Doença caracterizada pelo aparecimento de nódulos vermelhos na pele acompanhada por mal-estar geral e por uma inflamação dolorosa que, normalmente, tem uma evolução benigna, tendo tendência para uma rápida cura espontânea.
Causas
Topo 
A origem da doença ainda não é exactamente conhecida, mas pensa-se que pode ser provocada por uma reacção auto-imune, em que o sistema imunitário, perante um determinado estímulo, produz anticorpos que atacam os próprios componentes orgânicos, nomeadamente os septos de tecido conjuntivo que separam os lóbulos do tecido adiposo da hipoderme, o que proporciona o aparecimento dos nódulos cutâneos típicos da doença. Embora em aproximadamente 25% dos casos não seja possível detectar qualquer factor responsável pelo desencadear desta reacção auto-imune, nos restantes é possível identificar algum dos factores precipitantes.A alteração apresenta-se, na maioria dos casos, em pessoas afectadas por uma infecção bacteriana das vias respiratórias superiores, por exemplo uma faringite provocada por estreptococos, mas também pode ser provocada por outras infecções, como a tuberculose, infecções virais ou micose. Noutros casos, a doença manifesta-se em pessoas afectadas por certas doenças não infecciosas, como a colite ulcerosa, a doença de Crohn, a sarcoidose ou a leucemia. Por último, a patologia pode igualmente manifestar-se em pessoas sensíveis, devido à administração de vários medicamentos, como por exemplo os contraceptivos orais, os salicilatos, a penicilina e as sulfamidas.
Manifestações
Topo 
A doença costuma ter um início insidioso, através do aparecimento de manifestações pouco específicas, tais como debilidade e cansaço, perda de apetite, febre e dores articulares difusas, já que as típicas manifestações cutâneas e os sinais e sintomas articulares apenas se evidenciam ao fim de alguns dias, normalmente cerca de uma semana.Os nódulos cutâneos que caracterizam a patologia consistem em tumores avermelhados, com ligeiras proeminências de 1 a 5 cm de diâmetro, embora por vezes sejam um pouco maiores, com uma consistência mole, proporcionando o aparecimento de dor, espontaneamente ou perante o mínimo contacto. O número de nódulos costuma variar bastante, entre cinco a cinquenta; na maioria dos casos, tendem a evidenciar-se nas pernas, embora também possam surgir na face, nas coxas e na parte de trás dos braços. Regra geral, a cor dos nódulos vai-se alterando com o decorrer do tempo, já que inicialmente apresentam um tom vermelho brilhante, depois violeta e, ao fim de algumas semanas, adquirem um tom amarelo esverdeado. De qualquer forma, como costumam aparecer de maneira progressiva ao longo de cerca de dez dias, geralmente aparecem nódulos de cor diferente, em simultâneo.As manifestações articulares costumam apresentar-se através de dores e inflamação, sobretudo ao nível dos joelhos e dos tornozelos, embora por vezes também possam surgir na anca, nas mãos e nos ombros.Durante o período crítico da doença, as manifestações gerais costumam persistir, nomeadamente através de uma depressão por vezes profunda e de um moderado estado febril, factores que, adicionados às dores, perturbam bastante a vida quotidiana.
Evolução
Topo 
O eritema nodoso tem uma evolução benigna, visto que, embora origine manifestações dolorosas e incómodas, não costuma provocar complicações e tem tendência para desaparecer de forma espontânea. De facto, ao fim de três a seis semanas de evolução, os nódulos desaparecem sem deixarem qualquer cicatriz ou originarem alterações da coloração cutânea na zona onde se manifestaram. Ao mesmo tempo, as dores articulares e os sinais e sintomas gerais também desaparecem, o que favorece a recuperação geral do paciente, pois são raros os casos em que as manifestações persistem durante um período mais prolongado, embora acabem sempre por desaparecer.De qualquer forma, por vezes, em especial se não se detectar nenhum dos factores precipitantes da doença, os sinais e sintomas voltam a manifestar-se ao fim de um determinado período de tempo, até mesmo de forma repetida, embora acabem sempre por ter a mesma evolução favorável que não origina complicações, nem provoca sequelas. Para evitar a possibilidade de eventuais recaídas, deve-se detectar o eventual factor precipitante, com o objectivo de se proceder ao seu acompanhamento ou eliminação através dos métodos mais adequados.
Informações adicionais
O médico responde
Topo 
Apareceram umas manchas vermelhas nas pernas do meu filho e diagnosticaram-lhe eritema nodoso. Embora o médico afirme que é um problema pouco grave, solicitou uma série de exames. Não percebo porque é necessário realizar todos estes exames, se a doença é benigna...
O eritema nodoso é facilmente identificável através de um exame clínico e, de facto, não constitui um problema muito grave. De qualquer forma, é muito importante detectar a sua eventual origem, já que a patologia pode voltar a manifestar-se e constituir um factor desencadeador de uma doença mais grave; neste caso, o próprio eritema nodoso pode constituir um sinal de alarme que não deve ser subestimado. Por isso, os médicos, para além de efectuarem um exame físico completo e interrogarem o paciente sobre os seus antecedentes médicos e tratamentos que possa ter efectuado ultimamente, costumam solicitar, por exemplo, análises ao sangue e à urina, radiografias do tórax, com vista a determinar se o paciente é afectado por uma tuberculose subjacente, e inúmeros exames complementares de acordo com as suspeitas em cada caso especifico. É essencial que o paciente respeite todas as indicações e se submeta a todos os exames solicitados, já que assim as possibilidades de identificar um possível factor precipitante e evitar recaídas são bem maiores, embora por vezes o fundamental seja diagnosticar e proceder-se ao devido tratamento de uma patologia mais grave que está na origem do problema. Em suma, o aparecimento de sinais e sintomas que sugiram um eritema nodoso justifica a realização de uma série de exames e, caso não se detecte nenhuma anomalia, melhor.
Tratamento
Topo 
A principal medida terapêutica corresponde ao repouso, durante a fase aguda, pois permite a diminuição da intensidade dos sinais e sintomas. Caso contrário, os nódulos tendem a Persistir durante muito mais tempo e com tendência para recaídas. O tratamento dos sinais e sintomas passa pela administração de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, como o ácido acetilsalicílico ou a indometacina, e, em casos mais raros, a utilização de outro medicamento, como o iodeto de potássio, que pode proporcionar uma melhoria. No entanto, é preciso ter em conta que o eritema nodoso é uma doença que tem tendência para se curar de forma espontânea após 1 ou 2 meses, mesmo sem qualquer tratamento.
Contudo, é extremamente importante detectar um eventual factor precipitante da doença para se proceder à sua devida eliminação ou tratamento. Por exemplo, quando se comprovar que a patologia é provocada pela administração de um determinado medicamento, deve-se interromper imediatamente a sua utilização, substituindo-o por outro com efeitos equivalentes, quando for necessário. Por outro lado, caso se verifique que a doença constitui uma complicação de outra doença, como por exemplo a tuberculose, deve-se proceder ao tratamento da doença subjacente.