Dor nos flancos
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A dor nos flancos é uma pontada repentina que aparece na parte superior e lateral do abdómen durante a realização de um exercício físico aeróbio intenso e contínuo (por exemplo, durante uma corrida), desaparecendo de forma espontânea após a interrupção ou diminuição da intensidade da actividade física. Esta dor costuma manifesta-se quando o exercício físico é realizado pouco tempo depois de uma refeição, quando se efectuam movimentos ou exercícios pouco comuns ou quando não se efectuou o devido aquecimento. Embora os mecanismos que a desencadeiam ainda não sejam totalmente conhecidos, considera-se que este problema pode ser provocado pela acumulação de gases no tubo digestivo ou pelo aparecimento de cãibras nos músculos abdominais ou no diafragma, ou ainda por uma distensão brusca dos ligamentos que sustentam os órgãos abdominais.Apesar de parecer grave, a dor nos flancos não origina mais complicações do que a própria dor. Contudo, por vezes, a sua intensidade obriga à diminuição do ritmo do treino ou até a sua paragem por alguns minutos. Ainda assim, convém saber que a melhor forma de diminuir a intensidade desta dor consiste na enérgica flexão do tronco para o lado afectado.Por outro lado, a melhor forma de prevenir a dor nos flancos consiste na execução de um adequado aquecimento e na realização do treino apenas algumas horas após as refeições, sobretudo quando são ingeridos alimentos com muita fibra ou que gerem gases, como as verduras e os legumes.
Bolhas
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As bolhas são elevações circunscritas da camada superficial da pele contendo líquido no seu interior, com um tamanho superior a 5 mm de diâmetro. Estas lesões costumam ser provocadas por um contínuo e intenso atrito sobre um sector da pele que não esteja acostumado a atritos. Embora possam surgir em qualquer zona cutânea, as bolhas costumam afectar, em particular, os pés, nomeadamente nas plantas dos pés e nas zonas de contacto com o calçado, e as mãos.As bolhas podem provocar uma dor local moderada, que se intensifica quando se pressiona ou fricciona a zona lesionada, provocada pela tensão sofrida pela camada superficial da pele devido à acumulação de líquido. Normalmente, as bolhas deixam de provocar dor quando, ao fim de alguns dias, o líquido começa a ser espontaneamente absorvido.O tratamento das bolhas consiste apenas em lavar diariamente a zona com água abundante e sabão até que desapareçam. Contudo, quando os incómodos consequentes das bolhas são de tal forma intensos que impedem a continuação do exercício físico, convém efectuar uma punção com uma agulha previamente esterilizada (por exemplo, colocando-a sobre uma chama durante alguns segundos), para que se esvazie mais rapidamente, embora nunca se deva retirar a camada superficial da pele, pois desta forma pode-se favorecer o desenvolvimento de infecções. Para além disso, após a realização desta pequena "intervenção" convém desinfectar a zona com água oxigenada e revesti-la durante alguns dias com uma gaze fixada com um penso.A melhor maneira de prevenir o aparecimento de bolhas é evitar os contínuos atritos de qualquer segmento cutâneo e, sobretudo, utilizar calçado não muito apertado e dois pares de meias durante os treinos.
Cãibras
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As cãibras são contracções involuntárias, bruscas e dolorosas de um ou mais músculos, sendo provocadas por uma alteração na concentração dos vários minerais que participam no fenómeno da contracção muscular.Dado que as causas mais frequentes das cãibras são exercício físico intenso ou prolongado, os movimentos bruscos e os golpes e traumatismos musculares, este problema afecta essencialmente os músculos das pernas e dos pés, apesar de se poder manifestar em qualquer músculo do corpo.Embora as cãibras possam aparecer em situação de repouso, até mesmo durante o sono nocturno, na maioria dos casos, surgem durante os treinos. Nestes casos, a primeira coisa a fazer é interromper a actividade física, devido ao facto de a dor se tornar insuportável e porque, caso não se interrompa a actividade física, corre-se o risco de aumentar a frequência de acidentes e traumatismos.Apesar de as cãibras terem a tendência para desaparecer espontaneamente ao fim de alguns segundos ou minutos, pode-se diminuir este período de tempo e reduzir a dor através de uma série de medidas. Uma destas medidas consiste na extensão passiva do músculo contraído, com a ajuda da mão ou de outra pessoa ou através da contracção do músculo oposto, ou seja, deve-se realizar uma série de movimentos sucessivos com vista a estender, o máximo possível, o músculo afectado por cãibras, durante cerca de 10 segundos de cada vez. Uma outra medida muito recomendada é a extensão do músculo afectado por cãibras e a sua posterior massagem com golpes suaves com as mãos durante alguns minutos.A melhor maneira de prevenir as cãibras consiste na realização de um adequado aquecimento, na elaboração de um treino regular, moderado e gradual e em evitar movimentos bruscos.
