O calçado

A escolha do calçado não se deve cingir apenas às questões estéticas e aos imperativos da moda, para além, como é óbvio, do respeito pelos gostos pessoais, na medida em que, caso as características destes "alicerces", nos quais colocamos os pés para os proteger das irregularidades do terreno, do frio e da humidade, sejam inadequadas, podem ter repercussões negativas do ponto de vista anatómico e funcional. De facto, o calçado deve reunir uma série de condições, sobretudo em relação ao tamanho e à forma, com vista a evitar prejuízos.

No que se refere às dimensões do calçado, por exemplo, é preciso ter sempre em conta que o sapato deve ser meio centímetro mais longo do que o pé, visto que é a medida que o pé se desloca em cada passo, sendo preferível verificar este factor no momento da compra do sapato do que esperar que este "ceda" com a utilização. Deve-se ter sempre em conta a forma do próprio pé, pois há quem tenha o primeiro dedo mais longo do que os restantes, embora também exista quem apresente o segundo mais comprido.

Em relação à forma do calçado, o mais importante é evitar os sapatos de biqueira estreita, absolutamente "anti-natura", pois comprimem os dedos e provocam a sua sobreposição. Este tipo de calçado é um dos mais prejudiciais e a sua utilização provoca inúmeras alterações na forma dos dedos e o frequente aparecimento de calos.

Por último, é preciso ter em conta o salto, pois convém que este tenha entre 3 a 5 cm, mas não mais. A utilização de sapatos com um salto excessivamente alto proporciona a deslocação do pé para a frente, o que favorece a compressão da parte da frente, perturba a locomoção e origina o desenvolvimento de repercussões negativas noutras zonas do esqueleto, tanto nas pernas como na coluna vertebral.