Considerável malformação congénita do pé que necessita de um tratamento adequado ortopédico ao longo dos primeiros anos de vida.
Características
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O pé boto designa inúmeras anomalias do pé, normalmente provocadas por várias deformações. O tipo mais habitual é o
pé boto equino, em que o pé está virado para baixo, como se fosse um prolongamento da estrutura da perna (pé equino), e apresenta a parte da frente desviada para o interior (pé varo) e, com alguma frequência, uma exagerada curvatura plantar.Embora a origem do defeito ainda não seja exactamente conhecida, considera-se que é provocada, na maioria dos casos, por uma alteração genética que determina uma paragem no crescimento do pé durante o desenvolvimento embrionário, o que explica a sua elevada incidência em determinadas famílias. Noutros casos, pode ser originado por uma má posição fetal no interior do útero ou por várias alterações musculares ou neurológicas.Independentemente do tipo de pé boto, a sua principal consequência, caso o defeito não seja corrigido, consiste no facto de o bebé não conseguir apoiar adequadamente o pé no chão, nem caminhar com normalidade, o que perturba o seu desenvolvimento psicomotor.
Tratamento
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O tratamento depende do momento em que é iniciado, já que o defeito pode ser fácil e eficazmente corrigido, caso se actue logo após a detecção do problema. Caso o tratamento seja iniciado nos primeiros meses de vida, não é necessário proceder à cirurgia, pois a actuação ortopédica é suficiente para curar o problema. De facto, a correcção do pé passa pela realização de manipulações ligeiras e progressivas, com o objectivo de o manter na posição correcta, após a sua colocação nesta posição, através de talas adequadas durante um determinado período de tempo. A duração do tratamento varia de caso para caso, consoante as características do defeito, já que em alguns casos consegue-se a total correcção num prazo de um ano, enquanto que por vezes pode ser necessário utilizar talas durante a noite até aos 3 a 5 anos de idade. Em caso de atraso no início do tratamento, nas formas mais graves, ou quando a malformação não puder ser corrigida apenas através do tratamento ortopédico, a única solução é o recurso à cirurgia. O tipo de intervenção cirúrgica, por vezes mais do que uma, deve ser seleccionado de acordo com o tipo e consequências do defeito. Durante a intervenção cirúrgica, deve-se proceder a uma alteração no comprimento ou união dos tendões e ligamentos tensos, sendo em alguns casos necessário actuar sobre os ossos. Posteriormente, deve-se imobilizar o pé com gesso durante alguns meses. Depois, é necessário efectuar um tratamento de reabilitação que permita que o pé adquira a sua normal funcionalidade.
Informações adicionais
Prognóstico
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Embora o tratamento do pé boto seja difícil e moroso, pois por vezes prolonga-se do nascimento à idade escolar, quando é iniciado prematuramente e se respeitam todos os passos, costuma ser eficaz. Por outro lado, quando o tratamento não é imediatamente iniciado, são raros os casos em que se consegue obter a completa correcção, mesmo através da cirurgia, e nestes casos o defeito pode provocar incapacidade permanente com vários graus de gravidade, sendo frequentemente necessário utilizar calçado ortopédico.