Distensões
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Uma distensão corresponde ao alongamento brusco de um músculo, tendão ou ligamento, podendo provocar a desunião ou até mesmo a ruptura destes elementos. Dado que as distensões são, na maioria dos casos, provocadas por movimentos bruscos e violentos e golpes sobre as articulações e músculos, este problema é muito mais frequente nos desportos em que se utilizam objectos contundentes, como bastões de hóquei ou raquetes, e também nos mais violentos, como o boxe. Todavia, as distensões são igualmente comuns quando não se realizam os exercícios de alongamento e aquecimento no início de cada sessão e quando se efectuam movimentos ou exercícios pouco comuns, já que também costumam afectar as pessoas que praticam exercício físico. Apesar das distensões serem mais comuns nos membros inferiores e superiores, pois constituem os segmentos corporais que mais se movimentam e, consequentemente, mais expostos a traumatismos, podem afectar qualquer músculo, tendão ou ligamento articular. As manifestações mais comuns da distensão muscular são a inflamação e contractura involuntária do músculo lesionado, através do aparecimento de uma dor, normalmente muito intensa, que impede o movimento do segmento corporal afectado. Em caso de ruptura do músculo, os sinais e sintomas são mais intensos, enquanto que a produção de uma hemorragia interna pode propiciar o aparecimento de um hematoma. Embora as manifestações da distensão dos tendões ou ligamentos sejam semelhantes, costumam ser menos intensas e os seus principais sinais e sintomas correspondem a uma inflamação e a uma dor que aumenta de intensidade quando a zona é pressionada ou movimentada. Para além disso, em caso de desunião, a lesão costuma impossibilitar a realização de determinados movimentos.Caso se suspeite de distensão, deve-se interromper imediatamente a actividade que se está a realizar e deixar a zona em repouso absoluto, de preferência a um nível mais alto do que o resto do corpo (por exemplo, levantando um braço ou uma perna), de modo a travar o desenvolvimento da inflamação e prevenir eventuais hemorragias. Para além disso, deve-se consultar um médico o mais rápido possível para se proceder ao diagnóstico e tratamento adequado.Normalmente, o tratamento consiste em repouso, na imobilização da zona durante várias semanas e na administração de medicamentos, com vista a reduzir a inflamação e a dor. Todavia, por vezes, sobretudo em caso de ruptura ou desunião, é necessário proceder à realização de uma intervenção cirúrgica, de modo a reparar os tecidos danificados e conseguir obter-se a recuperação da sua funcionalidade.A melhor maneira de prevenir as distensões consiste na realização dos devidos exercícios de alongamento e aquecimento no início de cada sessão e em tentar evitar os movimentos demasiado bruscos.
Entorses e luxações
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Uma entorse corresponde à distensão exagerada de um ligamento, enquanto que a luxação corresponde à perda de contacto total ou parcial entre duas superfícies articulares. Embora sejam lesões diferentes, têm causas comuns, em especial os traumatismos sobre as articulações e os movimentos bruscos, forçados ou violentos que superem a resistência dos elementos de união das articulações, o que justifica o facto de as entorses e as luxações afectarem essencialmente os desportistas, nomeadamente quando realizam movimentos atípicos e quando não efectuam os exercícios de alongamento e aquecimento no início da sessão.Apesar destes problemas poderem afectar qualquer articulação, são muito mais frequentes nas que suportam maiores pressões e nas que realizam movimentos mais amplos. Embora as entorses costumem afectar principalmente os tornozelos, são igualmente comuns nos joelhos e nos dedos, enquanto que as luxações costumam surgir nos ombros, cotovelos e dedos e, mais raramente, nas ancas devido a quedas.As manifestações de ambos os problemas são semelhantes: dor, inflamação local e impossibilidade de movimentar adequadamente o segmento corporal afectado. Para além disso, por vezes, produz-se uma hemorragia interna que proporciona o aparecimento de um hematoma e, em caso de luxação, o segmento afectado costuma adoptar uma posição atípica ou até mesmo realizar movimentos que, em condições normais, seriam impraticáveis.Em caso de suspeita de entorse ou luxação, o procedimento é igual ao das distensões, ou seja, deve-se interromper imediatamente a actividade que se está a realizar, elevar o segmento afectado acima do resto do corpo e, caso seja possível, mantê-lo em repouso até que se proceda ao diagnóstico e tratamento adequados.O tratamento consiste em repouso ou na sua imobilização durante algumas semanas e na administração de medicamentos para aliviar a dor e a inflamação. Em caso de luxação, antes de se proceder a estas medidas, deve-se recolocar o segmento deslocado no seu lugar e na posição adequada, com administração prévia de anestesia. No entanto, em alguns casos, deve-se realizar uma intervenção cirúrgica para reparar os tecidos lesionados.A prevenção das entorses e das luxações é semelhante à das distensões, ou seja, deve-se efectuar sempre os exercícios de alongamento e aquecimento antes de cada sessão de treinos e evitar movimentos bruscos ou exercícios a que não se esteja habituado sem os experimentar previamente de forma gradual.
