta sérias complicações.

Manifestações

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A insuficiência hepática leve é praticamente assintomática: pode-se constatar que o fígado está afectado mediante análise ao sangue, mas o órgão ainda é capaz de assegurar as suas funções e apenas existem sinais pouco evidentes da sua falha. De qualquer modo, é importante diagnosticar esta situação, uma das missões dos check-up de rotina da saúde, pois é fundamental descobrir a origem do problema e adoptar as medidas necessárias para travar a sua evolução.

É habitual que toda a falha funcional do fígado seja acompanhada de cansaço, debilidade geral e perda de apetite e também que se atribuam à disfunção do fígado sintomas como digestões lentas e pesadas, náuseas, flatulência ou diarreias.

Contudo, um sinal típico de insuficiência hepática, embora também possa corresponder a outras causas, é a icterícia, uma coloração amarelada da pele e das mucosas produzida devido à incapacidade do fígado em metabolizar e em eliminar a bili rrubina, pigmento que se acumula no sangue e se deposita nos tegumentos.

Quando a insuficiência hepática é moderada, mas persistente, apresentam-se outras manifestações indicativas da falha de algumas funções. Por exemplo, o fígado não é capaz de sintetizar certas proteínas que actuam como factores da coagulação sanguínea, o que implica uma tendência para as hemorragias. Nem sequer consegue metabolizar correctamente algumas hormonas como, por exemplo, as sexuais e esta situação, a longo prazo, torna-se evidente: no homem, com perda da libido, impotência, atrofia testicular, crescimento das mamas e alterações na distribuição do pêlo corporal; na mulher, com dores fortes ou ausência da menstruação. Desta forma, a falha hepática provoca alterações hematológicas, com uma anemia resultante das afecções dos glóbulos vermelhos ou com uma maior sensibilidade às infecções devido a uma actividade perturbada dos glóbulos brancos do sistema imunitário. Podem-se apresentar igualmente patologias cardiovasculares, como palpitações, hipotensão arterial ou até acumulação de líquidos nos tecidos orgânicos (edemas).

A complicação mais destacada, contudo, corresponde a uma patologia mental e neurológica denominada encefalopatia hepática, resultante da incapacidade do fígado em depurar certas substâncias tóxicas, especialmente o amoníaco, que acabam por ser muito prejudiciais para o funcionamento de um órgão tão sensível como o cérebro.

Informações adicionais

O médico responde

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Tenho ouvido que, para descobrir doenças no fígado, os médicos pedem análises ao sangue para medir as transaminases. O que são as transaminases?

Trata-se de enzimas presentes sobretudo no interior das células do fígado e que se encontram também noutros órgãos, ainda que em menor quantidade. Quando os hepatócitos são destruídos, por qualquer razão, essas enzimas saem das células lesionadas e passam para o sangue. Por isso, é possível avaliar o dano hepático através de uma análise ao sangue, com a determinação da concentração de transaminases - assim, pode-se calcular o grau de afectação do fígado e, com análises repetidas, seguir a evolução da patologia.

Para saber mais consulte o seu Cirurgião Geral ou o seu Gastroenterologista
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