Informações adicionais
Fadiga muscular e pontadas
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A realização de um esforço físico demasiado intenso e prolongado faz com que o sistema cardiorrespiratório não consiga transportar o suplemento de oxigénio necessário para que as fibras musculares mantenham a sua actividade. Nestas circunstâncias, as fibras musculares recorrem "abusivamente" aos mecanismos anaeróbios de obtenção de energia, o que proporciona a acumulação de ácido láctico, o resíduo provocado por estes mecanismos.
Embora o ácido láctico seja eliminado através da respiração, como é produzido a um ritmo mais rápido, tem a tendência para se acumular nas fibras musculares, o que provoca o aparecimento da fadiga muscular e das pontadas.
A fadiga muscular, que pode ser definida como uma sensação de cansaço ou até dor muscular, costuma manifestar-se durante a realização de um exercício físico demasiado intenso ou prolongado. Por outro lado, as pontadas, perceptíveis como picadas nos músculos, evidenciam-se entre 24 a 48 horas após a realização de um exercício físico demasiado intenso ou prolongado.
Quando se deseja aumentar a força e a potência muscular, deve-se realizar um plano de exercícios anaeróbios, o que acaba por tornar a fadiga muscular e as pontadas consequências até um certo ponto inevitáveis. Todavia, quando o objectivo é melhorar a condição física e o rendimento cardiorrespiratório, a fadiga muscular impede a continuação do exercício e as pontadas constituem, com alguma frequência, uma desculpa para abandono dos treinos. Por conseguinte, nestes casos, caso se comece a detectar um determinado cansaço muscular, convém diminuir a intensidade do exercício físico.
Por outro lado, a melhor maneira de prevenir a fadiga muscular e as pontadas consiste na realização de treinos de forma regular, moderada e gradual.
Nutrição e exercício
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As pessoas que praticam exercíio sem fins competitivos não costumam necessitar de um tipo de dieta especial, visto que é suficiente apenas ter uma alimentação variada, saudável e equilibrada.
Todavia, quando se pratica uma actividade aeróbia e os treinos são muito intensos ou frequentes, deve-se aumentar a ingestão de hidratos de carbono complexos (cereais, pão, massa, arroz), produtos ricos em vitamina Bi, ferro e sal (caso não haja contra-indicações) e beber muitos líquidos, sobretudo após os treinos.
Por outro lado, quando se efectuam treinos de exercícios anaeróbios, com vista a aumentar a força e o volume dos músculos, deve-se aumentar a ingestão de proteínas, sobretudo as de origem animal (carne, peixe, ovo) ou tomar pequenas doses de suplementos de aminoácidos, de preferência sob a supervisão do médico.
Em suma, as pessoas que praticam exercício físico ou desportos não devem aumentar a ingestão de gorduras e devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas, de tabaco e de qualquer tipo de droga.
Higiene e exercício
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A prática de exercício físico favorece o desenvolvimento de infecções por várias razões: o suor abundante e a humidade da pele, que favorecem a proliferação de microorganismos, o contacto com o chão e inúmeros elementos normalmente contaminados, a partilha de vários elementos ou acessórios, a exposição ao frio ambiental, entre outras.
Embora a maioria das infecções sejam banais, geralmente costumam perturbar ou, eventualmente, interromper os treinos, o que obriga a tomar uma série de medidas fáceis de realizar para as prevenir:
• Utilizar calçado e equipamento adequados às condições climatéricas.
• Calçar meias e utilizar roupa interior limpa.
• Não andar descalço nos vestiários, casas de banho ou outros espaços de utilização comum.
• Após os treinos, deve-se tomar sempre banho e lavar-se com muita água e sabonete, embora a água não deva estar nem demasiado fria, nem demasiado quente.
• Não partilhar toalhas e outros objectos pessoais.
• Secar-se adequadamente após o banho.